segunda-feira, maio 30, 2005

Pego numa caneta e perco o sentido
Escrevo e desafio-me
A minha alma define-se ao fim de algumas linhas
Não tenho qualquer intenção de ganhar dinheiro
Ou mesmo ser conhecido ou reconhecido
Apenas que as minhas palavras
Formem um livro aberto para a minha pessoa
Mostrem os meus mais intimos desejos
Nada mais...
Assim que entro no profundo sentimento que me consome
Sinto que consigo escrever milhões de páginas
Sobre o que me envolve
Pensamentos...
Ideais...
Ideias...
Tormentos...
Alegrias ou tristezas...
Por momentos ou por vários tempos
Sinto-me pairar como se voasse
Por todos os locais onde gostaria de passar
E olho para trás e persigo o meu pensamento
Ora descontente
Ora feliz
Mas sempre envolvido em puro sentimento
Tento enganar a minha mão para que ela escreva
De forma diferente
Mas sou impulsionado para descrever
O que mais de real existe cá dentro
Sem pensar
Sem cuidado com a palavra
Ou modo de escrita...
Por vezes sinto que a minha caneta me compreende
E escreve por ela o que sente sobre mim
A minha mão agarra-se com força
O papel torna-se áspero
O cheiro da tinta torna-se um companheiro
O suor...
E por vezes lágrimas!
Que caem em folhas de papel
Nada mais existe senão...
A minha alma e esta forma de a descrever
Intensamente
Sem qualquer sinal de corrupção
Ou evasão
Por vezes a minha caneta pára!
A minha cadeira estremece
Como se tratasse de um vulcão
A minha alma chora
E o meu corpo mostra uma forte emoção
Por vezes...
Na madrugada...
Aguardo sempre por um estado de consciencia
Que me permita descrever como realmente sou...