quarta-feira, dezembro 14, 2005

Destrói-me a cabeça este contentamento descontente
Ameaçando quebrar tudo o que é visível a estes olhos
Esse turbilhão de ser e não querer
De amar e não ter
Chateia-me este estímulo indiferente
Este mundo inconsciente
Esta vida atribulada inimiga e mundana
Continuamente desesperada
A presença da noite faz de mim um sonhador
Eterno...
Escondido nas asas da madrugada
Continuando a sonhar o mesmo sufocante sonho
Que consome este ar que ainda tento respirar
Como se houvesse ainda algo para inspirar…
Ah... Se houvesse uma forma
Um momento de alcançar o que foi esquecido
Se eu soubesse...
Mata-me e ao mesmo tempo consome-me
Este mundo estúpido
Cruel…
Que se corrompe a cada segundo
Numa orgia imortal de pensamentos inconstantes
E ideias desprotegidas pelo desfalque das almas
Afastando-se lentamente da serenidade de espírito
Essa tranquilidade que uma vez mais tento abraçar
Como se me entregasse a uma fantasia
Ou devaneio…
Não ponderando nesta viagem
Os caminhos tortuosos da extrema indolência humana...