sexta-feira, março 02, 2007

Deixei a Lua hoje
E não sei o que me mantém agarrado aqui
Parece então que passaram séculos de silêncio
Sentado de frente para o mar
Estou aqui…
O meu rosto sujo toca o vento
Sei que em outros recantos já ouvi o mar…
Em outras terras também…
Contudo a recordação não me satisfaz
Preciso sentir a sua eterna presença
Fala-me ele em poucos sentidos
Contorna-se no meu ser
E despoja-se no meu olhar
Oceano misterioso
Antigo e contador de histórias
Verdadeiro sal da antiguidade
Oscila no meu ouvido a voz das sereias
Embalam-me neste momento
Para que me sinta real novamente
Ah... dá-me guarida neste dia
Sinto tamanha tristeza...
Talvez peça conselhos ás Tágides
Essas ninfas do Tejo
A quem Camões devolveu a eternidade