terça-feira, dezembro 29, 2020

Quanto mais o tempo passa
Mais a necessidade de libertar-me das palavras 
Que de tanto se acumularem no meu peito
Deixam agora marcas quase visiveis do que não sai
Palavras não ditas são setas afiadas 
Que habitam em mim 
Como uma maldição desta gente que escreve
Desta gente que sofre
Há momentos que só a solidão consegue libertar-me
Como um veneno que sai da minha pele
Há dias em que o ar se torna irrespirável


sexta-feira, setembro 11, 2020

Já por vezes me desconheço
De facto já não sei quem sou
Talvez eu não seja eu
Ou quem sabe, seja somente uma imagem dos sonhos que fui tendo
E agora... não me reconheço em nenhum deles
Alguma coisa devo ser
Por agora não me reconheço
Uma coisa é certo, não quero desperdiçar nem mais um minuto a tentar alcançar sonhos que não são meus
Talvez se fossem, havia em mim algo em que eu me reconheceria
Não como humano, mas talvez como eu mesmo
Por agora parece que uma nuvem cinzenta ofusca todo um caminho percorrido
De facto tudo me parece enevoado
E eu estou aqui