quinta-feira, dezembro 27, 2007

Obrigado por estares aqui
Perto de mim...
Obrigado por me ouvires
E me ajudares...
Obrigado por me levantares
E me obrigares a caminhar
Cada vez de forma diferente
Obrigado por esta aventura
Esta vida que me deste
Obrigado pela mudança constante
Que ocorre a cada dia da minha vida
Não deixes de me acompanhar
E dá-me força para nunca desistir
Obrigado meu Deus

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Fomos tão desesperados em amar
Que não sentimos a noite
Deixámos o mundo por momentos
Mas foi nosso por instantes
Pedaços de orgasmo
Amor à queima roupa
E musica que dança
Saboreio o doce mel do teu corpo
E alcanço um extase de silêncio pleno
Sou desesperadamente teu
Sou eu...

terça-feira, dezembro 18, 2007

A minha cidade...
É um mar de palavras ousadas
E alguns amigos desencontrados
Nos meandros do tempo...
São retalhos de momentos intensos
É uma estrada de sentidos
Sentimentos...
Riquezas e bens artilhados
É o querer ter o tempo passado
Que decorreu e não chegou
A minha cidade é assim como um mapa desajeitado
Cheio de ruas e ruelas
Avenidas e montras de mistérios
Que fui criando à medida que fui passando
Pelo tempo...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Preciso encontrar um local maior
Para pensar...
Espero que não me levem a mal
Enquanto penso ou viajo
As palavras são portas pequenas
Por onde passam e transportam
Perpassa o que é dificil acreditar
Sentimentos puros e por vezes sacrificados
Não cabem na minha vida
E preciso de mais...
Mais musica menos silêncio
Mais espaço entre as linhas
Mais silêncio puro...
Até chegar ao estado em que as nossas vozes
Se ouvem e afirmam o que somos

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Sentado num canto
As paredes tornam-se crepúsculos
Nada parece matar o silêncio
Não importa o quanto eu tente
Nada faz com que os olhos cerrem
Nada se parte e tudo se desfaz
Tudo parte…
Já dei tudo o que tive
E nada me tirou da solidão
Aguardo um momento
Eterno tempo
Este nevoeiro da cidade
Ofusca o céu que se esconde
E a memória que se apaga
Sem demora…
Que se oculta na escuridão do tempo
E me guia pelo oculto do meu ser

quarta-feira, novembro 28, 2007

Estou a olhar para o céu
Tento não morrer...
Experimento não voar
É de noite e não quero voltar para casa
È tempo de dizer adeus
È tempo de ir
Meu Deus leva-me para casa
Já é tarde...
E quero viver
A noite está por ai...
E parece que vai durar uma eternidade
Quero sentir-me aqui
Quero viver este meu momento
Sozinho com os sons que só eu sei ouvir
Que só eu sei entender e pensar
E que me devolvem o brilho da serenidade
Que tento alcançar a cada instante

sábado, novembro 17, 2007

Às vezes são as palavras que morrem
E não os sentimentos que as fazem nascer…
Parece que já estivemos aqui antes
E não nos conseguimos olhar nos olhos
Somos anjos que flutuam como penas
Serpenteamos como sentinelas em alerta
Sem estarmos por perto estamos junto
E por vezes nem sabemos o que fazemos aqui
Nem pertencemos ali
Mas queremos estar mais além…
Então as palavras são as ninfas do sentir
As verdadeiras deusas perfeitas do instinto
São elas que se envolvem e se desenvolvem
Amam-se e odeiam-se
Choram e riem

domingo, novembro 11, 2007

Tenho medo desta nova esperança
Parece que cresce dentro de mim
Como se fosse uma flor
Que nunca lhe senti o cheiro
Talvez queira ser melhor do que antes
Mas... durante a manhã sinto que preciso de mais
Ao entardecer, não quero o tanto que me oferecem
Por vezes não me faz falta o que tenho
Só me apetece estar sozinho no final da rua
Quando a noite chega não quero nada que tenha forma
Só quero sentir a minha alma
Sem necessidade de moeda de troca
Perto da natureza, acampar com os sons da noite
Talvez seja louco, talvez…
Quero apenas ser o que sou e estar perto dela
E encontrar um novo caminho...

quinta-feira, novembro 08, 2007

Quando passarem por aqui
Lembrem-se que sou um artista
As palavras aqui descritas
São apenas a busca interior pela minha alma
Pintada ou colorida por vezes…
Apesar de cansado,
Não as pinto com tinta de ódio
Nem com força de homem cruel
Escrevo-as com cristais puros
E espalho-as aqui em forma de âmbar
Licor das profundezas por onde andei
Preferi morrer cem mil vezes…
Do que viver amarrado
Caminhei na penumbra da noite
Para sentir a brisa da liberdade
Quando aqui chegarem…
Lembrem-se que por cá já passei
Não sou mais do que um caminheiro
Desta estrada que é a vida
A sociedade é uma louca que nos rouba os sonhos
Não tem piedade de nós
E não fica triste quando nos vamos embora

quarta-feira, novembro 07, 2007

Vou-me embora daqui...
Desço a avenida e desapareço
Adeus amigos, pecadores e santos
Não existe um tecto aqui
Nada que me sustente
Desapareceu a base
Enquanto caminho por aí...
Tenho plena consciência que desapareço
Assim como estou triste
Por vezes também estou contente
Guardo essa experiência interior
A minha sombra caminha comigo
E não a deixo para trás
Tenho esta vida
E vou andar por aqui até morrer

domingo, outubro 21, 2007

Vou amar-te como um poeta
Porque só assim serás eterna…
E levar comigo aquilo que tenho de ti
Vou mostrar ao mundo
O quanto significas…
Imortalizando o teu brilho,
O teu olhar,
A tua voz,
O teu perfume,
E quando estiver exausto de te descrever
Vou pintar nas paredes o teu nome
Para que sinta a presença do teu ser
Mais tarde, quando morrer vou lembrar-me de ti
Para que a minha alma
Fique perto da tua alma…
E eu possa sorrir eternamente

sexta-feira, outubro 19, 2007

Ouve-me agora…
Preciso que saibas de mim
Onde quer que te encontres
Preciso da tua luz para me guiar
Mesmo que a Lua lhe roube o brilho
Acompanha-me vou voar e rir
Estar só…
Sem qualquer significado vou sentir
Estar perto ou longe
Estar aqui junto…
Agarra-me! Quero cair…
Afundar-me no interior da minha ausência
E despertar em mim o teu sabor
Confundir a madrugada com o suor dos teus braços
Mergulhar no teu leito
E ser a essência da noite

sexta-feira, outubro 12, 2007

Obrigado por todos os momentos que passámos...
Descansa em paz meu amigo
A minha alma chora por ti hoje
Os Deuses fazem-te companhia
Não te preocupes com o amanhã
Esquece o café que me querias pagar
Gostava de nunca ter escrito estas palavras
Descansa em paz suprema junto das divindades ocultas
Vou tentar não entristecer com a tua partida
O caminho para a longa viagem é teu
Viaja sem medo…
Gostava de um dia ter entendido o teu olhar
Brincámos tantas vezes
Em tempo algum serás esquecido
Serás eterno…

segunda-feira, outubro 08, 2007

Um homem com um aparo no bolso
Esconde tudo menos a sua alma
È capaz de escrever quando quiser
Onde quiser…
Nas paredes ou em simples papel
Esconde a sua solidão perante o mundo
Aquele que transporta tal mecanismo
Consegue despoletar uma revolução sozinho
Comandar um exército
Morrer numa batalha absolutamente só
Tem plena consciência da sua solidão…
E nada se comparará à escuridão por onde vagueou
Será sempre um homem único
A liberdade, o seu templo
Transporta a loucura dos heróis
O sangue dos sonhadores
Um homem com um aparo no bolso
È um monstro que se alimenta da tempestade
Deixem-no trovejar com vigor!

quinta-feira, outubro 04, 2007

Algum dia pelo silêncio do tempo
Poderemos encontrar-nos
E saber existir em nós
Talvez correr pela estrada
Quem sabe estar unidos
E alcançar a sombra do infinito
Destruir a sociedade perdedora
Ou entrar na porta de um túnel desconhecido
Dançar numa qualquer corda bamba
E saborear o âmbar divino do nosso tempo

terça-feira, outubro 02, 2007

Capa preta, ligeiramente suja
Camisa branca rendada nos punhos
Antigos no mundo
Desloca-se com as palavras
Viaja a alta velocidade
Onde quer que chegues
Ele já lá esteve…
È veloz no tempo
È eterno mesmo que tu não o desejes
Já desvendou e amou a noite
Primeiro que tu…
Percorre o vácuo com avidez de um homem cego
Precede a todos em tempo, lugar ou categoria
Esse abismo que pensas entrar
Ele escavou-o cada vez mais fundo
Até ao inicio da escuridão
Fez amor com as palavras
Desses momentos brota a noite
Com ela a solidão...
As frases não ditas…
Recria a vida e ama as trevas
Com os aparos, canetas e tintas
São a arte do mundo
O sangue imperial da alma
Azul, negro ou vermelho
Esses poetas
Narradores da alma…
Loucos, apaixonados, furiosos ou arrebatados
Amarrotados pela humidade nocturna
Idealistas profundos…
Poetas e amantes…
São todos os mastros e pilares da sociedade secreta
A alma do mundo…
As pessoas fogem dos sonhos
Tentam alcançar outros mais além
Rodopiam no mundo
Deixam de ser o que são realmente
Algumas que não sabem o que valem
Não se situam no que são
Passam a ser o que os outros querem que sejam
O mundo, esse abismo infernal…
São as histórias e contos
Cheio de sonhos insatisfeitos
De demónios nocturnos que perturbam os audazes
Vivem sonhos duvidosos e afastados da realidade
Deixados para trás atraem o caos…
Vivem no sub mundo da cidade…
Dia após dia nos subúrbios…
E alucinam-se na noite…
O mundo está cheio de invenções para passar o tempo
Porque não há nada de novo aqui que te satisfaça
Então regurgita a tua alma e recria-te…
Elevei a minha até ao cume
Onde tu não alcanças…
Nem sequer tocas…
Viajo e rio-me de ti…

quarta-feira, setembro 26, 2007

Meu Deus deixa-me ser livre
Como a estrada que me guia
Assim como uma pátria sem bandeira
Como a chuva que trás água à terra seca
Deixa-me respirar de novo
Ensinaste-me a voar…
E agora cortas-me as asas
Estou cansado…
Deixa-me ser eu mesmo…
Sinto-me como uma vela apagada
No canto de uma sala vazia
Dá-me luz…
E fica na minha companhia
Morro cada vez que tu te vais…
Dá-me guarida
Não conserves mais a minha solidão
A estrada tem sido demasiado longa
Para compreender que não és as estrelas mas sim a noite

quinta-feira, setembro 20, 2007

Por vezes não há quem compreenda as palavras
Nascem de mim...
Algumas delas contêm toda a minha essência
Encerram todo o meu sorriso
Incluem-se em mim
E eu…
Incluo-me nelas…
De tal forma
Que se conservam para sempre
Narram a minha vida
E cravam no mundo a minha vivência
Deixam-se flutuar pelo tempo
E mantêm-se unidas…
Formam aquele conjunto de sentimentos
Tão complexos e livres
Tão geniais no seu universo
Que se deixam deambular pela eternidade
Por vezes as palavras são tão brutais
Que não as quero escrever…
Nem as ouso pensar…
Andam lado a lado com a solidão
Têm diálogos com o meu ser triste
Sorriem com a satisfação
Rio-me delas e com elas
E sei que elas, as palavras contêm toda a minha vida

quarta-feira, setembro 12, 2007

Navego uma vez mais pelo meu instinto primário
Abraço o mar num movimento voraz
Perco-me no sentido único que me mantém livre
Quatro oceanos fundem-se num só
E a minha cabeça roda a alta velocidade
Mergulho, deixo-me levar pela corrente
Energia pura e inocente…
A vibração das ondas, este som carregado de doçura
Retorna-me as lembranças da minha tribo
E devolve-me a esperança do meu reencontro
O tempo passa mas não muito
São seis da manhã…
Os primeiros raios de sol alimentam-me
Satisfaço a minha fome com esta droga genial
Deambulo anestesiado por momentos
E não me sinto monopolizado…
Peço unicamente permissão a deus
A ousadia que uso… um simples mantra
È um privilégio viver
Mas um desperdício morrer…
Sem sentir que estive realmente vivo

segunda-feira, setembro 10, 2007

O outro lado da manhã
Submersa na solidão...
Como forma de derrota
Temos os audazes
E alguns hipócritas
Sacrificam a vida pela riqueza
Abundante...
Cada dia mais um dia
A cruel disputa do odor nojento
Os doutores e as doutrinas
Vagas disputas de caras mal lavadas
Por onde passo tiro-lhes o chapéu…
Dou-lhes três dentadas…
Na ferida que não sentem
Não são a farpela que adornam
Nem le mobile que conduzem
Apenas um número de animais
Num rebanho pequeno…
Compõem uma companhia teatral ambulante
Que me faz rir a todo instante

sexta-feira, setembro 07, 2007

Se continuar a agarrar-me ao momento
Talvez tudo o resto passe ao lado
E não vejo o que me resta
Senão o que já passou
E passou a noite inteira
E não teve significado…
Seguro uma vela para não me sentir sozinho
A luz partilha da mesma ausência
Acendo um incenso…
Não vejo a diferença que faz o meu silêncio
Perpassa o meu sonho
E o tempo não volta para trás
Volto eu…
È que realmente a vida tem valor
Se dermos valor ao tempo
Mas o tempo… esse invejoso…
Anda de mãos dadas com a oportunidade
Esse mutante dos acontecimentos…
Opõe-se a cada dia
À minha representação da eternidade
E desfaz os sonhos não feitos

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ouvem-se as ondas do mar
Os grilos fazem um bacanal de sons
As pessoas divertem-se…
As escadas ficam voltadas para a praia
Ouve-se uma guitarra de noite
È a minha e sou eu que toco…
Um grupo de pessoas vem sentar-se perto de mim
Era a minha noite de aniversário
Agora, tudo parece ter uma sintonia
È este presente humilde que partilho aqui
Ao mesmo tempo tão doce
Mais tarde de madrugada entrei no bar da praia…
O som… Uma Bossa melodiosa
A ausência das pessoas…
Manteve a calma que eu queria ter
Pela manhã as pessoas encontram-se
Todos vão á Mabi…
Eu vou ao Da pietro…

segunda-feira, setembro 03, 2007

Este não é um poema, faço trinta anos hoje dia 3 de setembro de 2007 e quero deixar uma mensagem especial para todos os meus amigos.

Vivemos presos no meio do mundo, um mundo que nós proprios criamos, temos momentos de amizade uns com os outros, mas nunca ou raramente nos libertamos desse mundo.
Concebemos a solidão mas temos medo dela, não a disfrutamos como se disfruta de uma boa amizade, esta é uma amizade com o nosso eu interior.
No entanto o ser humano que saiba estar só, sabe viver no mundo porque a ele nada mais lhe faz falta, ele basta-se a ele próprio e vai disfrutando do mundo em "doses suaves".
Todo o homem deveria usufruir de momentos de solidão, e solidão ao contrário do que muita gente pensa não é sinónimo de tristeza mas sim de sabedoria, pesquisa interior, filosofia, entre tantas outras palavras que possam descrever a forma de ser livre e viver no mundo mas não dentro dele.
A solidão obriga-nos também a pensar sobre os erros que cometemos e ajuda na sua resolução interior para depois os resolvermos no exterior.
Portanto meus amigos, todos, os de coração, os que estão longe, os que estão perto, os que estão comigo no meu pensamento, agradeço-vos a todos o facto de quererem estar comigo neste dia tão especial para mim, mas encontro-me num local onde me consigo reencontrar como pessoa e ou ser humano que sou, gostava que todos estivessem comigo neste dia, palavra que gostava, era o que mais queria.
Mas neste dia tão especial decidi querer estar sozinho neste local maravilhoso, unicamente estará comigo algumas horas a minha mãe, esse ser maravilhoso e belo que me ajuda em todos os momentos da minha vida, é com emoção e convicção que escrevo que te amo mãe.
Muitos de voçês já me ligaram a dizer que sou louco e até sou de certa forma. Mas viver é isto mesmo é ser louco, uns dias são solitários outros são recheados de amizade, alegria e por vezes tristeza. Aqui encontro-me quando ando perdido, aqui faço paz comigo e com Deus, aqui mantenho aberto o meu espirito para que com ele se façam coisas boas e positivas na minha vida.
Qualquer ser humano deveria usufruir deste bem, desta paz interior. Hoje não vou escrever poesia, ou algo parecido, ao contrário quero deixar algumas palavras vindas do meu interior.
Aqui ouço as ondas do mar que batem levemente na areia e formam um ruido belo, adormeço com este som suave e mantenho-me distante do pensamento. Mantenho-me perto da minha essência, aqui sou livre. A liberdade existe no mar e é tão vasta quanto ele.
Aqui ouço o riso das crianças brincarem na areia, são felizes, ouço as gaivotas, ouço as pessoas, os velhos e as ondas batem na areia. O mar é calmo e ofusca a solidão, também me dá prazer o Sol e faz de mim um ser feliz. Este mar é tão meu confidente que o procuro em qualquer praia, cabo ou ravina.
Aqui neste pontão ninguém me vê chorar ou rir. Ninguém me ouve, ninguém me fala. Aqui sou eu livre e puro.

Obrigado a todos por estes trinta anos, quero-vos junto a mim pela eternidade do mundo, junto a mim. Amo-vos meus amigos, a todos.

Guilherme ou Gui, Guilhas

quinta-feira, agosto 30, 2007

Entro no vazio que é só meu…
Aquele lado imerso de solidão
Mergulho no silêncio…
Intacto e submerso
Puro como um vórtice profundo…
Um abismo!
Retorna-me a lembrança
E partilho-a com o nada
Este ninguém que existe…
Este profundo e tácito deserto
A nudez do pensamento
Encoberto em solidão
Nem uma única fenda neste buraco
Tão silencioso que não diz nada
Tão perto do longe que o nada se impõe
Recuso-me a sair!
A lágrima cai lentamente
Saboreio-a na minha boca
Doce e salgada…
Partilho-a com a ausência
A razão… é obscura e ofusca as demais

quarta-feira, agosto 29, 2007

A noite chega na sua cor negra
Abrupta na sua solidão
Inundo-me nas palavras que não ditas
Manifestam-se na sentença da moral
Porra vem lá gente!
Que se lixe vou ficar aqui…
E vou ver onde vai dar a estrada
Pior do que está não fica!
Preciso de a ver!
De lhe falar!
A sinceridade ainda existe…
Não é abstracta
E ela também tem defeitos…
Apenas perdeu o valor
A sinceridade…
Essa puta! Mãe de todos os erros!
Será que vocês são sempre sinceros?
Foste sempre sincera?
Ela foi sempre sincera?
Não acredito!
Não são perfeitas!
E a única coisa que está entre nós…
È este momento, é este meu erro!
Só eu estou em causa…
Mas deixarei essa posição em breve!

terça-feira, agosto 28, 2007

Eu, eu sou um novo dia...
Um céu novo de estrelas ou estrelado
E então eu sou alguém que passeia pela rua
Cego pelo meu sentido de liberdade
Dividido por deixar tudo para trás
Ou continuar aqui…
Jamais me lembro de ter nascido
Mas sim de ter renascido
Ninguém fala o que não entende
Às vezes quando toco guitarra
Parto uma corda…
A corda parte violentamente e magoa-me a mão
Acontece por vezes...
Magoar-me com a minha guitarra
Nem por isso eu a deitei fora
Não interessa o instrumento que toquemos
Se é piano, guitarra ou harmónica,
Até podemos tocar reco-reco
Tambor…
O que interessa é a musica que construimos
Essa, está muito para lá do instrumento…
Parti uma corda na minha vida…
Magoei...
Magoei-me…
A guitarra continua aqui…
Não deixei de tocar a música…
Não parti o instrumento…
Não me aniquilei…
Vou colocar uma nova corda…
E vou continuar a aprender…
A vida assemelha-se por vezes a uma guitarra
Com história de cordas partidas e algumas novas
Temos de a manter afinada para não sairmos do tom
E sobretudo de continuar a tocar...
Mesmo que a música saia triste

domingo, agosto 26, 2007

Este não é um poema
Talvez uma carta a alguém que não esqueço
Se a vida se resumi-se só a bons momentos...
Então não valeria a pena viver
Com a perda aprendemos mais do que com a vitória
Na amizade, não reside vitória ou derrota
Apenas o que a palavra diz no seu sentido mais puro
Quando perdemos uma amizade...
Sentimo-nos derrotados, feios e sem gosto pela vida
È como me sinto...
Perdi na minha vida, por culpa dos meus actos
E por vezes culpamos o tempo...
Não! Neste momento o tempo nada teve a ver...
Foram apenas os meus actos!
Perdi-me mas encontrei-me, levantei-me!
Alguém que admiro não só como pessoa
Perfeita em todos os sentidos que conheci
Mas também não tocada pela corrupção da vida mundana
Escrevi palavras assim a uma única pessoa na minha vida
Volto agora a escrevê-las para alguém
A quem desejo tamanha felicidade...
Que tudo na tua vida brilhe como os teus olhos
Que a tua felicidade nunca mais seja manchada
Por pessoas como eu que te fiz sofrer
A esplanada ficou diferente...
Um dia falaremos, mas não agora
Se partires antes de mim
Pergunta se podes levar um amigo

segunda-feira, agosto 20, 2007

A vida é um dia fugaz
Com alguns minutos de tristeza e solidão
Mas com muitas horas de felicidade e amor
Bonita é a gente que é diferente

sexta-feira, agosto 03, 2007

Parto hoje para a minha terra mágica
Busco para além de mim, o meu nome
Espero reencontrar-me com os Deuses da noite
As musas do mar cósmico...
Sinto-me leve
Sigo Sul...
Voo devagar...
O meu pensamento corre já veloz
Estou lá!
Naquele lugar místico
Onde as fontes são mil
E as estrelas cadentes percorrem o céu
Parto hoje e estou a chegar...
Aqui consigo ser verdadeiro!
Aqui consigo ser eu...
Até breve...

quinta-feira, agosto 02, 2007

Espalham-se as estrelas…
Um anjo foge na penumbra da noite
Um acampamento de anjos e demónios
Deuses e criaturas da noite
Juntam-se nos meandros do Universo
Saboreiam as sentenças morais
Os seres divinos acomodam-se de longe
Provam o âmbar das distracções…
E distinguem-se pela sabedoria dos actos
Este sarau quebra as barreiras do tempo
Esta orgia de palavras deixa um sabor agridoce…
Determina o início do novo mundo…
Uma estrada para a liberdade
Este concerto divino...
Marcha para além da compreensão humana

terça-feira, julho 31, 2007

Passaram séculos…
Quartos de Lua
E algumas páginas de tinta
Absorvidas pelo tempo
Outrora sabores intensos
Ao mesmo tempo amargos
Foge-se para longe
Para conquistar o que está perto
Aguardo aqui numa noite quente
A jaula do mundo não me deixa respirar
Mas penetro no meu Universo
Torno-me o próprio mundo
Mas não me vejo na noite
Estou só a fingir…
Quando quiser levanto-me
Continuo a sentir-me fechado
Não devia temer a mudança…
Temo-a…
Mas não significa que morri
Sinto-lhe o gosto doce
Se não acreditas…
Sente a luz…
Sozinho no templo do desconhecido
Esquece o teu nome
Fecha os olhos…
E sente-te livre
Sente a tua alma…
Não significa que morreste
Simplesmente acordaste
Se não te fizer sorrir…
Também não tens de chorar
Se as minhas palavras não fizerem sentido…
Deixa-as voar livremente...
Encontrarás um sentido
E elas encontram o seu rumo...

sexta-feira, julho 27, 2007

Passo pela sombra do meu viver
Deixo uma lembrança de papel
Um copo de champanhe,
E uma palavra desmedida
Deixo ali um delírio divino…
Aqui um olhar marcante e a minha presença
Por segundos deixo também a minha alma
Talvez transborde um dia de alegria
Parto então para outro lugar
Vou agora…
Delineei já um plano para conquistar o Oceano
E vou roubar a Lua da noite!
Vou fazer uma viagem pelo Sol
Mais tarde descanso no Universo…
Vou deixá-los falar do mundo antigo
Os Deuses de outros tempos…
Vou ouvir histórias rústicas
E saber dos seres astrais…

quinta-feira, julho 26, 2007

Falamos com estranhos por vezes
Estranhos que se tornam reais
Reais como nós que respiram
Que sentem…
E que nos falam coisas que queremos ouvir
Às vezes falamos com mulheres
Outras com homens
Almas do mundo
Desperta-me o sentido de resumir em páginas tantas
O que sinto…
O que sinto em ti
Os estranhos tornam-se amigos
E amigos tornam-se inesquecíveis
São linhas paralelas que traçam um mesmo caminho
Unicamente com destinos diferentes
Mas na continuação da vida são paralelas…
Estranhos como tu que não conheço…
Mas sei que existes
Por vezes os olhos
Não divulgam a importância do próprio ser
Contudo as palavras são directas
São fortes
São robustas
Cruéis ou frias
E certas vezes são a única coisa
Que podes dar de ti a alguém
Palavras simples, puras
Estas são para ti que não conheço

quarta-feira, julho 25, 2007

Pode parecer estranho
Mas escrevo para alguém que nunca vi
Um sentimento procura abrigo
Descrevo-o em palavras
Espero que não te importes
Sei que não é muito mas é o melhor que faço
E este é para ti que os meus olhos nunca viram
Parece-me até simples de o escrever
Sento-me penso em ti
Estás entre o silêncio e a beleza do mistério
Talvez por vezes eu já não veja o mundo azul
Mas se fosse pintor pintava um sorriso teu
Para me relembrar o que o mundo tem de bom
Escrever é a minha paixão...
Podes gritar ao mundo que este poema é teu
Sento-me na cadeira e escrevo durante tempos
Rastejo pela minha alma
Enquanto escrevo algumas linhas
Espero que não te importes
Mas coloquei-o em palavras
È bom ter-te aqui mesmo que de longe
Então desculpa-me qualquer palavra
Mas esqueço-me por vezes onde estou
Ou do silêncio que me rodeia
Nem sei o que significo...
E o que realmente quero dizer
Não passa de simples palavras
Mas é que és daquelas pessoas
Que me dão força para continuar
Podes gritar ao mundo este é teu!
Agora que o acabei parece-me singelo
Um tanto natural
Talvez Etéreo...

quinta-feira, julho 19, 2007

Acordas na noite…
Sem saberes para onde ir
Os teus olhos estão cerrados
E dói-te o peito de não sorrir
As tuas mãos buscam avidamente algo
Que se distinga da sombra do teu viver
Os teus olhos não se abrem…
Rasgam-se!
E tudo o que alcanças é a parede fria do teu quarto
Rompem-se os lençóis em fúria
E alguém parece descobrir-te na madrugada
O silêncio do teu quarto é febril
Corres pela casa e acendes as luzes
Mas continuas sozinho…
O ar que respiras torna-se o teu refúgio
A tua mente engana-te com os seus truques
Gritas para quem não te ouve
Falas com os mortos que não existem
E deixas-te embalar na tua solidão
O medo ofusca a tua noite
A ansiedade toma conta do teu caminho
E deixas de viver o teu mundo
Tornas-te escravo dos teus receios
Reinventas só para ti em segundos
Toda a moral dos Homens
E descobres que nada faz sentido sem as tuas mãos
Não! O mundo não te abandonou…
Tu deixaste de o respirar…
E já não deixas entrar estranhos
Será a idade da tua existência?
Ou é o teu instinto a revelar-se
Animal selvagem desamparado
Jamais temas a noite e o que dela faz parte...
Vais levantar-te e erguer-te perante o teu mundo
E serás o Rei que flutuou no teu próprio abismo
Jamais temas perder…
Porque nas vitórias pouco tens aprendido
Nas tuas derrotas aprendes a erguer-te cada vez mais forte
E se caíres desamparado…
Ergue-te devagar…
Para vislumbrares os erros que cometeste

domingo, julho 01, 2007

Que todos sejam luz
E que a luz se transforme em paz
Esta deve ser de tal forma grande
Que se estenderá pelo universo
E possa fazer feliz todos os seres
Fisicos, Astrais e Causais
Sai Ram

sexta-feira, junho 22, 2007

E houve um som todas as noites
Desde aquela noite
Que deixou o refrão dos teus olhos no meu sorriso
A capital do meu ser definiu o sonho
Este abismo secreto…
Corredor vasto de lembranças subtis
Percorri avidamente as paredes
Em busca do teu nome
Estava escrito afinal nas portas
Que não entrei…
Explorei intensamente o delirio dos teus olhos
Para saborear na eternidade da minha alma
Não nos ouviram?
Aqueles sons nocturnos
Nobres e distintos silêncios…
Que só nós sabemos pensar
Que ousámos ouvir e até criar
Somos aquelas vibrações que deixámos
Lá longe…
A voz de todas as cores
Longe do que somos hoje
Ruídos na noite…
Ofuscam a nossa escuridão
Desloco-me fugaz neste mundo transitório
Somos antigos demais para deixar voar o tempo
Que se agonia no mundo material...

segunda-feira, junho 11, 2007

Perde-se por vezes
Encontrado no tempo
Algumas gotas de suor lúgubre
Asfixiado lentamente na noite
O latir dos cães medrosos…
Foge por vezes a noção do equilíbrio
Da gente fina e sem jeito
Sombras de fel
Quadros de papel
Subo ao céu
Junto-me com os pássaros
Místicos irreais…
Levam-me para uma ou outra dimensão
Vou nu…
Voo assim leve
Escondo-me na noite
Para ninguém me ver sangrar
Distante a minha alma
Permanece ainda presente no tempo
Inundo-a no descontrolo deste voo
Não quero pousar
Agradeço aos deuses…
Por me darem a melhor memória da minha vida…

segunda-feira, junho 04, 2007

Rasguei algumas páginas hoje
Páginas tantas
Poemas loucos
Frases que de não ditas… desaparecem
Tornam-se imortais
Os silêncios…
Aqueles gritos calados
Rasguei-as e vi-as subir ao céu
As cinzas…
O cheiro rebelde queimado
Páginas quantas…
Páginas tantas…
Deixei-as voar… as palavras
Para de seguida as ver livres
Uma fogueira lancinante
Mas terrivelmente pura

segunda-feira, maio 28, 2007

Se deixares este local
Eu irei atrás de ti
Está tudo tão diferente
Sou este céu que vês
Para ficar junto a ti
Trepei pela lua e deixei-me ficar por aqui
Sou o céu hoje
Vim cá para te abraçar
Não quero sair
Nem daqui a um milhão de anos

terça-feira, maio 22, 2007

Alcanço o som por vezes
Entre o rugir do barco de madeira
E a água que balouça aos meus olhos
As cordas estão presas à beira do rio
O vento move-se lentamente
È tarde de domingo e ando descalço
A praia está deserta…
E o frio já não me incomoda
Uns bancos de areia mais à frente
O Sol é o mesmo que outrora me queimou
Os dias são diferentes
Ando por aqui ás escondidas
Por entre ruas e ruelas
Casas e casinhas…
O rio termina e começa o mar
As ondas vêem seguidas
Fortes e mortais
A minha alma satisfaz-se com este pedaço de vida
Procuro na noite a saudade que me faz viver
A paz que encontro torna-se divina
E a magia do meu tempo
Torna-me real
Este cheiro intenso a maresia…
Obriga-me a sonhar alegremente
Deito-me na areia
Sabe-me bem o toque dela
No céu vejo uma ou outra gaivota
Estou completamente embriagado…
Refaço só para mim a formula da minha essência
Reconstruo na minha alma os pilares do meu ser
Aqui ninguém me vê ou sente
Sou eu e o meu percurso divino
Transbordado aqui nas minhas palavras

quarta-feira, maio 09, 2007

Arrasto-me na noite
Indomável na minha escuridão
Levo ao limite este momento
Sonho sublime com o tempo
O meu corpo… vê como ele se move
Arrastado e sangrento
Talhado pela sensação de viver livremente
Ou estar vivo simplesmente
Vê como me sinto…
Estas frases
Nutro-me de palavras
Renovo-as de alegria
E fico leve…
Arrastado pela noite
Deixo-me fluir no meu Universo
Selvagem e discreto
Instinto secreto
Navego no oculto…
Arrasto-me pela noite…

segunda-feira, maio 07, 2007

Recanto de prazeres inoculados
Estou aqui
Alguns dias são cinzentos
Em concordância com outros
Vou-me rindo nas madrugadas
Já nem durmo
E esta minha persistência abusadora
Para tentar crescer
Faz-me ficar parado
Fico velho…
Fico longe…
Quero agradecer-vos então
Por estes anos bem passados
Nada mais do que puras palavras
Despejadas do meu ser
Poesia chamam-lhe…
Digo eu que são descrições abreviadas
Do meu sentir
Crónicas reais… do meu viver
Cara de miúdo e sorriso inocente
Ando aqui e ali…
Perdido por vezes
Encontra-me o tempo
Esse amável cambiante do meu ser

quarta-feira, maio 02, 2007

Lembro-me de ti
Quando me recordo de rir
Abertamente como se fosse criança
Voa o tempo quando estou na tua presença
E sou feliz nesses momentos
Não tenho a presença de tudo
Mas tenho a tua companhia
Que me faz sentir feliz
Sou finalmente eu
E o que me faz infeliz
Abandona-me...
Não sei porque é que tem de ser assim
Se tudo o que eu quero é falar por mim
Gosto de ti porque gosto
Gosto dos pedaços que ocupas em mim
Faz frio agora...
E tenho medo que saias do meu viver
Gosto de ti porque gosto

segunda-feira, abril 30, 2007

Um anjo voa pela luz celeste
Coagula o meu sonho
Longe do mundo oscilante
Arrastou o meu corpo para lá do oceano
Enfim parámos para descansar e caímos
Posso agora deslocar-me onde eu quiser
Avançar no tempo…
Recuar no espaço
Trago duas boas qualidades
O vinho dos deuses
E as criaturas da noite
Uma loura outra ruiva
Espasmos melodiosos
Gritos selvagens nas noites quentes
Deixo os sons lá longe
Esqueço a noite…
Entristeceu-me o olhar
Ah… vem connosco…
Forja o teu sentido com o nosso
E viaja ao sabor deste mel
Vento doce
A noite é ainda infantil
Sou um guia deste rochedo
È o meu hábito
A Lua está carregada e orgulhosa
A genealogia do suicídio
Para justificar a perda da visão celeste

terça-feira, abril 24, 2007

Estou aqui
Presente neste momento
Eu e as memórias
Épocas passadas
Quero sair mas não sei para onde
Só sinto o silêncio amargo
Das palavras não ditas
Registo no papel este momento
A tinta simbólica da minha vivência
Sinto-me distante
Sinto-me sem rumo
Circo de malte
Palhaço de palha
Arlequim de ferro
Tão longe que não sinto a diferença

sexta-feira, abril 13, 2007

Ficas-me no pensamento
Olho-te nas ruas mas não te sinto
Mantenho o silêncio do teu olhar
Não te vejo no meu caminho por vezes
Procuro-te sem te alcançar
Quando chega a madrugada
Não quero acordar…
Quero ver-te… sem que seja na minha recordação
O teu nome não sei…
Só a cor do teu cabelo
A calma do teu olhar
Adivinho o teu cheiro por entre a minha mente
Com o meu sorriso percorro o teu corpo avidamente
E descubro um novo caminho desta saudade
Tenho-te não te tendo…
Conheço-te não te conhecendo…
E invento para mim o tom da tua voz
Que nunca ouvi… mas sei que é doce…

quarta-feira, abril 04, 2007

Passo e perpasso por aqui
Não sei já onde passo...
Passo distante do templo
Glória antiga
Mistico tempo...
Passo e desfaço...
O tempo...
Essa palavra que se diz longe de tão perto...
Que se atravessa no meu caminho
Opõe-se a cada momento
Na minha ideia da eternidade...
Passo e passo a contrapasso
Com majestade...
Sem sentido plangente
Por aqui passo
Cada dia, mais um dia...
Busco a bússola do meu viver
A verdadeira alma do meu templo
A voz do meu sentir...

terça-feira, março 27, 2007

Vi um anjo hoje
Toquei-lhe no olhar
Deslizou no meu sentido
Passou por mim a correr
Deixou-me o cheiro
Cedeu-me a vontade…
Deu-me um pensamento…
Segui sul…
Não quero entrar neste lugar para perder…
Preciso então de acreditar
Sei que é um sonho…
Vi um anjo hoje…
Sem medo de me olhar
Tocou uma melodia nos meus olhos
Deixou-me feliz
Sereno…
Pensador…
Retirou-me do crepúsculo por uns tempos
Devolveu-me um sorriso…

terça-feira, março 20, 2007

Tempo do tempo
Que é tempo que quero
Para te conhecer
São as curiosidades do tempo
Que perco por não te ver
Passa por mim o tempo
Que se mostra desatento
Na onda do meu desencanto
Sou eu que passo pelo vento
Rápido… místico
Senhor do tempo…
Passo após passo num mundo que não vejo
Mas silenciosamente alcanço
Tenho sede
São os meus olhos…
Neste mundo deserto
Multidão descabida que me afasto
Desamarro-me deste mundo oscilante
E vejo-te como se te quisesse alcançar
Mas não sei como procurar
Ninguém me disse onde está escrito
Formula do tempo
Tempo do tempo
Tempo que se fez e se foi
Se faz e se mostra desatento
Para comigo este tempo
Não sei procurar-te no tempo
Leva-me com o vento…
Pelo tempo…

segunda-feira, março 19, 2007

È bom ver-te quando te vejo
E não te vejo…
Quando te tenho e não te procuro
È bom sentir-te…
Ainda que no limite do tempo
Quando o sabor do teu cheiro
Se confunde com a saudade
E se esvanece da minha pele
Ardem os acordes do teu toque
Para me deixar sonhar
O véu ainda transparente do teu corpo
O segredo primitivo que me comanda
Pelo templo da minha alma
Pelos arredores do meu quarto…
Faz-me sentir-te não te sentindo
Querer-te não te querendo
Tocar-te não te tocando
Ver-te…
Sem te ver…

domingo, março 18, 2007

Perdi a noite no meu poema
Sem te alcançar
Não durmo mais hoje...
Posso vaguear por aqui de madrugada
Cruzar os abismos da minha mente
Sem te ter...
Os campos cercados do meu jardim
O qual já não vejo
Por onde andei
Deixo-me levar pelas incertezas
E a tua ausência não me deixa dormir
Nascem no chão as sementes desta solidão
Nunca mais chega o Verão
Refaço para mim de novo
O cheiro da tua pele
Para não me esquecer que existes
Choro um poema agora...
Passaram séculos de paixões
Pergunto-me se alguém me vê ou sente
Neste esconderijo secreto...
Retorno ao meu carreiro por onde passo
Marcado por tantos passos
Errante e desacompanhado...

segunda-feira, março 05, 2007

Trago uma carta amarfanhada no meu bolso
Marcada com as letras do meu olhar
E a tristeza do meu sorriso
A tinta despojou no papel
As palavras do meu sentir
Estão borradas as palavras...
Trago-a rasgada nos cantos
De tantas vezes a reler
Finalmente consigo agora ver o mar
Por entre as ameias da cidade
E no mistério da noite os anjos calam-se
Num ritual solene
Embriagados pela melancolia do meu olhar
Como se me levantassem em silêncio
Para me embalarem num culto secreto
Nesta estrada distante ouço as marés
As verdadeiras marchas do oceano
Que se esbatem contra as rochas
Os novos sons são perseguidos
Pelo cheiro dos amantes
A areia oculta nesta madrugada
O segredo do meu sentir
Quase nem a sinto no meu canto de desespero
Fecho os olhos e releio a minha carta novamente
Desta vez acompanhado pela minha voz interior
Pois sabe a côr de todas as letras que pintei
Com o sangue da minha alma
Despojei-a assim...
Com o vigor da minha mão
E a coragem do meu aparo

sexta-feira, março 02, 2007

Deixei a Lua hoje
E não sei o que me mantém agarrado aqui
Parece então que passaram séculos de silêncio
Sentado de frente para o mar
Estou aqui…
O meu rosto sujo toca o vento
Sei que em outros recantos já ouvi o mar…
Em outras terras também…
Contudo a recordação não me satisfaz
Preciso sentir a sua eterna presença
Fala-me ele em poucos sentidos
Contorna-se no meu ser
E despoja-se no meu olhar
Oceano misterioso
Antigo e contador de histórias
Verdadeiro sal da antiguidade
Oscila no meu ouvido a voz das sereias
Embalam-me neste momento
Para que me sinta real novamente
Ah... dá-me guarida neste dia
Sinto tamanha tristeza...
Talvez peça conselhos ás Tágides
Essas ninfas do Tejo
A quem Camões devolveu a eternidade

quinta-feira, março 01, 2007

Faz tempo que não me prendia
Deixei-te prostrada na cabeceira
E a minha mão que por vezes teme em tocar-te
Esqueceu-se de ti por tempos
Simples aparo…
Nem a tinta secou…
E esse odor que tens
Ainda que por vezes cruel
Faz-me navegar por entre castelos de palha
Saudade de te pegar de novo
Dialogas comigo tempo inteiro por vezes
Encontro o meu refúgio pelas tuas linhas
Por vezes até as escondo por entre os meus papéis
Ah… serás, tão inanimada como dizem?
Por detrás de ti…
Escondes essa vaidade de saberes o que sou…
Tu és sim um bom confidente...

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Segue a minha mão
Porque teme em escrever
A minha alma jovem
Acompanha-me por aqui…
E despejado… deixa-me então sonhar…
Sou eu quem te escreve…
Palavra por palavra
Letra por letra
Por estas linhas estranhas e vazias
Lágrima por lágrima
Segura-me de novo doce poesia
O meu sentido neste instante deixou-me voar
Sorriso por sorriso
Deixa-me ir neste túnel
Sem rasto e sem caminho
Deixa-me descansar no teu leito
E poder adormecer
Neste mistério mais que oculto
Onde sou caminheiro
Estrada viva que se mostra…
Ainda fria…
Este rumo… desnorteado…
Atalho subtil para a glória mística
Distância já cansada por onde ando
Deixa-me rastejar pelo teu trilho…
A minha via láctea…

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Como uma droga…
Experiência infinita
A minha mão separa-se do meu pensamento
Para te descrever…
Sou eu agora quem te escreve
No calor deste silêncio que imaginas
No teu quarto…
Sou eu que te toco
Sou a tua pele…
Quero ser eu que arrepio…
Estou curioso no teu sono
Vejo-te por entre as ameias deste meu castelo
Penetro no teu sonho
Para desvendar o teu sentido oculto
Deixo-te cansada
O suor que escorre pelo teu peito
Sou eu sim…
Que me desfaço no teu leito
E me desafio no teu pensamento
Navego pela noite para te deixar aqui
Prostrada e doce…
Azul...
Minha…
Quero o teu cheiro que me embala…
Para me deixar demente
Dormente…
E constantemente louco

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Já nem sei por onde ando
Marchamos juntos num deserto obscuro
Por vezes somos brutais
Somos únicos…
Outras das vezes… Somos vulgares demais
Naquela noite…
Vivemos uma visita intensa
Um momento melancólico de tristeza
Luz das luzes…
Não estou por cá
Apaguem as luzes então…
E o som deixou de se ouvir
Silêncio… é o que quero ser agora
Vou tentar correr para outro lado
As lágrimas escorriam suaves pela pele brilhante
Não deveríamos nunca ter medo de chorar
Não me lembro do sonho
Nem sequer me recordo das cores
Nem dos temperos da saudade do amor
Costumava lembrar-me…
E escrevia sobre essas recordações
Estarei a morrer?
Sim, aos poucos diz-me ela, calma e suave…
Quem me faz divagar nesta noite?
Quem me deu impulso para navegar?
Já nem sei…
Perdi a bússola do meu viver…

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Quero que me conheçam
Então não sei por onde começar…
Gosto de escrever, adoro escrever
Adoro o mar, adoro o dia, amo a noite
Gosto das pequenas coisas
Gosto da Lua quando estou triste
Adoro cantar sozinho
Gosto das saudades que sinto
Gosto do sabor da chuva num dia calmo
O cheiro da terra húmida
Amo os meus amigos
Gosto do sabor de estar sozinho
Mas tento não dispensar uma boa companhia
Adoro o cheiro da pele das pessoas
Os olhares, as vidas e as histórias
Amo o Sol…
O cheiro do Natal…
E aquele perfume de mulher numa manhã de Outono
Gosto da troca de olhares
Atrevidos ou não…
Gosto de beijos
Amo os abraços
Amigos ou algo mais
Gosto que gostem de mim
Gosto de tatuagens, mas não tenho nenhuma
Sinto prazer em amar
Amo viver!
Prefiro apreciar e escolher
Adoro ler!
Faz-me bem treinar até ao meu limite
No dojo adoro o momento em seza num final de tarde
Gosto do sabor a suor quando escorrega nos meus lábios
Gosto do cheiro das oficinas
Adoro os castelos antigos
Fragmentos de livros velhos
E as ruas estreitas mais antigas
Amo a música composta, clássica
Que tenha sido criada com alma
Adoro o mundo
A vida, e aprecio os animais
Adoro os tigres
E orgulho-me de fazer parte deste fragmento
Deste momento que representa uma época
Desta vivência infinita que representamos
Gosto de mais coisas
Mas gosto do sabor de não ter palavras para as descrever
Mantém o mistério que eu também adoro

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Quando passares por aqui…
Estarei longe…
Perto demais do meu refúgio
Longe de ti
Distante deles…
Não irei sair daqui vivo
Nem por um momento…
Não quero!
E se tiver de me ocultar…
Será aqui…
Um eremita na cidade do caos
Afastado de todos esses déspotas…
Injustos e cruéis…
Não…
Não conseguem alcançar-me aqui…
Nem que me procurem pelas trevas…
Aqui… Estou rodeado de todos os meus amigos
Abrigo tranquilo…
Protecção constante…
E se passares por cá, estarei por fora…

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Perco-me no deserto da mente
Navego pela sentença moral
Entre nós não há espaço para o tempo
Somos trágicos
Entre nós não há tempo
Só aquele sabor dormente
O suor quente
O desesperado momento de solidão
Vou ter contigo…
Acompanha-me nesta viagem
Vou atravessar o oceano
Flutuo serpenteando por esta auto-estrada sublime...
A minha pele está fria…
Pálida…
Estou cansado de correr
Farto de não me encontrar
Então voo…
Cabeça latente... e enjoo...
Muito perto… No entanto lá longe
Longínquo
Busco em ti novamente…
Algo mais intenso…
Um beijo mais profundo que este mistério
Uma emoção que me retorne o prazer de ser livre

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Acorda-se numa manhã
Tudo está diferente…
Não há tempo para rodeios…
Não somos mágicos
Não há momento para ilusão
Apenas o fim anunciado…
De tudo o que existiu
Sem nada para trás
Sem surpresas…
Não voltaremos a olhar-nos…
Foi o fim miúda…
Sou humano
Entristeço…
Mas não sou um ser vulgar
Nem pensar nisso
Sou de carne…
E por onde andas eu já lá estive
Não existe nada de novo aí…
Mas procura bem fundo
Para não caíres em desespero
Apaga as luzes quando saires

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Ela deixou um bilhete na minha cama
“Se tiveres fome… liga-me…”
Deixou-me imóvel…
Sereno
Inconsciente
Azul…
Partiu sem deixar rasto
A manhã era melancolicamente submersa
Diria poética…
A noite foi sem tino mas instintivamente nossa
Deixou-me ausente…
Como se vivesse na água
Mas não dentro dela…
Como se abraçasse um sonho
E se fosse aquele sonho
Jamais queria acordar
Deixou-me nu…
Satisfeito…
Calmo…
A pele dela tão macia
Corpo esguio, magro
Lânguido…
Rodopiou por mim noite inteira
Doce…
Mulher…