quarta-feira, agosto 24, 2005

Choro lentamente lágrimas tristes
Com a agonia e tristeza de um homem cego
Sentindo que não posso mais contemplar o céu infinito
Tentando descrever as memórias
Agarrando as palavras ainda no ar
E lutando com elas por entre os bastidores da morte
Passo a passo sobre um campo de batalha
Caminhando pelo fogo adormecido
Humedecido pela madrugada
Sentado numa rocha…
Choro lentamente lágrimas fortes
Porque só assim consigo transbordar o que vivo
A minha alma soluça
E o meu coração estremece
Quase perdendo os sentidos
Mas continuo a percorrer as colinas
Os montes e os vales
Para encontrar algo que seja imortal
Mas… Sou mais pequeno que um mosquito
Uma abelha…
Uma flor…
Choro lentamente lágrimas quentes
Porque o dia é frio
E trouxe a humidade do norte
O vento já não é transparente
Com ele veio a areia branca da praia azul
À noite, choro devagar…
Para relembrar que sou errante
Para lembrar que sou eu
Para mostrar que nada mais sou que apenas eu…