sexta-feira, agosto 03, 2018

Já não é a poesia
Nem as palavras que se se apresentam aqui
Nem a tinta da máquina de escrever
Nem o papel branco
Nem sequer o fugaz computador anarquista
Talvez seja a experiência da vida
A barba branca
E as rugas nos olhos
Sim talvez seja a vida
É o tempo
E a aborrecida tarde de verão
Em que cai a saudade
E onde as palavras não caem
Não cabem
Nem sequer chegam a tocar a solidão
Sobrevive-se com força
Como se recomeçasse do infinito
E ainda assim foram criadas por mim estas palavras
Não sei como mas sei porquê
Se for poesia então não morre
Não morro