quinta-feira, junho 23, 2016

As vezes, quando me esqueço dos outros
Lembro-me de que algo para trás ficou
É quando me sinto triste
Por não conseguir andar para trás no tempo
É também assim nesse momento
Que sinto que o tempo não parou
E que algo em mim ficou como que estagnado
Um sentimento que não sai mas mata
Um sentimento que se congelou durante a minha vida
Um sentimento que se mantém e me destrói
Ás vezes esse sentimento dura algumas horas
Outras das vezes dura dias
Depois passa...
Mas volta...
Como um vai e vem frenético durante anos diferentes
No entanto iguais
Acompanhados por este sentimento que se mantém em alerta
Será assim para toda a minha vida?
Uma questão que coloco nos momentos em que os dias passam
E este sentimento teima continuar
Escondo-o como se estivesse a dançar
Num baile de máscaras ambulante
Que se dilata no meu sorriso
Mas habita no meu ser
E faz parte do palco da minha vida
Como uma tragédia que não tem fim
Senão o próprio trágico fim da eternidade
Este sentimento antigo que protege a saudade que eu gosto de ter
Mas que me destrói
Acompanha-me como se fosse a minha pele

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Quando olho para mim

Analiso se estou parado no tempo

Ofuscado pela corrida desenfreada dos dias passados
Reparo então que o mundo andou ao contrário
E sem saber procuro-me
Reparo nos meus traços
Os meus anseios
As muralhas que criei
Revejo-me no Universo que não é mais do que eu
Pois sou dono do mundo
E este é dono de mim
Andamos de mãos dadas
Pois então corremos de um lado para o outro
Como duas crianças
E o tempo passa
Passa aqui e ali
Passa sem parar porque não há tempo
Não há tempo para parar



Não tenho nada que já tivesse esquecido
Pois quando o tempo passa fica a memória
Como se se tratasse de uma manta de retalhos
Muito elaborada e de cores tão vivas
Mas mesmo assim alguns tons passam despercebidos
Como que se ficassem esquecidos
Ocultos aos olhos de quem os não vê
Mas as cores não mentem
Assim como as recordações não se esquecem
Talvez os pensamentos outrora pensados se desvaneçam
Mas não tenho nada aqui dentro que já tivesse esquecido
E é tão bom lembrar-me do tempo que passou