terça-feira, janeiro 26, 2010

Procuro nas palavras antigas
Uma porta para a minha confidência
Um lugar ermo para descansar o meu corpo
Talvez seja consumido pela luz
E me transforme em puro pensamento
Talvez...
Talvez aqui fique por mais algum tempo
E me torne fiel amante da madrugada
Apetece-me ficar aqui tão sozinho
Neste canto, nesta praia
O frio toca-me o rosto como uma faca afiada
Queima-me o tempo...
Desfaço-me na tentação de estar ausente
Ausente...
Que palavra... que silêncio...
Fora de mim procuro um braço
Um abraço forte de mim mesmo
Ah... porque preciso de mim agora...
Tão longe fui que já não sei voltar atrás
Ausência tão eficaz que se torna um crepúsculo
Imponente!
Sou capitão nesta ausência
Conduzo um navio enorme
E mesmo assim dou comigo à deriva
Estranha ausência de mim
Não ofusques o meu ser...
Deixa que a minha alma me conduza para outro lugar