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terça-feira, dezembro 29, 2020
sexta-feira, setembro 11, 2020
terça-feira, julho 23, 2019
Como se dissesse adeus a uma criança
Desse modo, em que não estou
Fecham-se os meus olhos em sonhos
E é tudo. E é nada.
Como um vazio que se abre para o mundo
Posso dizer que nasço de novo
Ou dizer que já não sou o mesmo que a vida esconde
Já não sou eu senão o sonho
Talvez seja uma melancolia
Mas que certeza eu tenho que não é um sonho?
Onde não quero dormir
E por amor
Talvez eu fosse
quarta-feira, junho 19, 2019
segunda-feira, junho 17, 2019
Depois de batidas na máquina
Sinto-as impressas como se fossem mais que palavras
Sentimentos marcados
Sabes... às vezes certas letras rasgam o papel
Perfurando-o de um lado ao outro
Deixam pequenos buracos por onde a luz passa
Não sei já se é a emoção que trago comigo ao bater nas teclas
Se é apenas o mecanismo que bate no papel possa estar estragado
Eu acho que é ela, esta máquina velha que já me vai conhecendo
Deixa-se levar pelo ritmo do que sinto
Eu acho que ela se funde em mim
Não sei...
Tenho impressão que ela me conhece
Que de qualquer forma já me desvendou e sabe quem sou
Sabe o que penso
Sabe que tenho fome de ti
Pois o bater ritmado das letras
Revela-se morno, quente ou frio, forte
Lento e fraturado
Sim esta máquina tem qualquer coisa
Qualquer feitiço que me conhece
terça-feira, março 26, 2019
Encontro-me sem me querer encontrar
Sob a ferocidade do mundo
Esgota-se a tristeza e faz-se noite
A poesia comunica
Como uma resposta kármica
Apresenta-se a ela própria
E aos outros que não querem vê-la
Mas quando não existe mais nada
Quando não há coisa nenhuma
Então surge o verbo
Como uma sentença premeditada
Como que inatingível e perverso
Numa alquimia pandemica em forma de palavra
Que representa esta comunicação vibrada
E então num breve diálogo secreto
Como se fechasse os olhos
E mesmo assim, toda a nitidez do mundo
Surgisse perante a negra e escura luz interior
Como se de um intervalo no tempo se tratasse
E a grotesca solidão de estar só se revelasse
Por entre a humanidade
Que é certamente mais gente do que eu
E eu certamente em mim mantenho as dimensões
Ainda que ilimitadas do universo
Como um eterno epílogo intransigente
terça-feira, fevereiro 05, 2019
Na esfera do dia-a-dia
No descalabro da vida virtual
Permito-me chorar por alguém que não conheço
Por alguém que morreu
Por aquela menina assassinada pelo pai
Encontrada numa mala de um carro
Porquê? Pergunto-me!
E porque sou humano
Então eu choro sem resposta
E comovido porque não entendo
Abate-se em mim uma tristeza
Uma estranha tristeza do mundo
E as lágrimas não se contêm
Escorrem simplesmente
Deixo-as cair livres
E não me importo se me vêem ou não vêem
Se me falam ou vêem falar
Há lágrimas que não devem de ser caladas
Como pode o mundo ser assim cruel?
Uma escuridão que nos rodeia
Triste é quando morre alguém
Mas quando uma criança morre...
Se ao coração cabe o amor
Então à humanidade cabe saber se é capaz
Enquanto esperamos por lentas respostas
As lágrimas podem cair
Não é proibido chorar quando se é humano
Mas com toda a triste demência que me rodeia
Talvez eu não seja humano
Talvez eu seja então de outro planeta
Porque não cabe em mim tanta tristeza
quarta-feira, janeiro 30, 2019
Senão o ritmo da vida
Tal como a água flui
E o vento não descansa
Também o ritmo da alma não tem torpor
E a frase dita e não dita
Molda o poema
Refaz uma vida
Conserta o espírito
Reconstroi e alimenta
Quanto à eternidade
Descreve-a...
E engorda-se dela
Num poema, todos os corpos são palavras
Todas as formas são verbos
Ora nascem
Ora crescem
Morrem e ressuscitam
É o poema a ser um poema
No seu próprio ritmo
De braços abertos para abraçar
Sendo ele um arquitecto
Ele arquitecta-se
Refaz-se
O que é um poema sem ser um poema?
Uma criança sem ser uma criança?
Uma mulher sem ser uma mulher?
Um homem sem ser um homem?
O que somos senão poemas
Senão caminhos válidos para as palavras
Que cabem em nós
Que nos vivem
Que nos somam
Na metafisica da vida
Do ser humano
Do amor
O poema é nada mais do que a doutrina da essência das coisas
terça-feira, janeiro 29, 2019
Qual engate desengatado
Miserável
Numa corrida contra o tempo
Numa penetração vazia contra o nada
E a solidão lá está
Quieta num dia-a-dia cada vez mais novo
Mais recente
Mais só...
E lá vai ela também
Como que se buscasse algo
Talvez o infinito
Num dia em que o dia não passou da noite
E a noite foi o dia todo por ele inteiro
Engolido na solvência da madrugada
Da manhã, da noite
E eles encontram-se num vazio que é só deles
Numa transparência que é só deles
Numa dor que é só deles
Em uma solidão que não se vê
Mas que se sente
Que se impôe
E que morre dentro um do outro
quarta-feira, janeiro 09, 2019
Atei-lhe os pés
As mãos
Tapei-lhe a cara
E sufoquei-o
Com o manto dos objetos
Com a vida
Esqueci-me dele no tempo
Diria que o matei bem morto
Depois engoli-o e escondi-lhe a alma
E o tempo passou
O tempo passa sempre
Não pára...
Nunca pára
Quando me recordo da cara dele
Sorriso eterno
Quando me lembro dele, era apenas um cego que queria ver
Um miúdo de vinte anos faminto de vida
E por vezes na vida não se vive
Sobrevive-se...
Complica-se...
Morre-se lentamente, como quem se mata
Num suicídio agonizante
Morre lentamente quem não faz o que ama
Quem não chora
Quem não ri
Matei sim...
Quem sabe asfixiei um sonho de criança?
Mas não fui eu!
Não!
Recuso-me a ser um criminoso, um suicida...
Pois no mundo há sempre quem culpar
Para mim, foi a sempre alegre e cobarde sociedade
Fétida e imoral...
E agora o medo...
O medo de morrer duas vezes
Um medo que se assume em contrabando
Que se move fugaz
Que se autoproclama
Então eu penso: Será que matei aquele homem?
Será que me enterrei
Será que...
Será? - Pergunta o menino.
Aquele menino homem, observador, que me acompanha
E eu?
E eu? Que respondo?
Eu não sei responder
sexta-feira, dezembro 28, 2018
Entre canetas e papeis
Computadores estúpidos
Numa estranha mania inteligentes
Inanimados e obscuros
Entre empresas multinacionais
A vida avança e não pára
Relaciono-me com as palavras
Bato-as na máquina de escrever
Nas teclas fulminantes, canetas ou lápis HB
Atravesso palavras
E sinto-as crescer
Renascem no meu ego
Deixo-as expostas para as deixar ir
Sou apenas e unicamente um poeta
Que colecciona sentimentos que sente
Numa linguagem nua em que se vê crescer
E na palpitação da vida
Não sou nada
Sou só um transitório corpo que avança
E envelhece
E ama
quarta-feira, novembro 21, 2018
À distância de uma madrugada exausta
Consumida pelo fogo da noite
Nos meus ombros, um casaco envelhecido
Observo o tempo que passa devagar
Está frio e escondo a cara
Procuro a liberdade neste papel branco
Se a encontrar mantenho-a em cativeiro
Sob as correntes apertadas do mundo
Os olhos fechados, discutem com a escuridão
Rasgam a noite que há em mim em mil pedaços
Confundem-se ou fundem-se
Com o apagão nocturno
Não, não é Setembro
É apenas uma noite familiar
Onde caio e me levanto
Como uma maldição
Não preciso de ir buscar inspiração a lado algum
As palavras vêm ter comigo
Crescem aqui dentro
Um fardo pesado que cicatriza lentamente
Por vezes finjo que passa
Outras descaio-me nas palavras
Como se escorregasse na chuva
Ou se caísse no chão coberto de destroços de guerra
Sabes, longe não é assim tão longe
Volto para trás e avanço
Hipnotizo o tempo
E faço dele o meu aliado
Não quebro a espada
Não desfaço a alma
Não parto nada que não esteja partido
Olho a noite a passar
Vejo-a escrita
As minhas palavras movem-se silenciosas
Como um navio que tenta alcançar uma terra distante
Uma paz utópica
Uma feitiçaria
Um qualquer poder nocturno
quinta-feira, novembro 15, 2018
Se o som das palavras que me amarram
Pudesse alguma vez soltar-se
Eu descreveria com a minha voz
Uma dor que já não dói
Falava em voz alta e de cabeça erguida
E então ouviam-se as palavras
Ouviam-se histórias contadas aos cantos
De quem ama como ama o amor
De quem sofre lentamente
Mesmo que me fizesse chorar
Pois um homem também chora
Também se entristece
Também sente quando alguém não está presente
Se as palavras se soltassem
Eu voava sem ter medo da altura
quarta-feira, outubro 24, 2018
segunda-feira, outubro 22, 2018
terça-feira, outubro 02, 2018
sexta-feira, agosto 31, 2018
Se eu não fosse
Seria um sinónimo de coisa nenhuma
Então, também eu não teria acontecido
Não seria
Seria puramente nada
Mas seria um vazio implorante de tudo
Eu seria um vazio chato e reclamante
Mas nunca me perderia
Eu seria o silêncio
Seria a semente do acordar
Que não adormecia
Mas que queria florescer
Ah... Se eu não fosse nada
E o mundo fosse tudo?
Será que eu queria ser?
Não...
Não queria todos os dias o ritual do mundo
E aquela saudade do vazio, do nada
Iria certamente aborrecer-me
E transformar-me no tudo que sou
quarta-feira, agosto 22, 2018
Dias de terra
Nós de cabeça baixa
A olhar para o nada
Sozinhos com pouco no bolso
Uma casa desarrumada
Os amigos na vida
E o que dela resta
Consome-se o tempo e o mundo
Espalha-se lentamente a eutanásia pelas ruas da cidade
Onde ninguém já brinca
Onde não se vêem as crianças jogar
Só os ateus cabisbaixos nos seus telemoveis
Desfeitos de vaidade e parvoíce
Jazem velhos e apodrecidos
Numa rua de merda
Onde ninguém se fala
Onde ninguém se conhece
E todos se desfazem lentamente
quinta-feira, agosto 16, 2018
Vai e volta como as ondas do mar
Um vai e vem de intrusão
E como se não bastasse não estás aqui
Nem vais estar
Como se não bastasse
Não há sossego
Mas vive-se
Respira-se o mar que continua de azul turquesa
segunda-feira, agosto 06, 2018
Lamento para mim ter perdido aquele sabor
O sabor de saber amar
Talvez não consiga amar já
É a definição de tristeza pura
Leva-me aonde não fui
Leva-me à ternura desse saber
Dessa moda intemporal
Não quero o espaço do vazio
Não quero as palavras não escritas
Não ditas
Talvez o sabor tenha ficado preso no tempo
Congelado num continente distante
A minha cara parece não mostrar o que sinto
Mas não...
Os meus olhos não me mentem
Apenas me assustam
E desesperam
Caem no infinito
Desmontam-se em peças
Abrigam-se ocultos
Vive mais do que ontem!
Mas vive
Sem amanhã
Não deixes que ninguém te veja longe de ti
Das tuas palavras
Das tuas aspirações
Dos teus desejos
Dos teus sonhos
E sonha, sonha acordado e a dormir
Sonha o teu sonho
Mostra-te ao futuro que é agora
E sê tu próprio a poesia que pensas sonhar
Aquela que preenche o vazio com a emoção
Aquela poesia que constrói e destrói mundos
Que te faz a ser tu próprio
Entra em ti como gostarias de ser recebido
Dá ao teu dia uma hipótese única de ser um bom dia
Não duvides de ti nem um dia
Um dia preenchido pela dúvida será um dia a menos na tua vida
Abraça o mar todos os dias
Abraça-o, nem que seja usando a tua imaginação
Que importa ter se não ser?
Que importa pensar senão sentir
Sente!
Acima de tudo sente...
sexta-feira, agosto 03, 2018
Nem as palavras que se se apresentam aqui
Nem a tinta da máquina de escrever
Nem o papel branco
Nem sequer o fugaz computador anarquista
Talvez seja a experiência da vida
A barba branca
E as rugas nos olhos
Sim talvez seja a vida
É o tempo
E a aborrecida tarde de verão
Em que cai a saudade
E onde as palavras não caem
Não cabem
Nem sequer chegam a tocar a solidão
Sobrevive-se com força
Como se recomeçasse do infinito
E ainda assim foram criadas por mim estas palavras
Não sei como mas sei porquê
Se for poesia então não morre
Não morro
sexta-feira, junho 29, 2018
Não porque queira ou porque me digam para escrever
Mas simplesmente quando vivo um momento
Preciso de o registar de alguma forma
As palavras querem sair
Dos meus poros
Dos meus olhos
Da minha boca
E descem sobre mim sob forma de rabiscos
Eu preciso de uma forma de recordar
Então eu escrevo com as palavras que conheço
Para recordar, para viver
Chamem-lhe o que quiserem, poesia, prosa, texto, rabiscos
Eu preferia não lhe dar um nome
O que for é
Só quero descrever aqueles momentos
Aquela fase da vida que nunca mais se vai repetir
Para a recordar
Pode ser dentro de um dia, um mês, dez anos, não sei
Recordar aquele momento, aquela história que eu vivi
Aquele sentimento fica ali descrito no tempo
Durante anos
Como se ficasse congelado no espaço e no tempo
Como se fosse uma memória que eu pudesse aceder
Não mudo uma palavra no que escrevo
Sempre foi a minha regra
Não mudo uma única palavra
O que sinto sai escrito assim
Quando eu leio o que escrevo
Eu descongelo aquele momento só para mim no silêncio do meu ser
E vivo tudo outra vez com a mesma intensidade
Recordando só para mim aquele tempo
Porque é só meu
As palavras são só minhas
Muito minhas
quarta-feira, março 28, 2018
Se te amar
Com certeza será verdade
Pois não saberei olhar-te de outra forma
E se te amar
Serei teu
Assim como a água é da terra
E na minha vida vou querer-te
Todos os dias
Porque se te amar
Serei completo
E os dias contigo serão eternos
Com todas as horas e minutos
Se te amar
Vou dizer-te baixinho
Para que entendas todo o meu ser
E me escutes no teu interior
sexta-feira, março 23, 2018
Sem pressa desenho-te
Percorro com os meus dedos o teu corpo
Enquanto os teus olhos se debruçam nos meus
Um sonho utópico...
Foi nesta idade que o amor me foi buscar
Como um ato de coragem
Que alguém precisa de ter
E eu preciso de te ter
Sei porque te quero
Porque me fazes bem...
Quero-te por te querer também
E não te quero longe de mim um dia que seja
Pois não sei viver da saudade
Mas quando não estas aqui
Eu desenho-te neste papel branco
Para que possa tocar-te o rosto
E ver os teus olhos brilhar
Sentir-te perto de mim
terça-feira, março 13, 2018
Hoje é um dia
Em que te queria só para mim
Tocar-te no rosto e sentir-te
Fazer-te uma ternura ou um carinho
Sentir os teus braços no meu pescoço
Nascia em mim uma profunda primavera
Numa alquimia perfeita
Hoje não quero sair para a rua
Quero ficar aqui
Á espera que venhas
Que me despertes e me beijes
Me faças sonhar e divagar
Um fazer de não fazer nada
Um conto de não contar nada
Um ver-te mais que te ter
Mas só me resta pintar com palavras
O teu nome para que te sinta perto de mim
Pois entro num vazio que é só meu
Um vazio cheio de saudade
Cheio de nada
Tão densa
E misteriosamente minha
E eu passo por ela
Embriagado
Numa valsa de cristal
Onde as sombras se cruzam
Num ato quase angélico
Como se fosse um primeiro poema
Onde as palavras cantam
E as bocas se tocam
Num mistério nocturno
Onde o silêncio...
Esse se transforma num grito colectivo
E acaba numa combustão sagrada
segunda-feira, março 12, 2018
Tremo de medo
Desta solidão fria e amarga
Onde não te tenho
Entristece-me...
E por vezes prefiro não te ter
Este sonho que nos separa
Deixa-me louco
Pois penso em ti e não te tenho
E parece que tudo morre á minha volta
Talvez eu já não saiba amar como um homem forte
As palavras de amor já não me saem da boca
Que agonia
Apetece-me nascer como uma palavra escolhida
Para não estar só
Irremediavelmente só
sábado, março 10, 2018
Tenho saudades
Do leve e suave toque do teu beijo
Aquela doce sensação de te ter
É que renasceu-me a exaltação
E nesta noite de sonhos
O tentador toque dos teus olhos
Não me larga
Não me deixa
Só me consome
E nesta profunda distância
Onde a luz desmaia
Recordo-me de ti
Essa imagem fugida que quero alcançar
Não me satisfaz a fome de te ter
Quero-te
sexta-feira, março 09, 2018
De súbito os meus pensamentos foram-se
Numa clara noite fria e molhada
Mais uma que não te vejo
Nem o rosto me sai da mente
E as vozes interiores que falam
Para não se calarem com o tempo
Dizem-me que eu sou do mundo
Mas eu sou teu
Fico num canto relembrando os dias
Aqueles que nos vimos
Fugazes mas doces
Talvez os meus olhos estejam adormecidos
Na recordação do teu olhar
A verdade é que te quero
Muito mais do que um simples momento
E a utopia no meu pensamento
Deixa-me sonhar mais alto
E não me deixa sossegado
Pois tenho sido um homem simples
Errante no amor mas com paz interior
Repouso assim o meu olhar no vazio
Que me leva a ti
Aos teus olhos
Tua boca
Teu corpo
E mordo as palavras que te quero dar
domingo, março 04, 2018
Mesmo que eu não possa ver a minha poesia
Com os meus olhos de olhar interrompido
E mesmo sabendo que no oceano da vida
A própria vida se perde
E se afasta de um tanto que é nada
De uma solidão quase salpicada de sal
Pois quem sou eu que não sei
Senão um fruto de uma adolescência perdida
Mas não são as lembranças que se arrastam
Entre magnólias e noites mal dormidas
Pois há cemitérios cheios de traças e carcaças
Cheios da vida que se foi
Cheios de nada
Cheios de ossos e granitos
E então porquê os mortos?
O que subsiste para além do nada que é tudo?
Mesmo que eu não possa ver a minha poesia
Com os meus olhos de olhar incessante
Escrevo ao miudo dentro de mim
E pergunto-lhe - "Que fazes aqui neste lugar?"
De paredes débeis e tristes que não te deixam sonhar
E vejo-me detido na humildade
Um coração envelhecido e afogado
Triste
Ressoa como um relógio de parede afinado
E o sangue corre e não pára
Nada pára
Nem o amor pela noite súbita
Mas diz-me porquê os poemas?!
Se não se comem as palavras
Se não se come o poeta
Se não se ama a vida
Os poemas ficam talvez para uma eternidade estupida
E as criticas mudas e idiotas dos homens simples
Nada me dizem
Senão anunciar-lhes que não viverão para além do tempo
As pessoas morrem os poemas não
E o estranho é pensar que com um unica vida
Não se aprende o suficiente
Mas escrevo para mim
quinta-feira, fevereiro 22, 2018
Então eu voo e caio
E desço assim pra baixo
Desorientado em direcção a nada
Debruço-me nos altares do mundo
E deixo-me cair
Na terra
No mar
Ninguém sabe quem era eu
E àquela altitude ninguém jamais ousou conhecer-me
Nem eu tampouco me mostrava
Mas em camara lenta
O sonho desmontava-se
E a tela escurecia
E eu sem ninguém saber
Caia desamparado pelo ar
Como que se voasse num caminho frenético
E as nuvens passavam por mim
E eu tornava-me uno com elas
sábado, fevereiro 17, 2018
Ah... quem sabe se não morri
E não estou ali mais
Não ouço ninguém
Nem vejo quem me queira ver
Porque o que é a presença do mundo
Senão sou eu neste momento
A minha palavra não passa de uma linha mal feita
Um "gatafunho" da minha alma
Que se expressa neste papel vazio
Pois não durmo nem quero dormir
Preto no branco
Onde o melhor improviso é espontâneo
Preciso disto para me identificar
Com o mundo
Caso contrário nem na morte adormeço
sexta-feira, fevereiro 16, 2018
Se um dia destes eu andar por ai
Sozinho pela rua
A ver as montras e as pessoas que passam
Sabe que penso em ti
E me cruzo contigo na minha cabeça
E as palavras que te quero dar
São tiradas do meu intimo
Onde só eu sei sonhar
Ao ritmo brusco da vida
Que se mostra desafinada e por vezes feliz
La no meio eu paro para ver as modas que passam
Para me rir das pessoas que se cruzam comigo
Mas não sabem quem sou
O que sou
O que penso
O que sinto
Se me vires sozinho na rua
Então toca-me e abraça-me
quarta-feira, outubro 11, 2017
Mesmo que fosse de noite
Estou cansado mas dava-te um beijo
Pintado de seda era como um chocolate na minha boca
E os meus braços abraçavam-te inteira
Quem me dera que viesses esta noite
Fazer amor nos meus braços
E a minha boca apaixonada embriagar-se na tua
Gostava que viesses hoje acompanhar-me
Nesta madrugada ainda quente de Outono
E me deixasses dormir perto de ti
sexta-feira, setembro 01, 2017
Ficam entre os livros e as prateleiras
Vamos falar de mim
De ti
Que sentes quando estás longe?
Ou nos momentos mais escuros do Outono?
Mas primeiro, quero que saibas uma coisa
Quero o teu sorriso
Como o Sol que nasce
E quero rir-me da noite
Quando te vir perto de mim
Como um rapaz que te ama
Como um pássaro que repousa as asas
No fim de uma longa viagem
E encontra um refugio quieto
Porque cada dia cai dentro da noite
Então deixa-me repousar perto...
Perto de ti
Sem ver ou falar
Só respirar...
E receber o teu beijo de manhã
Debaixo dos teus olhos
Mas deixemos de lado as palavras
Porque de manhã ficam para quem as quer ouvir
É que esta noite está aqui presente e tu não estás...
E a saudade desenvolve-se de forma bruta
Neste território que é o meu corpo
Deliciosa saudade
E todos dormem mas eu estou aqui
Sinto-te aqui
Pois não me canso de ser homem para te amar
quinta-feira, agosto 24, 2017
Da-me o amor sem fim
E o teu sorriso de todas as manhãs
Pois assim eu vivo
E mesmo que a noite venha
Não quero dormir sem o teu conforto
Pois em teus braços sei para onde vou
Mesmo que a terra mude de lugar
Sei onde estou...
Mesmo que de repente eu me sinta velho e inútil
Sei que te encontrei a tempo de te amar
Como um desses Deuses do Oriente
Ou como um bobo de um castelo antigo
Não estarei tranquilo
Enquanto esta estranha ternura
Se misturar com as palavras que canto
É assim que te amo
Como uma ode prolongada
De um poema gritado
É que chegaste á minha vida
Onde tudo estava vazio
Como que apodrecido
E eu não sabia já sentir
Nem respirar
Talvez por tanto e tão pouco
Amo o teu ser
E estou alegre
Mesmo que ninguém veja
Mesmo assim no crepúsculo de todas as noites
De todos as manhãs
Para sempre
terça-feira, agosto 22, 2017
De noite...
Numa madrugada já rasgada pelo tempo
Onde o silêncio se confunde com o ar
Eu noturno divago sobre mim
Imaginando se este sentimento
Pode ser real para sempre
Como uma constante matemática
Numa formula eternamente aurea
Dou comigo a escrever estas palavras
Quase sem força nos meus dedos
Para que alcancem um vasto universo
São o meu ser
E agora sinto-me tão só
Numa solidão que é só minha
Sem tristeza por perto
E ouço o mistério da noite
Que canta só para mim
Numa paz suave que me embala a alma
A calma que arde no meu peito
Inunda a minha mente
E o que vejo com estes olhos tão cegos
O teu sorriso...
Que abre todas as janelas da minha vida
E na minha vida toda eu andei
Como que a procurar-te
E agora chegaste...
Estas perto
Numa suavidade quase secreta
Mas há outros dias que ainda não chegaram
E eu quero alcança-los
E quero saber se vens comigo
Como alguém que vem ver o ar puro
Depois de uma noite inteira a beira mar
A noite passa
E eu passo e perpasso as minhas mãos
Pelo teu corpo
Sinto-me teu...
Só teu
Num triunfo de amor que é nosso
Os meus dedos encontram-te
Os meus lábios procuram incessantemente
Os caminhos do teu corpo
E o teu sabor deixa-me num desespero
Quase louco
Com esta fome de te ter
É então que adormeces e eu te olho
E me sinto feliz num momento único
Amo a noite como te amo a ti
Tão somente quero ser teu
E quero mais desse ambar
Tao calmo e doce
Tão teu e meu
Tão triunfalmente nosso
sábado, agosto 12, 2017
Como se a complexidade da vida
Estivesse em descrever-te
E nas palavras me perdesse
Como se eu sem querer
Te quisesse tocar no rosto
E reconhecer-me nele
E ainda assim sou alguém que pensa
Que se inunda em ti
Sem saber como ou porquê
Sem mesmo ainda os nossos olhos se tocarem
Será um sonho?
Suave então é este o sonho
Pois tu enches-me a alma
E sem quereres fazes-me sonhar
Como um brutal sentir
Que me apetece dar-me á realidade
De te ter
Nestas manhãs de verão
Uma perturbaçao de saudade
Que me atrai e me faz sentir a tua presença
Como se te conhecesse durante todas as minhas vidas
Uma ansia de te ver
Como uma inexplicável força de te ter
E ao pensar em ti
Há em cada dia tudo aquilo que me anima
Tudo isto é nada e tudo
E no cansaço da noite
Atropelo-me com as palavras
Tentando descrever-te só para mim
E todo o meu corpo sem explicação
Treme de saudade
De um querer mais do que querer
Assim como quer a vida
Encosto-me a um canto
E falo prudentemente comigo
Pudesse eu, falar assim sempre
Num dia em que Deus estivesse a dormir
E talvez lhe perguntasse quem sou eu
Um simples viajante?
Encolho-me e tapo-me
E sinto-me tão perto de mim
Só o sentir me faz ser
E sinto...
Sinto tudo duplicado
Como se quisesse gritar ao mundo
O que vejo e não vejo
Na minha imaginação assim tão de repente
Encosto-me acostumado a pensar
Quem sou eu
segunda-feira, julho 24, 2017
Às vezes quando estou aqui
Tento imaginar-te junto a mim
A sorrir ou simplesmente em silêncio
O meu pensamento voa
E não quero parar
Não sei para onde vou
Nem quanto tempo demoro
Só quero imaginar-te
Pequena e confortável no meu abraço
E para mim quero que fiques tão na minha pele
Mesmo que seja por poucos minutos
Por pouco tempo
Para que me recorde que estou vivo
E que ainda sinto
Mesmo que seja um breve sentir
Como um suspiro de felicidade
Mesmo que seja curto
Pois sei que a vida voa e o tempo passa
E de certeza que passa
Então sinto-me bem
Ao sentir-te tao perto do meu pensamento
Do meu refúgio
Da minha pele
sexta-feira, julho 21, 2017
Quero que saibas uma coisa
Talvez não seja uma coisa qualquer
Porque no encanto da noite
Nada é despercebido
Então eu não sou o homem
Mas sim o menino
Que se perde no teu olhar
Talvez para se encontrar
É que no escuro da noite também te encontro
E a cor da tua pele deixa-me sonhar
E não te conhecendo, conheço-te
E não te tocando, toco-te
E não te falando, falo-te
Porque é assim a noite calma e escura
Quando penso em ti
terça-feira, julho 18, 2017
Perco-me na noite contigo
Ouço a tua voz que passa por mim
Como uma doce palpitação
Que me faz sonhar
Desconheço o sabor desse abraço
Mas quero envolver-me nos teus braços
Procurar o silêncio calmo do teu sorriso
E se assim for...
Tocar o teu rosto, o teu cabelo
E já é tarde...
Não quero deixar-te ir
É então que fecho os meus olhos
Imagino o teu beijo que se desfaz na minha boca
Como quem morde um sorriso
Adormeço já tarde mas feliz
E assim sou
quinta-feira, maio 25, 2017
Sinto saudade da saudade de te ver
E a noite passa ardente
Sem ter razão para adormecer
Podia agora nesta noite escrever
Um poema triste
Mas só me lembro de uma palavra
Saudade
De falar contigo
De te ver
Mas a noite passa e tu estas ausente
Sem que ninguém me veja
Escondo-me numa madrugada
Tao distante que mais parece uma eternidade
quinta-feira, maio 18, 2017
Menos o tempo passa
E parece que o tempo ecoa
E todo eu quero ser teu
Oh! Deixa-te ficar junto a mim
Para devagarinho os meus braços te apertarem
Os meus olhos beberem o teu sorriso
Porque o tempo passa e perpassa
E eu nos meus crepúsculos da noite
Vejo-o fugir lentamente
Talvez porque queira estar junto a ti
Aninhar-me no teu leito
E deixa-lo passar
terça-feira, maio 16, 2017
E com a noite fico
Pois é tão tarde e já não quero adormecer
Poiso as minhas mãos nos olhos
E permito-me chorar devagarinho
Como se nada fosse
E tudo fosse...
Pois que importa?
As almas também choram
Tenho saudades
E ainda só passou um dia sem te ver
Na verdade passou uma eternidade por mim
Falei de ti á noite
E na minha solidão beijei os teus lábios
Beijei-os perdidamente
Quantas vezes me apeteceu
Vem-me buscar, peço-te...
E tira-me esta saudade que eu sei de onde vem
Prende-me os braços junto aos teus
Sente o meu coração faminto
E beija a minha boca apaixonada
Fala-me como gostas de mim
Eu escuto-te calmamente
Como se das tuas palavras saíssem os acordes
De uma qualquer guitarra antiga
E quebrassem o silêncio
Da minha solidão
Da minha saudade
quarta-feira, maio 03, 2017
Como que se parasse no tempo
Escrevo algumas palavras
Não sei para onde vão
As palavras...
Contento-me que sejam puras
Só assim podem viver na eternidade
Que mais eu poderia querer...?
Se no interior da tua ausência
Me dá para escrever...
O tempo não pára de passar
E as palavras são só uma desculpa para te recordar
Pois é que te recordo nesta noite
E sabe-me tão bem
Manter-te aqui junto delas
Das palavras...
Como que se as pintasse contigo
E todo eu não estivesse longe de ti
Deixo-as aqui escritas neste momento
Para me lembrar um dia que vivi
Que fiz parte desta onda frenética
Que é a vida
Mas a tua ausência enlouquece-me
Deixa-me para aqui
Longe do mundo...
A pensar em ti
sexta-feira, abril 28, 2017
Desta minha vida agridoce
Onde sinto ainda uma profunda saudade
Que me satisfaz recordar
A chuva que caia entre nós
Por entre o mundo
Perto daquele mar
Naquela nossa monotonia alegre
O teu cabelo molhado junto ao meu rosto
E um beijo surpreso
Que de tão simples
Tocou os pilares da minha memória para sempre
É isto o amor? Pergunto aos deuses
Se for então deixem-me recordar vivendo junto a ti
Pois agora posso sonhar novamente
quinta-feira, abril 27, 2017
Sabes, as vezes quero falar-te
Pegar no telefone e dizer-te "olá como estas?"
Ouvir o silêncio do outro lado
E depois ouvir a tua voz
O teu sorriso
Imaginar-te num lugar teu
Onde só tu podes estar
E falar-te
Simplesmente contar-te coisas banais
Do meu dia
Ouvir dos teus lábios uma acolhedora cumplicidade
Ouvir o teu dia e dizer-te que gosto de ti
Que sinto isto por ti
Como que cá dentro não existisse mais espaço
E me perdesse nas palavras tentando explicar-te
Que não me apetece desligar o telefone
A noite já vai longa
Não deixo de pensar em ti
Não tenho para onde ir
Nem tampouco mão em mim...
Assumo ao mundo
Que sou louco por ti
Grito em voz alta
Sou completamente louco
Doido varrido...
Quero só para mim o teu sorriso
Aquele teu olhar apaixonado
Como quem esconde um beijo
E pede outro
E mais outro...
Quero aquele abraço apertado
Que me embala seguro
E não me deixa cair
quarta-feira, abril 26, 2017
Em ti penso...
E é quase verão nesta noite cadente
Os anjos dizem-me para te procurar a cada instante
Mas eu encontro-te todos os dias...
Pois eles não sabem que no meu pensamento
Te olho e te falo a todo o momento
Encontro-te em todas as portas
Nos carros
Nas ruas
Nas paredes nuas
Este encontro e desencontro
Que arde por mim dentro
E me queima de saudade
Inunda-me de uma triste e estranha felicidade
É então que o amor acontece
Em todos os minutos que penso em ti
Não o amor luxuriante, lascivo, esse não...
Mas sim o amor que se destina a ser vivido
Não o vais ler em nenhuma folha
Não vem nos livros
Nem em página alguma de poesia
Nem eu mesmo sei descrever
Rio-me sozinho
Pois não sei chorar quando penso em ti
domingo, abril 16, 2017
Quando te vi...
Estava tão irreconhecível para mim mesmo
Que não sabia o que pensar
Precisava ver-te
Olhar-te...
Embalar-me num qualquer convite do teu olhar
Que pudesse em mim deixar um toque de desespero
Compreender porque tenho este estranho sentimento
De gostar de ti...
Pois quando ouço a tua voz ao telefone
Sinto-te tão perto...
Mas ontem...Quando te vi...
Quis falar-te do que sinto
Dizer-te o quanto odeio o estranho sabor das palavras que não saem
Palavras que nem eu sei pensar
Palavras quase gritadas
Quis perguntar-te onde tenho de ir para te ver a todo o instante
É assim quando te vejo
Pois os meus olhos procuram-te incessantemente...
É então que caminho para além de mim
E te procuro nesta viagem
Não sei a que portas bater
Nem tão pouco tenho músculos de aço para me proteger
Nem uma espada tenho para me defender
Mas procuro-te
Procuro-te nesta angustia demorada
Neste dia-a-dia inocente
Imagino-te nestas noites em que penso em ti
E quero falar-te
Para te dizer que flutuo como uma pena
Neste silêncio esculpido
Em que pareço um quase nada
Levanto-me para cair numa madrugada distante
Que me eleva a tristeza de não te ter
sexta-feira, abril 14, 2017
Sabes...
Por vezes embarco em conversas comigo
E estava a dizer-me que tenho saudades tuas
Saudades de te pedir um beijo
Mas mais do que esse beijo
Tenho saudades de ti...
Dizia-me a mim próprio que de alguma forma necessito estar ao teu lado
Se me permites a pergunta
Queres estar comigo?
Sei que não ouviste bem
Baixa te um pouco e digo te ao ouvido
Sim curva-te um pouco
Vem aqui junto a mim
Vem comigo fazer parte da minha idade
Da minha infância até a minha velhice
Serenos e tranquilos
Cúmplices
Vens?
Desculpa o modo sincero caricato e infeliz
É que neste momento sou eu próprio sem o habitual filtro da vida
Durante tantos anos parece que me ausentei
E agora apareces de novo aqui
E eu tenho sede de ti
Anda vem comigo
O tempo agora é outro
Também tenho medo
Mas quanto mais medo tenho
Mais brilham os meus olhos
Quando penso em ti
terça-feira, abril 11, 2017
O barulho da solidão desliza sobre mim
Penso nela...
Como nunca pensei...
Como se a tivesse beijado hoje pela ultima vez na boca
Como se tivesse feito amor com ela na cama
E ainda sentisse o meu corpo vibrar
Como se a tivesse abraçado hoje
E esse abraço durasse a eternidade
Sinto-a como a deixei há dez anos
Sinto-lhe o sabor da pele salgada
Percorro todas as noites que passaram por nós num só momento
Todos os abraços apertados
E penso-a...
Fecho os olhos e penso nela
Sinto-a...
Tenho-a aqui tão perto
Aqui comigo...
Tão junto a mim que me arrepio
Tão perto que me esqueço que estou sem ela
Tão linda
Intacta no meu pensamento...
Porquê agora?
Que fiz eu?
Porque não agora?
Apetece-me gritar o nome
Soletrá-lo devagar...
Pintá-lo nas paredes das casas
Falar dela a toda a gente...
Ser feliz...
Mas num murmurio quase aflito
Compreendo só para mim que não está aqui
Dez anos de solidão e alguns dias que não tive junto dela
E agora sozinho adormeço
Como se tivesse o coração vazio
Deixo-me ficar
Assim deitado
A pensar nela...
sexta-feira, março 10, 2017
Dormia tão nua e deserta
Numa tela que foi pintada de olhos fechados
Naquele dia a mulher amanheceu
Acordou e tornou-se água do mar
E a vaidade desapareceu e ficou a beleza
Então ela tinha cabelos de água negros
A pele dela era de sal doce
Ela era linda
Os olhos negros lindos
A mulher mais bonita do mundo
Nasceu com o mar vestido de Lua
E naquele dia estava toda ali
Ela era linda
Acordou e sentou-se á janela
Voou e entregou-se para a Luz
Reflectia as ondas do cabelo dela
O seu sorriso navegava na água doce
Para lugar nenhum e para todo o mundo
Viaja sem vela enquanto exista água no chão
quinta-feira, junho 23, 2016
Lembro-me de que algo para trás ficou
É quando me sinto triste
Por não conseguir andar para trás no tempo
É também assim nesse momento
Que sinto que o tempo não parou
E que algo em mim ficou como que estagnado
Um sentimento que não sai mas mata
Um sentimento que se congelou durante a minha vida
Um sentimento que se mantém e me destrói
Ás vezes esse sentimento dura algumas horas
Outras das vezes dura dias
Depois passa...
Mas volta...
Como um vai e vem frenético durante anos diferentes
No entanto iguais
Acompanhados por este sentimento que se mantém em alerta
Será assim para toda a minha vida?
Uma questão que coloco nos momentos em que os dias passam
E este sentimento teima continuar
Escondo-o como se estivesse a dançar
Num baile de máscaras ambulante
Que se dilata no meu sorriso
Mas habita no meu ser
E faz parte do palco da minha vida
Como uma tragédia que não tem fim
Senão o próprio trágico fim da eternidade
Este sentimento antigo que protege a saudade que eu gosto de ter
Mas que me destrói
Acompanha-me como se fosse a minha pele
segunda-feira, fevereiro 15, 2016
Analiso se estou parado no tempo
Ofuscado pela corrida desenfreada dos dias passados
Reparo então que o mundo andou ao contrário
E sem saber procuro-me
Reparo nos meus traços
Os meus anseios
As muralhas que criei
Revejo-me no Universo que não é mais do que eu
Pois sou dono do mundo
E este é dono de mim
Andamos de mãos dadas
Pois então corremos de um lado para o outro
Como duas crianças
E o tempo passa
Passa aqui e ali
Passa sem parar porque não há tempo
Não há tempo para parar
Pois quando o tempo passa fica a memória
Como se se tratasse de uma manta de retalhos
Muito elaborada e de cores tão vivas
Mas mesmo assim alguns tons passam despercebidos
Como que se ficassem esquecidos
Ocultos aos olhos de quem os não vê
Mas as cores não mentem
Assim como as recordações não se esquecem
Talvez os pensamentos outrora pensados se desvaneçam
Mas não tenho nada aqui dentro que já tivesse esquecido
E é tão bom lembrar-me do tempo que passou
quarta-feira, fevereiro 25, 2015
terça-feira, fevereiro 25, 2014
quarta-feira, janeiro 15, 2014
Tempestuoso e frio
E a água gelou
Congelou...
As árvores pararam de crescer
Os meus pássaros pararam de cantar
E a minha sentença desenrolava-se
Escrita por alguém
Num livro dourado de metal
Eu fiquei á espera
Que me fosse retirado um ultimo folego
E sem querer encontrei um pequeno ramo
Ao qual me segurei
Com força...
Agarrei-me ali sem sentido
O frio congelou-me e sentia o peito apertado
O meu coração abrandou
Eu podia agora pensar mais devagar
O mundo ficava mais lento
Mais limpo
Mais puro
Deixava-me levar
E perguntei-me como será?
Como será encostar-me aqui?
Congelar o corpo nu
Até que alguém me venha resgatar da vida
Até que alguém note que existi e que vivi
segunda-feira, janeiro 13, 2014
Já não vejo ninguém...
Se alguém me vir foi um acaso
Se alguém me reconhecer é um engano
Ou um fracasso da memória de alguns
Mergulhei convicto há muito tempo
Sob um céu de águas estagnadas
Onde outrora a água era água
Vinho era vinho
E amor era amor
Esta dor que arde dentro de mim
Num perpétuo movimento
Onde numa sinfonia turtuosa nado para longe
Até ao meu desembarque
Em terras distantes
Vivo aqui na água
Mas não dentro dela
Vivo aqui no mundo
Mas não dentro dele
terça-feira, agosto 20, 2013
sexta-feira, janeiro 18, 2013
È como todos nós, livres e senhor dele mesmo
Podemos dizer que tem os nossos traços
As nossas cores
Os nossos sorrisos
Mas ele é ele
O meu tem o sorriso da minha alma
Possui o melhor de mim
Tem parte da cor da minha pele
E o cabelo igual ao meu de quando eu era assim miúdo como ele
Tem os olhos carinhosos da mãe
Quando olho para ele dá-me vontade de apertá-lo
De abraçá-lo e de o proteger
Mas é ele quem me protege...
Quem me faz sonhar e mudar
Porque quando olho para ele descubro quem eu sou
No meio da corrupção do mundo
Quando olho para ele amo-o a cada segundo
Porque sei que o tempo é vago e escorregadio
quarta-feira, junho 27, 2012
Aprender a estar connosco para após algum tempo
Reconhecermo-nos diante da face dos nossos filhos
E como que por coincidência
Revemo-nos diante do ser mais belo
Talvez com as mesmos receios, os mesmos medos
Talvez até com os mesmos olhos
A mesma voz, o mesmo sorriso
Até mesmo o andar pode ser igual
Foi necessário caminhar tanto
E de tantos passos andar
Saborear o quanto é bom ter no mundo uma parte de nós
Um bocado de mim
Uma centelha deste meu ser tantas vezes errante
È tão bom ter-te comigo
Saber que não és meu mas sim parte de mim
Como um prolongamento da minha vida
Da minha alma
Do meu ser
Amo-te
sábado, janeiro 14, 2012
Conto só para mim desde a minha nascença
Todos os minutos são meus
Só meus...
E por vezes sinto-me um farrapo
Por não os aproveitar
Não os ver ou sentir
E passa o dia e a noite
Por vezes sempre iguais
Desfaço-me em ritmo lento
E aperto o meu talismã contra o peito
È sinal de desespero dizem...
Para mim, sinal de paz
Enfim sou eu, coisas da alma
Embriagado pela busca que me conduz
Vou contando devagar
Um dia acabo no infinito
Acordado de um sonho bom
sexta-feira, dezembro 30, 2011
Uma recordação feliz do que fui
Talvez para me lembrar que um dia irei voltar atrás
Fazer uma longa caminhada de volta
Para me encontrar com a vida
A vida... Essa puta...!
Tinha umas coisas a dizer-lhe...
Até tinha...
Ainda não fiz paz comigo
Quando fizer já terei engolido todas as palavras
Mas talvez no final me lembre do que fui
Ou talvez me iluda até morrer
Quem sabe quando o tempo me deixar em paz
E o fim seja um bom final feliz
Deus saberá o que fazer de mim
terça-feira, agosto 30, 2011
Tão escondidos do mundo
Não se dão a ver
Alcançaram em tão pouco tempo
O mundo que tocaram
O mundo que quiseram ver
E perderam-se tantas vezes que perdi a conta
Percorreram distâncias que poucos tocaram
E aqui estão eles!
Uns olhos que de tão cansados
Se decidiram misturar com a multidão que não os conhece
Não os desvenda...
Nem quer saber
E aqui ninguém os vê ou sente
Ninguém os vê com olhos de ver
Ninguém os toca
Quando passamos ao lado
Quando nos passam ao lado
Por momentos sou quem mais sou
Eu mesmo num turbilhão desperto
Longe, mas de mim tão perto
E ninguém sabe por onde andei
Só eu sei o quanto aqui estou
O quanto fui e quanto amei
De tanto cair me levantei
E aqui estou passo e ando
Corro e não descanso
Porque sou eu
Sem ter mais ninguém
Só eu
Quando passam não sei quem são
Não se mostram como eu
Não me deixo ver
Não me deixo...
E quero esta solidão
Só para mim
È que ás vezes sinto-me egoista
E a solidão é a companheira dos lugares
Tão bem caminhados
Somos irmãos
Tornou-se sangue do meu sangue
Parte da minha carne
Lágrimas das minhas lágrimas
È assim que passo por quem me olha
Não se conhece...
E não me conhece
terça-feira, junho 07, 2011
Papel congelado
Uma noite de Inverno
Sem sentido a minha mão desliza
O aparo suave transporta o meu ser
A minha alma repousa agora nesta folha
Liberto-me das amarras do cansaço
E aqueço este papel branco com a minha memória
Pois que não tenho mais ambição
Senão aquela de ser eu mesmo agora
Eu próprio e este momento
È então que me liberto para descongelar esta folha
O azul borra mais umas palavras
Uns rabiscos que me lembram o frágil que sou
È que nem sempre sou forte...
È que sempre que viro as costas a mim mesmo
Congelo como este papel que agora aqueço
E não me esqueço...
Vou-me descongelando aos poucos
Com o tempo
E o tempo, esse fiel amigo vai passando
Como se não parasse
Afinal eu paro por vezes...
E não descanso
Só me canso
domingo, maio 08, 2011
Palavras á mistura...
Sentimentos sagrados que evoluem
De novo aqui para mim
Só para mim
Um novo sentimento que me abala
E para quê? Para onde?
Talvez por onde...
Por onde andei
È que por vezes confundo-me
E não me encontro
Misturo-me
Abraço-me
Fundo-me com o agora
E grito para além do que é silêncio puro
De novo aqui...
Talvez para me sentir
domingo, janeiro 30, 2011
Num estranho momento
Como se fosse numa sala vazia
As amarras do tempo mostram-se nitidas
Como se quisessem tocar o infinito
O pensamento puro e vazio
Uma sala limpa e vazia
Sem janelas
Paredes brancas
Chão branco
Independencia material
Faz-me recordar quem sou
O caminho tão perdido que fiz
As vezes que me desencontrei
Sim, no vazio encontro-me...
As vezes que o tempo me deixou parar
Que retrato cru e nu, tão vazio
sexta-feira, agosto 06, 2010
Deixou no céu um rasto
Uma luz tremida que se reflecte
Faz lembrar um cometa
É a noite imensa carregada de mistério
Sigo vagueando pela estrada
Já tarde, são quatro da manhã
Alcanço um lugar que é meu
E a Lua caiu eternamente no meu caminho
Um sonho que já vai doce
Depois... Pergunto a Deus quem sou
Responde-me em sinais
No céu vejo os traços
Meio desajeitados
Tão perto falam-me de mim
E dizem tudo o que sinto...
domingo, junho 13, 2010
quinta-feira, maio 20, 2010
Para me confundir com a noite
Essa bebida nocturna que ofusca o Sol
Agarro a noite aqui
Pois ela deixa-me sair
Um mundo cruel que só em sonho abandono
Pinto-me de negro
De luto...
De preto...
Não sou a sombra
Sou a noite...
Sou o som do Oceano
As ondas...
E em breve sou azul
Sou a madrugada ausente
Sou o mundo
O Homem...
O Menino...
Sou eu renascido de mim
Que nasço com este som
Nesta noite de tão negro azul pintado
Embalo a Lua num abraço feliz...
terça-feira, abril 13, 2010
Nascem de mim...
Numa harmonia doce quase amarga
Inovam-se a cada instante
Bebo delas o sabor de cada segundo
E faço parte delas
Da mesma forma que elas se conservam
Então... Quase que por instantes
Elas falam a minha vida
Deixam no tempo a minha respiração
O meu olhar e a minha vida
Flutuam no mundo...
Palavras...
Unidas com o eterno sabor do momento
É um conjunto de sentimentos
Tão complexos...
Tão livres...
Tão geniais no seu Universo
Que se deixam deambular pela eternidade
Por vezes as palavras são tão brutais
Que não as quero escrever…
Nem as ouso pensar…
Andam lado a lado com a solidão
Têm diálogos com o meu ser triste
Sorriem com a satisfação
Rio-me delas e com elas me vejo
E sei que essas palavras...
Essas frases...
Contêm toda a minha vida
quinta-feira, abril 08, 2010
Falar nos dias que amo e nunca os conto
Talvez assim seja...
Porque por um dia falhado na vida
Serão mil anos de solidão intensa
Talvez então seja proibido
Como o sinal tão encarnado
É como quando passamos e ninguém nos passa
Quando vemos e ninguém nos olha
Quando falamos e ninguém nos diz nada
Talvez assim seja...
Vivermos na sombra do que passa proibido
Como o sinal vermelho...
Então passo devagar
E olho o mundo que passa
Com estes meus olhos de ler
Para que não passe de novo por mim
O que já passou
Talvez então seja assim...
Proibido...
terça-feira, abril 06, 2010
Os meus olhos repousam
Gostava que estivesses aqui
Meu amigo, gostava que me visses agora
Já não sou o menino pequenino
Ou o Filipe pequenino
Meu velho amigo...
Como eu gostava que aqui estivesses
Partiste para tão longe
Deus... Esse grande desconhecido
Abraçou-te e levou-te para essa distância bruta
Meu velho amigo...
É com alegria que relembro o teu sorriso
A noite passa calma
segunda-feira, abril 05, 2010
domingo, abril 04, 2010
quinta-feira, abril 01, 2010
Demasiada tinta num só momento
Antes distante do que tão perto
Os meus dedos perpetuam as palavras
Que de forma desmedida
Pintam o meu rosto
E os sentimentos mudam de cor
Cem páginas brancas...
Desfiguradas por alguma batalha interior
Esfaqueadas e abertas ás feridas do tempo
Rasgadas outras cem...
Cem folhas...
Esquecidas ao vento
Cem anos de solidão
Passados num só momento
Um abismo profundo
Um sonho de heróis
Um caminho distante
Um sonho Utópico...
terça-feira, março 30, 2010
Para não cair em desarmonia com a vida
Porque sonhar nos dias de hoje
Parece o vazio que não leva a nada...
Um caminhante sem estrada
É pior do que um homem sem sonhos
E os sonhos esses ficam para os amantes
Para os casais e para as crianças
Não... os sonhos não são para os que procuram o amor
Sonhar não é amar...
E amar não é esperar pelos sonhos
Talvez seja viver dentro de um sonho
Talvez seja fundir-se com a pureza da própria harmonia
Não...
Não sonho mais, nem mais um segundo
Talvez tenha desistido
Já não sei amar também
Talvez então me tenha esquecido do amor em algum canto
E entristeço... entristeço quando me apetece
E que importa?
Ninguém se importa quando estamos sós
Tanto faz para os outros
A vida passa...
E os sonhos vão ficando pelo caminho
Pintados nas folhas,
Escritos nas árvores...
Nas paredes ou nos vidros embaciados dos carros
Mas neste vazio há sempre um resto de sonho
Talvez a cada momento que não amo
Lembro-me de algum sonho que sonhei
Merda!
Puta de vida que passa despercebida...
Rouba-me os sonhos em cada esquina
Merda, merda, merda...
Perco a esperança...
Enlouqueço...
Não quero o tormento do coração que não sabe amar
Não quero...
sábado, março 27, 2010
Olhar-te nos teus olhos com o meu silêncio
Quem sabe ouvir a tua voz
E dela retirar o teu sorriso intenso
Para me rir também
Queria ver-te nesta noite
Apenas para me deitar sossegado
E descansar em paz...
Ah... Sim apenas ver-te...
Talvez de longe
Bastava olhar-te...
Saber que estás bem
Sabia-me bem ver-te hoje
E ouvir-te...
terça-feira, março 23, 2010
Tantos e tão poucos
São meus também
Apetece-me desvenda-los...
Os segredos tão teus
Talvez na intimidade de um sorriso
No gesto do silêncio
Ou na presença de um olhar
Talvez no inicio da madrugada
Ah... Segredos...
Que seria deles sem um confidente
Que pernoita no silêncio da noite
Segredos tão secretamente guardados...
sexta-feira, março 12, 2010
Ouço o vento frio aqui fora
Entrego-me aos desafios da minha mente
Escrevo estes rabiscos numa mesa de madeira forte
E parto para um lugar mais quente
Quem sabe a praia do Sul
Parece que sinto o cheiro a maresia
E as gaivotas que costumam pousar na areia nua
O vento imagino-o mais quente
Finjo então que me sento
Nesta escada velha junto a um farol antigo
Ouço o mar que me fala mas que se zanga comigo
É que subitamente vejo passar um tempo que não é o meu
Nem sei o que sinto
Não me cabe a mim saber
Apenas desafio a minha mão
Que descreve sem sentido a minha alma
Estas palavras que não saem...
Mas que vão aparecendo timidamente
E de tanto pensar perdem-se...
Perdem-se talvez com o frio da noite
E esta meia-noite que passa
É mais uma meia-noite que de meia não tem nada
E é tão vazia como antigamente...
Tão carregada de horas vagas que não passam
Uma fria noite de Inverno que não passa
Gela-me tanto os dedos que não os sinto
E o meu corpo está todo frio, todo gelado
Assim como eu estou por dentro
Alma congelada que divaga
É só isso e mais nada...
quarta-feira, março 10, 2010
domingo, março 07, 2010
Que brincava e sorria
Aquele rapaz de cabelo louro quase branco
Talvez se tenha escondido com o tempo
Ás vezes aparecia e ria-se tanto
E o Verão parecia tão simples e puro
Tão sem medo, tão em paz
Onde está o sonho que foi o dele
Tão longe do tempo que passou
Onde está aquele miúdo que tinha medo do escuro
Escondia-se por trás do lençol
Talvez tenha crescido e sofrido
Vivido talvez...
Estou tão aqui
Observo o tempo que passa
Perpasso e passo a passo vou andando
E o tempo que passa tão fugaz deixa marca
Estou aqui...
Sou o menino já homem que quis ser
Ás vezes tento falar com o menino cá dentro
Busco o sonho ainda... Não me canso!
Mas não me reponde...
Sonho acordado, sonho tanto...
Sonho o mundo!
E sou tão voraz quando sonho!
De tão humano... Tão frágil...
Um homem menino ainda com medo do escuro
Estou aqui talvez por pouco tempo...
E quero tanto ver o mundo!
Que não me canso de procurar
Estou tão aqui... Não me vês...?
A poeira da vida ofuscou-me tanto...
segunda-feira, março 01, 2010
Ao meu ouvido ouço os acordes suaves
Deleito-me com mais um tom
Um som...
Ela fala só para mim
Uma linguagem que só eu sei compreender
Toco-lhe onde ela sente mais prazer
Suspira ao meu ouvido
Um som que lhe quero dar
Deixo-a ecoar por estas paredes nuas
Frias e cruas...
Só eu sei a timidez com que ela vibra nas minhas mãos
A minha guitarra geme esta noite
E sobe um tom quando lhe toco
Grita um acorde afinado
A minha guitarra geme...
E este gemido que não cessa
Faz-me sentir acompanhado nestas noites de solidão
sábado, fevereiro 27, 2010
Porque me esqueci de quem sou
Quanto mais entendo menos te olho
A distância afasta-me o pensamento
Quando menos te tenho no pensamento
Sento-me no chão frio
Sei que respiras a dor que sabe a frio
O frio que não vejo
Saudade... será essa sim...
A saudade vestida de dor
Que me prende a ti
Sem que eu mesmo saiba quem sou
Já me esqueci de quem sou
Afasto-me lentamente
Porque não tenho forças para sonhar além
Estou demente e sem força para me levantar
sexta-feira, fevereiro 26, 2010
Deixo-me ficar por um momento
A musica ecoa pela sala fria
Não me importo de sonhar
Aliás sonhei tantas vezes
Que não me recordo de jamais sonhar
E perdi o rumo da terra dos sonhos
Dos meus sonhos...
Aqueles que tive e iniciei quando era criança
Já não sei deles
Acho que virei retrato de um espectro adormecido
Acho que abandonei alguns deles pelo caminho
Gelado caminho...
Outros vão-se ainda construindo
Fragmentos do tempo
Perdi tanto...
quinta-feira, fevereiro 11, 2010
E viver o que não vivi
Não sei explicar o quanto
Por vezes não cabe em mim o tanto que já tive
Não tenho um vazio para mostrar
De certeza que não tenho
Talvez uma taça vermelha
Cheia de sonhos coloridos
Uns já feitos
Outros incompletos
Alguns tão distantes da minha estrada
Outros que perdi, que me esqueci talvez
Talvez a minha vida demasiado atribulada os fez perder
Por entre ruas e becos sem destino
E tive culpa sempre...
Porque não culpar-me?
A solidão de uma noite sempre me iluminou o dia
Estou aqui agora
A tentar escrever os sonhos que perdi
Para continuar a caminhar sem medo
Uma vela que se queima
O incenso que acalma
E este molho de sonhos na minha cabeça
Parecem-me tantos que sem querer esqueço-os
O tempo dá conta deles...
E esta certeza de não os ter
É um sentimento insuportável
Que se torna tão puro
Tão menosprezado...
E lá longe o tempo passa
Mas deixa as marcas aqui perto
Tão perto de mim
domingo, fevereiro 07, 2010
Esta estrada por onde ando
Levou-me onde não queria
Não consigo explicar o propósito
Fico cheio de medo só de pensar o que perdi
Já nem consigo acordar sossegado
Espero não me ter distanciado de mim mesmo
Espero não ter assassinado o meu interior
Se o fiz nada mais quero senão o meu silêncio
Esse não me larga
terça-feira, fevereiro 02, 2010
Tronco forte e erguido
Olhar expressivo
Rosto branco e olhos claros
Meio careca e barba feita
Não tão jovem
Olhem lá vai ele
Com pressa e vontade
Mais um que se vestiu hoje
E saiu à rua tão apressado
Carteira na mão
E lá vai ele viver o dia
Olhem aqui eu vou...
Tão sem jeito
Tão marcado pelo tempo que vivi
Pela vida que amo e pelo sorriso que busco
Aqui vou eu...
Tão sem medo dessa eficaz ausência
Tão distante desse mundo
Vou com pressa de viver
De sorrir e de sonhar
Os olhos já viram tanto e tão pouco
Que não se cansam
Aqui vou eu tão ausente do mundo
Nem parece que choro por vezes
Aqui vou eu desta vez tão encolhido
A vaguear pela solidão da vida
sábado, janeiro 30, 2010
Talvez uma linha entre o real e o irreal
Um som quase sem tom
Quase que um sigilo
Como que fosse o despertar
Do meu próprio silêncio
Então assim debruço-me uma vez mais sobre mim
Neste meu ser tão distante
Fico sentado sem descanso
Fico amargo sobre o sorriso meu por enquanto
Fico aqui nesta sala fria
Fico doce
Sentado no chão e fora de mim
Fico calmo, sereno
Como se fosse um acorde
De uma guitarra que não ouvi
terça-feira, janeiro 26, 2010
Uma porta para a minha confidência
Um lugar ermo para descansar o meu corpo
Talvez seja consumido pela luz
E me transforme em puro pensamento
Talvez...
Talvez aqui fique por mais algum tempo
E me torne fiel amante da madrugada
Apetece-me ficar aqui tão sozinho
Neste canto, nesta praia
O frio toca-me o rosto como uma faca afiada
Queima-me o tempo...
Desfaço-me na tentação de estar ausente
Ausente...
Que palavra... que silêncio...
Fora de mim procuro um braço
Um abraço forte de mim mesmo
Ah... porque preciso de mim agora...
Tão longe fui que já não sei voltar atrás
Ausência tão eficaz que se torna um crepúsculo
Imponente!
Sou capitão nesta ausência
Conduzo um navio enorme
E mesmo assim dou comigo à deriva
Estranha ausência de mim
Não ofusques o meu ser...
Deixa que a minha alma me conduza para outro lugar
domingo, janeiro 17, 2010
Deixo aqui a minha mensagem de agradecimento a todos os que lêem o que escrevo e espero que gostem do que escrevo, que as minhas palavras ou frases sejam um transporte para um lugar bem mais perto dos vossos sentimentos, da minha parte contem com o meu sentimento puro que tento sempre descrever, não ouso pensar na forma da frase ou palavra, limito-me á libertação de um conjunto de sentimentos, assim como Neruda um dia descreveu o grito Agú, aquele que é o primeiro poema sem ser forjado pela alma consciente, o primeiro pensamento sem ser modificado.
Todos somos diferentes no entanto nas palavras encontramos por vezes algum conforto, eu encontro em todo o local onde existe sentimento puro, espero que aqui neste lugar por vezes tão frio e sombrio que é o mundo virtual, encontrem algum abraço acolhedor nas minhas simples palavras.
Paz e amor a todos
Guilherme
sábado, janeiro 16, 2010
Chegar aqui e ausentar-me mais esta vez
Como tantas outras noites
Esta é mais uma madrugada distante
Em que sozinho me perdi
Posso deixar a minha lágrima fria lá fora
Posso chegar tarde então nesta madrugada
Abandonar o sonho que não tenho
Trocá-lo por este momento
Permito-me a mim mesmo não mais sonhar
Hoje deixo a agonia levar-me
Só hoje...
Porque talvez até esteja triste
Porque talvez até queira viver simplesmente este momento
Deverei chegar tarde esta noite
Como se não mais voltasse
Como se me quisesse perder sem destino
Sem pensar até em me encontrar
Posso e vou chegar tarde esta noite
domingo, outubro 18, 2009
Não me lembro de me ter esquecido
Construí com tantos erros a minha bandeira
Em todo o tempo ganhei
Não me lembro de ter perdido
Trouxe sim comigo o sorriso
Cada imagem na minha mente
Para me relembrar de onde sou
De onde vim e para onde irei
Não construí estátuas nem heróis
Vou andando...
Caminhando por aí, pela vida
E que vida...
Talvez um dia pare para descansar
E repousar os meus olhos já cansados
Sobre a história que fiz com as minhas mãos
Debruçar-me sobre o meu pensamento
Escrever num papel ou sei lá
Ou talvez me ilude
Que precisei de tudo o que fiz para ser feliz
Talvez...
Não sei, quem sabe alguém conte a minha história
Ou que ela venha em algum livro velho que não li
Talvez seja apenas eu que a conte
Para mim aqui ou em outro lugar
Para que não me esqueça que a vida
É um empréstimo fiel que Deus me fez...
domingo, outubro 04, 2009
É como olhar para o conjunto do que sou
Do que vivi, do quanto amei
Vejo-me ao espelho
E em mim cada pedaço de vida vivida
Sentir-me eu mesmo
Como se tivesse acumulado em mim
Todas as experiências que conquistei
Cada minuto desesperado
Para alcançar uma batalha desprotegida
No campo do mundo...
Falo comigo por vezes em voz alta
Mas para que ninguém me ouça
Falo-me a mim mesmo sozinho...
Que sonho mais sério e real!
E a minha voz ouço-a tão perto
Ecoa pelas paredes desta sala
Murmura o meu nome devagar
Não tão grande o sonho mas a vida...
Que sem sentido morreria
Mas com tanto rumo
Só pode ter o sentido da verdadeira felicidade...
Sempre...
segunda-feira, setembro 28, 2009
Em qualquer momento descubro a minha essência
Em qualquer rua descubro-me
Amo este lugar em que subitamente me encontro
Onde em todo o tempo sinto que nasço e renasço
É aqui que pertenço
Lugar de almas simples e fugazes
Que talharam a história
Que iluminaram as fontes do saber com tanto conhecimento
Aqui sim... Também me sinto tão bem
Tão eu... Tão loucamente eu...
Que murmúrio tão perto de mim
Que voz é esta tão intensa cá dentro
Que sentimento tão sincero tenho...
Por este povo que me abraça
Sem mesmo querer faço parte deste mundo tão intenso
Nunca poderia partir deste mundo
Sem antes estar aqui tão perto de mim
quinta-feira, setembro 10, 2009
Sinto-me um estranho a cada dia
Caminho pelas ruas antigas
E guardo para mim o sabor desta viagem
Guardo só para mim...
O intenso sabor de cada momento
Olho cada pedaço de pedra erguido aqui
Faz-me feliz...
Caminho pelas ruas
Onde tantos outros já passaram
Onde tantas histórias já se fizeram
Onde tantos caminhos se cruzaram
Amarro-me a cada momento
Escrevo e evoluo
quarta-feira, agosto 19, 2009
Quantas pessoas para nos ensinar um dom
Quantas palavras num papel...
Para descrever uma vida
Quantos passos para perder o sabor
O simples sabor da noite de verão
Quantos olhares para compreender o mundo
Quantas lágrimas para perceber a tristeza
Quanto tempo para entender toda uma vida
Quantos caminhos...
Quantas ruas e quantas estátuas temos de erguer
Para sermos nós próprios
Para sermos guerreiros em cada batalha
Quantas vezes temos de perder
Para ganhar o que está por vezes tão longe
Quantas...
domingo, agosto 09, 2009
As ruas antigas únicas
Carregadas de romantismo
Em cada esquina vêem-se os beijos longos
Abraços e lágrimas
As luzes da noite tocam as portas do céu
Iluminam este palco intenso de cultura
Onde em outros lugares é tão escuro para ver
Aqui... Respira-se cultura...
Respira-se amor, transpira a verdade escondida
Aqui... é tudo tão parecido comigo
E é tudo tão presente e antigo
Pessoas andam livres pelas ruas
É um mundo de culturas livres
Passo e perpasso pelas avenidas
E não me canso
Em vez disso danço...
São tantas as ruas únicas
Que não me perco
Cada uma tem um palco único
Cada uma um cheiro intenso
Paris...
Je t'aime...
quinta-feira, julho 30, 2009
terça-feira, julho 07, 2009
Vejo-te e conheço-te tão certa
Os teus olhos tocam-me inteiros
A música embala-te e sinto-me menino
Gosto mais do sabor deste momento
Gosto do intenso sabor da saudade anunciada
Essa saudade que sei que sinto
Cai-te bem o sorriso
E os olhos que me deixam sem jeito
Sem saber o que faço apetece-me um abraço
quinta-feira, junho 25, 2009
quarta-feira, junho 17, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
Eles são caminhos longos desenterrados
Deixa-os aos nobres e aos poetas
Assim... Deixa o tempo voar e as nuvens passar
Conta histórias do que não fostes
Deita-te e morre...
Embala-te no sorriso dos Deuses
Porque eles acompanham-te na viagem
Truão... Deixa-te de sentidos e sentimentos
As noites quentes e frias que percorres há anos
São iguais...
Não há nada de novo aqui para veres...
Apenas o murmúrio da penumbra da noite
O teu crepúsculo mais distante
A tua noite... Um abismo colossal
Deita-te e morre Truão...
E deixa a glória aos imortais do amor...
Porque eles são a Lua e o Sol juntos
E são estátuas constantes no caminho
Truão meu bobo não te deixes levar pela ilusão de Maya...
sexta-feira, maio 29, 2009
Deixas o olhar de quem morde um beijo
Um coração que bate doce
Porque não dizer-te...
Que quando passas deixas o perfume que sonhei
E vacilam os pilares do meu viver
Que quando passas deixas o teu nome escrito
Nos meus olhos...
Nas minhas mãos que escrevem...
Nos meus dedos...
Porque não dizer-te...
Que quando passas te sinto perto
Tão perto...
Porque não sussurrar-te...
Quando passas o meu mundo pára...