quarta-feira, maio 07, 2008

Devo render-me a mim mesmo
Tornou-se difícil agradar-me a mim próprio
Talvez exija de mim o que não existe
E o que posso dar não é moeda de troca
Sou quem sou
Sou escravo do que penso
Do que tento ser
Talvez seja mesmo o que sou
Rendido a mim mesmo
Talvez alcance metade do que me proponho
Tão farto deste solitário eu
Tão só que estou longe do meu lado
Não passo de um poema nocturno
Rendido ao que sou
Estou tão alto que o céu me perturba
Estou tão aqui que não quero este momento
Canso-me a desfazer este momento
Não quero o meu ar cansado
Nem um caminho traçado