segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Quando olho para mim

Analiso se estou parado no tempo

Ofuscado pela corrida desenfreada dos dias passados
Reparo então que o mundo andou ao contrário
E sem saber procuro-me
Reparo nos meus traços
Os meus anseios
As muralhas que criei
Revejo-me no Universo que não é mais do que eu
Pois sou dono do mundo
E este é dono de mim
Andamos de mãos dadas
Pois então corremos de um lado para o outro
Como duas crianças
E o tempo passa
Passa aqui e ali
Passa sem parar porque não há tempo
Não há tempo para parar



Não tenho nada que já tivesse esquecido
Pois quando o tempo passa fica a memória
Como se se tratasse de uma manta de retalhos
Muito elaborada e de cores tão vivas
Mas mesmo assim alguns tons passam despercebidos
Como que se ficassem esquecidos
Ocultos aos olhos de quem os não vê
Mas as cores não mentem
Assim como as recordações não se esquecem
Talvez os pensamentos outrora pensados se desvaneçam
Mas não tenho nada aqui dentro que já tivesse esquecido
E é tão bom lembrar-me do tempo que passou