quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Do amor nada mais resta do que uma lágrima
E quanto mais nada existe
Mais pareço deixar de existir
Sinto que me desfaço
Por entre a madrugada
Que me leva ao desespero sem abrir a boca
Sonâmbulo percorro a noite
Esqueço o tempo e vagueio pelas trevas
Não…
Tu não és a cidade
És a minha viva memória do que fui
Não! Tu não mereces estar aqui!
E como um adolescente
Digo-te adeus…
Procuro a tua escultura de Setembro
Procuro o sossego no teu aroma
Agarro-me a uma estrela azul
E amo a madrugada
Do amor nada mais resta do que uma lágrima
Que cai no fundo de uma alma
Que me sustém na vida
Que parte sem mim no vazio
E se perdeu por entre o mundo
Percorreu o oceano num frenético sonho
Encontrando uma pérola na estranha caminhada
Oh! Como sou triste
Como me sinto só
Ausente passo por entre a vida
E as rugas…
As rugas vão aparecendo
Não são mais ausentes de mim
Do amor nada mais resta do que uma lágrima
Que cai…