quinta-feira, agosto 16, 2018

Sem origem o desassossego
Vai e volta como as ondas do mar
Um vai e vem de intrusão
E como se não bastasse não estás aqui
Nem vais estar
Como se não bastasse
Não há sossego
Mas vive-se
Respira-se o mar que continua de azul turquesa
Vive-se a cidade de várias cores
E o desafio está nas palavras
Que por existirem não sossegam
Não morrem...
Deslumbram-me...
E o relógio não pára
Não morre
Passa o ponteiro e não se vê o tempo
Não volta
Mais um poeta que morre 
Mais outro que nasce
Mais palavras
Mais e mais sentidos
E o sangue que escorre
Que coagula
Que vive
E o desassossego que abafa o mundo
Perde a fome de vez em quando
No seu próprio lamento