quinta-feira, abril 03, 2014

Quanto mais penso mais pequeno sou...

terça-feira, fevereiro 25, 2014

A minha voz embarca num grito aflito
Uma noite inteira passa devagarinho
E não passa por mim a brisa da madrugada
Porque navego já longe dos meus sentimentos 
Numa mancha negra que se mostra na noite vazia
Voo neste silêncio quase gritado 
Quase vazio e cheio de nada 
E aguardo o nascer do dia 
Porque quanto mais navego 
Mais sinto o meu grito 
Voo devagar e magoado 
Cansado e sem rumo
Desamparado aqui me encontro 
A precisar da minha luz 
Que desapareceu assim numa batalha sem sentido
E preciso tanto da minha chama acesa
Nesta noite sem sono e um sabor a abandono


quarta-feira, janeiro 15, 2014

De repente o mundo ficou rápido
Tempestuoso e frio
E a água gelou
Congelou...
As árvores pararam de crescer
Os meus pássaros pararam de cantar
E a minha sentença desenrolava-se
Escrita por alguém
Num livro dourado de metal
Eu fiquei á espera
Que me fosse retirado um ultimo folego
E sem querer encontrei um pequeno ramo
Ao qual me segurei
Com força...
Agarrei-me ali sem sentido
O frio congelou-me e sentia o peito apertado
O meu coração abrandou
Eu podia agora pensar mais devagar
O mundo ficava mais lento
Mais limpo
Mais puro
Deixava-me levar
E perguntei-me como será?
Como será encostar-me aqui?
Congelar o corpo nu
Até que alguém me venha resgatar da vida
Até que alguém note que existi e que vivi

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Quem me quiser falar que me chame
Já não vejo ninguém...
Se alguém me vir foi um acaso
Se alguém me reconhecer é um engano
Ou um fracasso da memória de alguns
Mergulhei convicto  há muito tempo
Sob um céu de águas estagnadas
Onde outrora a água era água
Vinho era vinho
E amor era amor
Esta dor que arde dentro de mim
Num perpétuo movimento
Onde numa sinfonia turtuosa nado para longe
Até ao meu desembarque
Em terras distantes
Vivo aqui na água
Mas não dentro dela
Vivo aqui no mundo
Mas não dentro dele