terça-feira, outubro 02, 2007

Capa preta, ligeiramente suja
Camisa branca rendada nos punhos
Antigos no mundo
Desloca-se com as palavras
Viaja a alta velocidade
Onde quer que chegues
Ele já lá esteve…
È veloz no tempo
È eterno mesmo que tu não o desejes
Já desvendou e amou a noite
Primeiro que tu…
Percorre o vácuo com avidez de um homem cego
Precede a todos em tempo, lugar ou categoria
Esse abismo que pensas entrar
Ele escavou-o cada vez mais fundo
Até ao inicio da escuridão
Fez amor com as palavras
Desses momentos brota a noite
Com ela a solidão...
As frases não ditas…
Recria a vida e ama as trevas
Com os aparos, canetas e tintas
São a arte do mundo
O sangue imperial da alma
Azul, negro ou vermelho
Esses poetas
Narradores da alma…
Loucos, apaixonados, furiosos ou arrebatados
Amarrotados pela humidade nocturna
Idealistas profundos…
Poetas e amantes…
São todos os mastros e pilares da sociedade secreta
A alma do mundo…