quinta-feira, julho 19, 2007

Acordas na noite…
Sem saberes para onde ir
Os teus olhos estão cerrados
E dói-te o peito de não sorrir
As tuas mãos buscam avidamente algo
Que se distinga da sombra do teu viver
Os teus olhos não se abrem…
Rasgam-se!
E tudo o que alcanças é a parede fria do teu quarto
Rompem-se os lençóis em fúria
E alguém parece descobrir-te na madrugada
O silêncio do teu quarto é febril
Corres pela casa e acendes as luzes
Mas continuas sozinho…
O ar que respiras torna-se o teu refúgio
A tua mente engana-te com os seus truques
Gritas para quem não te ouve
Falas com os mortos que não existem
E deixas-te embalar na tua solidão
O medo ofusca a tua noite
A ansiedade toma conta do teu caminho
E deixas de viver o teu mundo
Tornas-te escravo dos teus receios
Reinventas só para ti em segundos
Toda a moral dos Homens
E descobres que nada faz sentido sem as tuas mãos
Não! O mundo não te abandonou…
Tu deixaste de o respirar…
E já não deixas entrar estranhos
Será a idade da tua existência?
Ou é o teu instinto a revelar-se
Animal selvagem desamparado
Jamais temas a noite e o que dela faz parte...
Vais levantar-te e erguer-te perante o teu mundo
E serás o Rei que flutuou no teu próprio abismo
Jamais temas perder…
Porque nas vitórias pouco tens aprendido
Nas tuas derrotas aprendes a erguer-te cada vez mais forte
E se caíres desamparado…
Ergue-te devagar…
Para vislumbrares os erros que cometeste