Que, se as deixar impressas
Vão ter a lugares diferentes
Como se voassem pelo vazio do branco papel
Como se o nada ficasse tão cheio de tudo
O que era uma folha branca
Passou a conter todo o universo
E dentro e fora de tudo isso
Ainda há algo a ser melhorado
Nem os meus olhos
Nem a minha boca se recordam de ter amado assim
Mesmo até quando o mundo parece conspirar contra
É bom amar-te
Parece-me ser a ordem natural das coisas
Onde nada é imperfeito
Só a saudade de ti me parece abismal
Mas amar desta forma...
Nenhuma caneta das minhas teve o prazer de presenciar
Nem as fitas das máquinas
Nem sequer a eletrónica
E sempre foi necessário para mim
Este encontro contigo e com a minha alma
De uma forma poeticamente louca
A única vez em que verdadeiramente pensamos no amor
É quando realmente acontece a nós próprios
Até lá parecemos intocáveis
E o mundo parece perfeito