sábado, janeiro 30, 2010

Há um som a cada noite que me separa
Talvez uma linha entre o real e o irreal
Um som quase sem tom
Quase que um sigilo
Como que fosse o despertar
Do meu próprio silêncio
Então assim debruço-me uma vez mais sobre mim
Neste meu ser tão distante
Fico sentado sem descanso
Fico amargo sobre o sorriso meu por enquanto
Fico aqui nesta sala fria
Fico doce
Sentado no chão e fora de mim
Fico calmo, sereno
Como se fosse um acorde
De uma guitarra que não ouvi

terça-feira, janeiro 26, 2010

Procuro nas palavras antigas
Uma porta para a minha confidência
Um lugar ermo para descansar o meu corpo
Talvez seja consumido pela luz
E me transforme em puro pensamento
Talvez...
Talvez aqui fique por mais algum tempo
E me torne fiel amante da madrugada
Apetece-me ficar aqui tão sozinho
Neste canto, nesta praia
O frio toca-me o rosto como uma faca afiada
Queima-me o tempo...
Desfaço-me na tentação de estar ausente
Ausente...
Que palavra... que silêncio...
Fora de mim procuro um braço
Um abraço forte de mim mesmo
Ah... porque preciso de mim agora...
Tão longe fui que já não sei voltar atrás
Ausência tão eficaz que se torna um crepúsculo
Imponente!
Sou capitão nesta ausência
Conduzo um navio enorme
E mesmo assim dou comigo à deriva
Estranha ausência de mim
Não ofusques o meu ser...
Deixa que a minha alma me conduza para outro lugar

domingo, janeiro 17, 2010

Iniciei este blog há qualquer coisa como seis anos, lembro-me de começar a escrever aos doze, recordo-me de sentir tristeza aos seis, lembro-me dos pequenos detalhes da minha vida, durante todo este caminho que percorri nunca me esqueci de que sou um ser humano e de que o sentimento não tem um valor na sociedade, neste espaço de tempo tão curto que é a vida, vivi como tantas outras pessoas confrontos de sentimentos, pensamentos, tristezas, alegrias, hoje quando entrei no meu blog apercebi-me que tenho para cima de onze mil e quinhentos registos de visitas, foi um caminho lento até chegar aqui, por vezes um ritual triste, dou comigo a pensar que pessoas e de que lugares já leram o que senti.
Deixo aqui a minha mensagem de agradecimento a todos os que lêem o que escrevo e espero que gostem do que escrevo, que as minhas palavras ou frases sejam um transporte para um lugar bem mais perto dos vossos sentimentos, da minha parte contem com o meu sentimento puro que tento sempre descrever, não ouso pensar na forma da frase ou palavra, limito-me á libertação de um conjunto de sentimentos, assim como Neruda um dia descreveu o grito Agú, aquele que é o primeiro poema sem ser forjado pela alma consciente, o primeiro pensamento sem ser modificado.
Todos somos diferentes no entanto nas palavras encontramos por vezes algum conforto, eu encontro em todo o local onde existe sentimento puro, espero que aqui neste lugar por vezes tão frio e sombrio que é o mundo virtual, encontrem algum abraço acolhedor nas minhas simples palavras.

Paz e amor a todos
Guilherme

sábado, janeiro 16, 2010

Posso chegar tarde esta noite
Chegar aqui e ausentar-me mais esta vez
Como tantas outras noites
Esta é mais uma madrugada distante
Em que sozinho me perdi
Posso deixar a minha lágrima fria lá fora
Posso chegar tarde então nesta madrugada
Abandonar o sonho que não tenho
Trocá-lo por este momento
Permito-me a mim mesmo não mais sonhar
Hoje deixo a agonia levar-me
Só hoje...
Porque talvez até esteja triste
Porque talvez até queira viver simplesmente este momento
Deverei chegar tarde esta noite
Como se não mais voltasse
Como se me quisesse perder sem destino
Sem pensar até em me encontrar
Posso e vou chegar tarde esta noite