terça-feira, julho 13, 2021

As vezes apetece-me fugir
Fugir para fora da terra
E quando fujo para além da atmosfera
Não quero voltar
Fico fora, ausente
Deixo-me embalar na incerteza dos dias e das noites
Depois... De volta á terra
A grande selva permanente
Onde tenho de viver
Onde a cidade bruta nos faz velhos 
Num desafio desonesto contra o tempo
Permaneço vivo
Como se tivesse a capacidade de ser um super humano
Ou um super qualquer coisa
Uma luta constante
Uma agonia permente
Nesses dias a cidade
Não é mais que um esboço
E eu não sou mais que um homem
Feito de retalhos
Pedaços pequenos 
Fantasmas que vão e vêm
Poemas dispersos em cadernos 
Noites mal dormidas
E é no fugir que me encontro
Numa estrada crua que já conheço