segunda-feira, novembro 04, 2024

Há uma suavidade que permanece
nos lugares onde a luz não chega
espera uma respiração silenciosa
presente no espaço entre os meus pensamentos
Sigo então os limites da memória
tal como os dedos numa cicatriz
vou tocando os momentos guardados
nos recônditos ocultos do meu coração
Mas... 
O mundo move-se lá fora
uma maré incessante de vozes
mas dentro deste silêncio
encontro-me, inteiro e frágil
Escrevo não para ser ouvido
mas para sentir o peso do alivio
para nomear as sombras
e deixá-las fluir, livres, na noite