quarta-feira, setembro 24, 2008

Caminho sonâmbulo
A noite passa como uma vida fugaz
O ar oprime o vazio
Nas minhas mãos... um aparo
Move-se lentamente
Por entre as linhas inexistentes
Deste papel branco
Vazio...
Marcas de inutilidade absorvidas pela madrugada
A minha mão passa descontrolada
Rasgo mais uma folha entre tantas páginas
Devolvo-me ao mistério místico de estar aqui
Taça amarga deste posto inseguro
A janela com vista para a noite
Deixa-me intacto por segundos
Momentos sólidos de pensamento inactivo
Deixo-me levar nesta meditação solene
Aguardo a espiral de pensamento
Que vem como um orgasmo lento
E se espalha como um doce veneno libertador
Aguardo e movo-me pela noite já cansado