terça-feira, maio 03, 2005

Palavras frias…
Desmedidas…
Piano…
Sofrendo desmedidamente alguém disse
Uma vasta praia de corpos nus
Ah eu queria lá estar
Queria mesmo…
E o teatro…
Um Pássaro contempla a morte da cobra
A noção de querer já se foi há muito tempo
Os fantasmas afastam-se perante uma noite intensa
Também me entristece tudo isto sabes…
Também me entristece…
E magoa-me também
Parece que não tem um fim
E como tanto sabes continuo a andar em círculos
Como se nunca soubesse onde está o norte…
Será que a floresta tem um fim?
Eu conto-te uma história sobre um homem
Que nunca soube como tudo começou
Obedecia à lua
E contava pelos dedos
Todos nós temos um número a representar
Procurava uma resposta em vez de um caminho
Piano…
Teclas suaves e doces
Embalam-me em noites quentes
Suavemente fecho os olhos e deixo-me levar
Pela música que ecoa pelas paredes
Entre ruídos loucos e desajeitados
E pessoas que riem
E eu estou aqui
E tu estás ai
E nós continuamos por ai…
Desmedidas…
As palavras
Por detrás de uma cortina selada
Onde ninguém ousou tocar
Senão tu…
Que as descobriste por entre os olhos
Que tanto pretendes entender…
O meu único desejo é ver no que tudo isto se poderá tornar
Porque estou cansado
E nesta noite antes de me ir embora
Quero dizer que sinto falta de ser eu…