sexta-feira, novembro 04, 2005

Consigo espreitar-te…
Por entre as ameias do castelo
Os corpos desenfreados
Passam e perpassam
Pelos teus cabelos ondulados
Sinto ainda o cheiro da terra
Humedecida pela chuva intensa
O calor humano da feira
Propaga-se pelo meu inconsciente
Ainda sinto em ti o verdadeiro sabor da poesia
O teu mistério nocturno impenetrável
A beleza pura que te envolve
Consigo ainda…
Escrever sob o teu véu
As palavras mais tristes
As frases mais amigas,
E o meu sonho mais antigo
Contudo, continuo a ser errante
E ainda assim procuro o âmbar dos deuses
Na tua noite mística
E historicamente doce
Como se procurasse em absoluto o final da eternidade
Ou a formula da eterna juventude
Como se encontrasse em ti
Uma bússola que me dirigisse ao meu acampamento
Fica ainda no tempo dos tonéis
Quero ser velho como tu
Para continuar a absorver-te constantemente
Nesta viagem que me dirige
Em todos os sentidos…