segunda-feira, novembro 04, 2024

Há uma suavidade que permanece
nos lugares onde a luz não chega
espera uma respiração silenciosa
presente no espaço entre os meus pensamentos
Sigo então os limites da memória
tal como os dedos numa cicatriz
vou tocando os momentos guardados
nos recônditos ocultos do meu coração
Mas... 
O mundo move-se lá fora
uma maré incessante de vozes
mas dentro deste silêncio
encontro-me, inteiro e frágil
Escrevo não para ser ouvido
mas para sentir o peso do alivio
para nomear as sombras
e deixá-las fluir, livres, na noite

segunda-feira, maio 16, 2022

Obrigo-me a esquecer as promessas que te fiz
Todas demasiado verdadeiras para se materializar em numa única vida
Desisto

quinta-feira, maio 12, 2022

Vai passar
E quando passar vou-me embora
Sem dizer nada
Sem dúvidas
E sem ti

terça-feira, abril 26, 2022

Eu
Que em noites como esta preciso de um abraço teu
Um beijo ou qualquer coisa
Em vez disso estas lágrimas soltas
Num caminho serpenteado pela tua ausência
E tenho tantas saudades de ti
E tu...
Que tens dúvidas e medos
Deixas me a vaguear num mar de sonhos
Atropelado pelas ondas desamparadas da vida
A minha alma de não te ver todos os dias anda perdida
Só espero que o amor me salve da vida
Pois estou cansado de esperar 



terça-feira, fevereiro 01, 2022

Bem que podias aparecer e matar esta solidão
Esta saudade intensa que tenho de ti
Como um jejum absoluto
Que me deixa louco
Despojado dos teus olhos que amo
E às vezes para matar a saudade
Penso em ti e nos momentos que passámos
Como é dura a vida 
Como é estranha esta solidão sem ti 
E os dias passam quando não te vejo 
Mas tenho razões para sentir saudade de ti
O dia passa e a saudade aumenta
E de noite fecham-se os meus olhos em sonhos
É demais esta saudade
Mesmo que distante quero amar-te para sempre
E ser sempre teu

sexta-feira, setembro 17, 2021

Tropeço no que verdadeiramente sinto
Como se a cada instante da minha existência
Eu pudesse contemplar todos os passos dados
Caio e o meu corpo levanta-se
A minha alma fica deitada por breves momentos
Como se quisesse repousar um pouco
Só um pouco...
Para depois estar junto dela
E que saudades eu sinto dela
Só queria ficar por momentos a respirar junto a ela
Sentir-lhe a mão e a vida
E toda esta saudade podia ir embora

quarta-feira, julho 21, 2021

Eu quero que ela saiba 
Que todas as noites sem ela
São apenas passagens indiscretas pelo caminho da saudade
Vagueando por aí nas esquinas do seu olhar
Abro caminhos nunca descobertos em mim


sexta-feira, julho 16, 2021

O que me atraiu não era a beleza externa
Mas a capacidade de me recriar
De criar mundos 
E de amar

terça-feira, julho 13, 2021

Para além da felicidade 
Tudo às vezes é mesmo triste
O problema é quando o tempo passa
E a agonia dos dias iguais não deixa ver o bom,  possível e positivo
Depois passa o tempo
E esse nem sempre cura

segunda-feira, julho 12, 2021

A pensar em ti...
Como se estivesses aqui
Carne da minha carne
Alma da minha alma
Palavra por palavra
A pensar em ti...
Várias vezes ao dia
Sem que precise de justificação
Para que todo eu seja teu
E o prazer que me consome em pensar-te
Deixa-me extasiado
Inundado de amor por ti
E aqui me deixo a pensar em ti
Sim, em ti
Como se a noite fosse só minha e tua
E nela coubessem todos os sonhos do Homem

quarta-feira, junho 30, 2021

Há sempre um conjunto de palavras no ar
Que, se as deixar impressas
Vão ter a lugares diferentes
Como se voassem pelo vazio do branco papel
Como se o nada ficasse tão cheio de tudo
O que era uma folha branca 
Passou a conter todo o universo
E dentro e fora de tudo isso
Ainda há algo a ser melhorado
Nem os meus olhos
Nem a minha boca se recordam de ter amado assim
Mesmo até quando o mundo parece conspirar contra
É bom amar-te
Parece-me ser a ordem natural das coisas
Onde nada é imperfeito
Só a saudade de ti me parece abismal
Mas amar desta forma...
Nenhuma caneta das minhas teve o prazer de presenciar
Nem as fitas das máquinas
Nem sequer a eletrónica
E sempre foi necessário para mim 
Este encontro contigo e com a minha alma
De uma forma poeticamente louca
A única vez em que verdadeiramente pensamos no amor
É quando realmente acontece a nós próprios
Até lá parecemos intocáveis
E o mundo parece perfeito

terça-feira, junho 29, 2021

Quando acordares de manhã
Lembra-te que em noites como esta rimos juntos
Fizemos a noite ser nossa
E a noite não passou despercebida
Nunca passa
Quando acordares de manhã
Sabe que pensei em ti
Talvez até tenha sonhado contigo
Connosco
E que nem sempre os dias são iguais
Quando leres estas palavras 
Sabe que te amo
Pois não sei o que vem depois do amor
Mas só pode ser bom
Queria estar acordado para te ver sorrir
Para sentir o sabor da tua boca
O cheiro da tua pele
Quando não estou contigo a saudade de ti 
Agarra-se ao meu peito
E assim às vezes posso fraquejar
E a minha alma pode endoidecer de não te ver
Quem me dera que soubesses isto que sinto
Este silêncio da noite não seria tão monótono
Quando estiveres no teu recanto acordada
Lembra-te de mim junto ao teu corpo

quarta-feira, junho 23, 2021

Este, talvez não seja um poema
Uma confissão quem sabe
Por vezes na vida abandonei alguns lugares
Alguns por medo
Outros por recordações mais fortes
Fátima,
É desses lugares
Aqueles que o tempo não esquece mas guarda
Recordações permanecem dentro
Como se não existisse o tempo que passa
E as imagens da avó Dolores
Percorrem a minha cabeça às voltas
A avó que de joelhos percorria a praça
Sempre às voltas num ritual só dela
Por vezes somos apenas rituais
Não tinha mesmo nenhum aqui
Apenas um medo das recordações
Até que me ofereceste um
Um ritual teu e só teu
Às vezes precisamos que nos guiem
Eu preciso por vezes
Mesmo que seja algo sem grande importância
Guiaste-me por entre o teu silêncio
Por entre as velas
Depois a missa numa paz tranquila
No mesmo silêncio onde as lágrimas escorrem
E acesas as velas com o lume de outras velas
Algumas derretiam tão rapidamente como a vida
E tu ao meu lado
E a vida aqui metafórica numa tranquilidade só nossa
Revelou uma serenidade presente
E esta recordação de ti é única
Depois o sorriso
Depois tudo o que vem com e sem ritual
Nosso, só nosso

domingo, junho 20, 2021

Se tu viesses ver-me esta noite
Podia ser num sonho
Ainda que alto e forte
Sem cair no exagero
Podia ver-te de olhos fechados
Percorrer as linhas do teu rosto
E quem sabe beijar-te
Fazer amor contigo numa luxúria quase louca
Quantas vezes já exagerei?
Tantas quantas a vida me deixe
E quem me dera que fosse sempre assim
Se às vezes sou forte e corajoso
Outras sou apenas fraco e triste
E nos crepúsculos da noite
Posso ser um sonho
Que importa o mundo se não amar perdidamente?
Para que serve a minha boca senão para beijar-te?
É este o exagero? 
Nele tropeço a todo instante
E não me faz ferida
E ponho-me a pensar... se tu viesses ver-me esta noite
Deixava-te prostrada depois do amor
Num exagero premeditado
Onde as minhas mãos procuravam cada linha do teu corpo
E a minha alma que se fundia com a tua
Traçava em mim o infinito
Como se toda a noite se calasse
Para nos ver sorrir



Trago-te no meu peito
Onde as madrugadas são mais quentes
Mesmo assim sou aquele que tem saudade
Insisto em pintar-te nestas palavras
Como um amor fervente e louco
Sou eu, impossível ser outro
Sou apenas eu
Que me tornei o grande íntimo da madrugada
Para escrever que te amo
Para gritar que te quero
Para te ter junto a mim 
Dentro e fora do meu peito


sábado, junho 19, 2021

Todas essas partículas de particularidades
Todos esses filtros desfiltrados
Num desfile atemporal
Todas as singularidades que em ti existem
Tudo isso e mais aquilo que não compreendo
Todas essas coisas que gosto em ti
Como se uma chama ardesse sem tempo contado
Ou o tempo fosse uma dimensão desconhecida
É assim que te amo amor
E é assim que te quero
Numa liberdade permanente junto a mim
Em que todos os sonhos se alcançam
Num frenético dia-a-dia sem fim


quinta-feira, junho 17, 2021

Sinto ainda a minha boca dormente dos teus lábios
O toque das tuas mãos no meu corpo
Sinto-as como se não me tivessem largado
E o teu peito está ainda colado ao meu
Fecho os olhos e o teu sorriso não me abandona
Sei de cor o sabor da tua pele
Tens o cheiro do que eu amo
Guardo só para mim todo o sabor da tua boca
E como um cego vejo-te sem te ver
Neste mundo, onde todo eu sou teu

terça-feira, junho 15, 2021

Às vezes, nem sempre...
É necessário a tristeza
Para alcançar um pouco de felicidade
Outras nem sei
Já não sei de nada
Talvez o mundo já não seja um lugar feliz

segunda-feira, junho 14, 2021

Quero a tua boca só para mim
O teu sorriso onde encontro todas as coisas
Quero todos os momentos
E não te quero só porque sim
Quero que me queiras também
E assim quero viver
Junto ao teu corpo de mulher
Numa fragrância de mil sons
Já não sei outro caminho para os teus olhos
Senão aquele onde me encontro
Onde quero passar a primavera, verão, outono e inverno
De todos os anos em todas as vidas
É assim que te quero amor
Numa perfeita luta constante corpo a corpo
Alma com alma
Beijo com beijo




Quando puderes apaga a luz
Fecha a janela e vem para junto de mim
A noite passa devagar e não adormece
O sabor da tua pele na minha boca
E o calor do teu corpo junto ao meu
Por vezes a vida é mais que um poema
Com raízes profundas
Escuto o teu corpo
Sinto a tua respiração enquanto dormes
Encosto-me a ti e sonho acordado
Numa madrugada só nossa
Amo-te e tenho fome de ti
Como se a minha boca procurasse sempre alimento



quinta-feira, junho 10, 2021

Sei que já é tarde na noite
Mas vim aqui dizer-te 
Que não vou parar de te amar nunca

terça-feira, junho 08, 2021

Gosto quando falamos
Quando trocamos palavras 
E pelo meio os nossos olhos se cruzam
Como se procurassem alimento
As palavras tocam-se como beijos quentes
Gosto quando temos opiniões diferentes
E também gosto quando a sintonia nos arrasta para nós
Ou quando o silêncio invade a nossa conversa
Gosto da sensação de estares presente mesmo ausente
Como um sorriso permanente
Gosto sim, de ter-te sempre comigo
Mesmo que em pensamento
Como se estivesses sempre no meu peito


Às vezes no silêncio da noite
Ouço um ou outro som que não sei decifrar
O meu coração bate forte, bate rápido
Deito-me com fome da tua boca
Mas tenho em mim o teu perfume
O toque da tua pele
E o teu cabelo junto ao meu peito
É assim que te sonho
Tu e eu numa utopia só nossa
Junto ao mar
Em qualquer lugar
Beijo a beijo
Toque a toque
Vês? Este é o grande silêncio da minha noite
Onde te escrevo
Guardo-o na sombra ou na luz
Faço-me á madrugada sem orgulho
Mas não quero que fiques longe de mim um dia que seja



domingo, junho 06, 2021

Como sei que te amo?
Amando-te...
Cada dia que não estou contigo

quinta-feira, junho 03, 2021

Apetece-me estar ao teu lado
Olhar para ti e ver-te adormecer
Beijar-te o rosto e dizer-te boa noite
Apetece-me dar-te um mimo
Dois ou três
E deixar que a noite se dissolva
E com ela os teus problemas
Apetece-me abraçar-te 
E sentir o teu rosto colado ao meu
E no silêncio do teu abraço 
Sentir que ficas bem
Apetece-me perder-me contigo
E ao mesmo tempo encontrar-me junto a ti
De tal forma que o ritmo do meu coração seja o teu
Quero ir-me embora para junto de ti
Levo só o meu corpo sozinho
E a minha alma estridente
Contra o tempo apetece-me voar
Deixar esta cidade para trás
Ir ao teu encontro

quarta-feira, junho 02, 2021

Às vezes...
Agarro-me à madrugada
E escrevo
Deleito-me com as palavras
Como se fosse eu uma criança
Ando por caminhos desconhecidos
E escrevo, escrevo tudo o que vejo
Escrevo tudo o que sinto
Às vezes, não poucas...
Passo a noite a pensar em ti
E deixo que a madrugada me acolha
E sinto-me em mim 
Numa ternura noturna só minha
Onde o meu desafio é ver-te correr para os meus braços
Às vezes...
Culpo-me por não dormir
Tiras-me o sono sem dares conta
E o relógio vai andando, não pára
A noite passa e eu estou aqui
A caminhar pela cidade,
Pela noite,
Pelas estrelas,
Pelo teu corpo...
Onde vou sonhando acordado
Num silêncio intenso
Até que a noite se esvazie
E eu adormeça de madrugada
Às vezes, não poucas
Adormeço a pensar em ti
E é bom
É suave
E é assim que te amo

segunda-feira, maio 31, 2021

Este ruído dentro de mim que eu deixei repousar
Para sentir o teu perfume mais de perto
Deixou-me pensar aquilo que eu quero
E às vezes quero o repouso
Outras morro delicadamente a pensar em ti
Na verdade amo-te
E esta liberdade de te querer
Impede-me de pensar
Quero ir-me embora contigo
Só contigo
Viver o que não vivi
Entregar-me com uma matilha de beijos
Para ti, sou teu
E não és tu um sonho
Louco sou, quando te penso
Quando te beijo
Quando te amo
Agora que chegaste vejo-me sorrir
Não quero que vás
Quero que fiques por seres quem és
Não sei se para tudo isto fomos feitos
Mas por tudo isto quero ver-te
Tocar-te e sentir-te
Esquecer-me do mundo lá fora
E amar-te
Sim, amar-te como quem morde um beijo
E no silêncio do ruído
Quero repousar contigo os dias todos
Os meses e os anos
Até que fiquemos totalmente velhos

sexta-feira, maio 28, 2021

Depois da noite embrulho-me em pesadelos
Invisível na madrugada
Ainda que perdido, encontro-me em ti
Nada me pára, nada mais me dissolve
Assisto à espera deitado pela noite que passa
A manhã tem outro sabor
Muito mais doce... muito mais sóbrio
Onde a intensidade se revela sem pressa
Tem sabor a poema
Entao talvez me vá para não me ver
E então sei que te amo
E sei que me amas

quinta-feira, maio 13, 2021

Vem...
Vem e diz que me queres
Que me amas
Vem e não te vás
Vem para ficar comigo
Sem te ires embora 
Vem para dar uma boa notícia
Prometo ouvir-te em silêncio
Porque agora sei o que é não te ter
Vem...
Por favor vem e vamos os dois
Vamos ver o mar juntos
Vem abraçar-me
Vem buscar este abraço que é teu
Sem medo vem
Estou aqui sem saber de ti
Com desejo do teu amor
Vem e não vás embora
Porque eu sei o que o tempo leva
E não quero que ele te leve

quarta-feira, maio 12, 2021

Aqui me tens
Completo
Como sempre me desejaste
Custou mas conseguiste abrir o meu coração
Nunca te quis por um momento
Agora que estou aqui assim preciso de ti
Da minha miúda
Tenho fome da tua boca
Do teu corpo
Do teu amor
Tenho fome de ti
E estou faminto do teu coração quente
Temo o pior
E assim, quanto mais tarde me falas
Mais a solidão me persegue



Escrever é uma forma de estar vivo
Eu escrevo... Mas deito-me sem descanso
Sinto o som das tuas palavras cruas e frias
Aquelas que não quis ouvir
Agora ouço-as todos os dias
A todas as horas
Nem consigo virar costas ao tempo
Deixo-me levar pelas minhas próprias fraquezas
E já não são muitas
Pouco resta deste sonho
Senão a vontade de recomeçar contigo

segunda-feira, maio 10, 2021

Se todos os sonhos fossem meus
Talvez eu soubesse sonha-los
Vive-los e revive-los
Como se a noite fosse eterna e eu pudesse sonhar sem limites
Por demasiado tempo deixei os meus sonhos 
Numa pausa destruidora
Agora que conscientemente escrevo
Sinto-me sem ela
Como se tivesse deslizado 
Lembras-te daquele retrato?
Em que eu estava colado a ti
A minha barba que nunca a deixara crescer 
Tomou a forma do homem que amavas
Lembras-te? 
Quem me dera recuar no tempo
Dar-te o que agora sei que precisavas
Os corpos caem no chão todos os dias
O meu parece que não se levanta mais sem ti

quinta-feira, maio 06, 2021

Não vou sair daqui hoje
Não nesta noite
Em que todo o amor se foi
A tristeza aparece e não me abandona
Precisava de a sentir, de a ver, de a tocar
Mas não, esta noite não vou sair daqui
Deverei aguardar pela madrugada
E a dor que me leve para longe se quiser
Que me leve e não me traga
Que me deixe inanimado
Se ao menos pudesse dialogar com ela
Dizer-lhe que a amo e sentir-lhe os olhos
É que nesta noite não estou bem
Só uma tristeza aparece
Se fizesse o tempo recuar
Não me deixava isolar
Nao me permitia não viver e sonhar


terça-feira, dezembro 29, 2020

Quanto mais o tempo passa
Mais a necessidade de libertar-me das palavras 
Que de tanto se acumularem no meu peito
Deixam agora marcas quase visiveis do que não sai
Palavras não ditas são setas afiadas 
Que habitam em mim 
Como uma maldição desta gente que escreve
Desta gente que sofre
Há momentos que só a solidão consegue libertar-me
Como um veneno que sai da minha pele
Há dias em que o ar se torna irrespirável


sexta-feira, setembro 11, 2020

Já por vezes me desconheço
De facto já não sei quem sou
Talvez eu não seja eu
Ou quem sabe, seja somente uma imagem dos sonhos que fui tendo
E agora... não me reconheço em nenhum deles
Alguma coisa devo ser
Por agora não me reconheço
Uma coisa é certo, não quero desperdiçar nem mais um minuto a tentar alcançar sonhos que não são meus
Talvez se fossem, havia em mim algo em que eu me reconheceria
Não como humano, mas talvez como eu mesmo
Por agora parece que uma nuvem cinzenta ofusca todo um caminho percorrido
De facto tudo me parece enevoado
E eu estou aqui

terça-feira, julho 23, 2019

Por vezes quando o tempo deixa, vou-me embora
Como se dissesse adeus a uma criança
Desse modo, em que não estou
Fecham-se os meus olhos em sonhos
E é tudo. E é nada.
Como um vazio que se abre para o mundo
Posso dizer que nasço de novo
Ou dizer que já não sou o mesmo que a vida esconde
Já não sou eu senão o sonho
Talvez seja uma melancolia
Mas que certeza eu tenho que não é um sonho?
Onde não quero dormir
E por amor
Talvez eu fosse

quarta-feira, junho 19, 2019

Durante a noite
Também há quem precise de um abraço
Embora a madrugada seja lenta
Também há nela quem não encontre a lua

segunda-feira, junho 17, 2019

Às vezes toco nas palavras tingidas no papel
Depois de batidas na máquina
Sinto-as impressas como se fossem mais que palavras
Sentimentos marcados
Sabes... às vezes certas letras rasgam o papel
Perfurando-o de um lado ao outro
Deixam pequenos buracos por onde a luz passa
Não sei já se é a emoção que trago comigo ao bater nas teclas
Se é apenas o mecanismo que bate no papel possa estar estragado
Eu acho que é ela, esta máquina velha que já me vai conhecendo
Deixa-se levar pelo ritmo do que sinto
Eu acho que ela se funde em mim
Não sei...
Tenho impressão que ela me conhece
Que de qualquer forma já me desvendou e sabe quem sou
Sabe o que penso
Sabe que tenho fome de ti
Pois o bater ritmado das letras
Revela-se morno, quente ou frio, forte
Lento e fraturado
Sim esta máquina tem qualquer coisa
Qualquer feitiço que me conhece

terça-feira, março 26, 2019

No preâmbulo da noite
Encontro-me sem me querer encontrar
Sob a ferocidade do mundo
Esgota-se a tristeza e faz-se noite
A poesia comunica
Como uma resposta kármica
Apresenta-se a ela própria
E aos outros que não querem vê-la
Mas quando não existe mais nada
Quando não há coisa nenhuma
Então surge o verbo
Como uma sentença premeditada
Como que inatingível e perverso
Numa alquimia pandemica em forma de palavra
Que representa esta comunicação vibrada
E então num breve diálogo secreto
Como se fechasse os olhos
E mesmo assim, toda a nitidez do mundo
Surgisse perante a negra e escura luz interior
Como se de um intervalo no tempo se tratasse
E a grotesca solidão de estar só se revelasse
Por entre a humanidade
Que é certamente mais gente do que eu
E eu certamente em mim mantenho as dimensões
Ainda que ilimitadas do universo
Como um eterno epílogo intransigente

terça-feira, fevereiro 05, 2019

Permito-me chorar
Na esfera do dia-a-dia
No descalabro da vida virtual
Permito-me chorar por alguém que não conheço
Por alguém que morreu
Por aquela menina assassinada pelo pai
Encontrada numa mala de um carro
Porquê? Pergunto-me!
E porque sou humano
Então eu choro sem resposta
E comovido porque não entendo
Abate-se em mim uma tristeza
Uma estranha tristeza do mundo
E as lágrimas não se contêm
Escorrem simplesmente
Deixo-as cair livres
E não me importo se me vêem ou não vêem
Se me falam ou vêem falar
Há lágrimas que não devem de ser caladas
Como pode o mundo ser assim cruel?
Uma escuridão que nos rodeia
Triste é quando morre alguém
Mas quando uma criança morre...
Se ao coração cabe o amor
Então à humanidade cabe saber se é capaz
Enquanto esperamos por lentas respostas
As lágrimas podem cair
Não é proibido chorar quando se é humano
Mas com toda a triste demência que me rodeia
Talvez eu não seja humano
Talvez eu seja então de outro planeta
Porque não cabe em mim tanta tristeza

quarta-feira, janeiro 30, 2019

O que faz de um poema um poema
Senão o ritmo da vida
Tal como a água flui
E o vento não descansa
Também o ritmo da alma não tem torpor
E a frase dita e não dita
Molda o poema
Refaz uma vida
Conserta o espírito
Reconstroi e alimenta
Quanto à eternidade
Descreve-a...
E engorda-se dela
Num poema, todos os corpos são palavras
Todas as formas são verbos
Ora nascem
Ora crescem
Morrem e ressuscitam
É o poema a ser um poema
No seu próprio ritmo
De braços abertos para abraçar
Sendo ele um arquitecto
Ele arquitecta-se
Refaz-se
O que é um poema sem ser um poema?
Uma criança sem ser uma criança?
Uma mulher sem ser uma mulher?
Um homem sem ser um homem?
O que somos senão poemas
Senão caminhos válidos para as palavras
Que cabem em nós
Que nos vivem
Que nos somam
Na metafisica da vida
Do ser humano
Do amor
O poema é nada mais do que a doutrina da essência das coisas

terça-feira, janeiro 29, 2019

Lá vai ele, onde não vai ninguém
Qual engate desengatado
Miserável
Numa corrida contra o tempo
Numa penetração vazia contra o nada
E a solidão lá está
Quieta num dia-a-dia cada vez mais novo
Mais recente
Mais só...
E lá vai ela também
Como que se buscasse algo
Talvez o infinito
Num dia em que o dia não passou da noite
E a noite foi o dia todo por ele inteiro
Engolido na solvência da madrugada
Da manhã, da noite
E eles encontram-se num vazio que é só deles
Numa transparência que é só deles
Numa dor que é só deles
Em uma solidão que não se vê
Mas que se sente
Que se impôe
E que morre dentro um do outro

quarta-feira, janeiro 09, 2019

Matei um homem
Atei-lhe os pés
As mãos
Tapei-lhe a cara
E sufoquei-o
Com o manto dos objetos
Com a vida
Esqueci-me dele no tempo
Diria que o matei bem morto
Depois engoli-o e escondi-lhe a alma
E o tempo passou
O tempo passa sempre
Não pára...
Nunca pára
Quando me recordo da cara dele
Sorriso eterno
Quando me lembro dele, era apenas um cego que queria ver
Um miúdo de vinte anos faminto de vida
E por vezes na vida não se vive
Sobrevive-se...
Complica-se...
Morre-se lentamente, como quem se mata
Num suicídio agonizante
Morre lentamente quem não faz o que ama
Quem não chora
Quem não ri
Matei sim...
Quem sabe asfixiei um sonho de criança?
Mas não fui eu!
Não!
Recuso-me a ser um criminoso, um suicida...
Pois no mundo há sempre quem culpar
Para mim, foi a sempre alegre e cobarde sociedade
Fétida e imoral...
E agora o medo...
O medo de morrer duas vezes
Um medo que se assume em contrabando
Que se move fugaz
Que se autoproclama
Então eu penso: Será que matei aquele homem?
Será que me enterrei
Será que...
Será? - Pergunta o menino.
Aquele menino homem, observador, que me acompanha
E eu?
E eu? Que respondo?
Eu não sei responder

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Nos meandros da vida
Entre canetas e papeis
Computadores estúpidos
Numa estranha mania inteligentes
Inanimados e obscuros
Entre empresas multinacionais
A vida avança e não pára
Relaciono-me com as palavras
Bato-as na máquina de escrever
Nas teclas fulminantes, canetas ou lápis HB
Atravesso palavras
E sinto-as crescer
Renascem no meu ego
Deixo-as expostas para as deixar ir
Sou apenas e unicamente um poeta
Que colecciona sentimentos que sente
Numa linguagem nua em que se vê crescer
E na palpitação da vida
Não sou nada
Sou só um transitório corpo que avança
E envelhece
E ama


quarta-feira, novembro 21, 2018

Sabes que me encontro longe?
À distância de uma madrugada exausta
Consumida pelo fogo da noite
Nos meus ombros, um casaco envelhecido
Observo o tempo que passa devagar
Está frio e escondo a cara
Procuro a liberdade neste papel branco
Se a encontrar mantenho-a em cativeiro
Sob as correntes apertadas do mundo
Os olhos fechados, discutem com a escuridão
Rasgam a noite que há em mim em mil pedaços
Confundem-se ou fundem-se
Com o apagão nocturno
Não, não é Setembro
É apenas uma noite familiar
Onde caio e me levanto
Como uma maldição
Não preciso de ir buscar inspiração a lado algum
As palavras vêm ter comigo
Crescem aqui dentro
Um fardo pesado que cicatriza lentamente
Por vezes finjo que passa
Outras descaio-me nas palavras
Como se escorregasse na chuva
Ou se caísse no chão coberto de destroços de guerra
Sabes, longe não é assim tão longe
Volto para trás e avanço
Hipnotizo o tempo
E faço dele o meu aliado
Não quebro a espada
Não desfaço a alma
Não parto nada que não esteja partido
Olho a noite a passar
Vejo-a escrita
As minhas palavras movem-se silenciosas
Como um navio que tenta alcançar uma terra distante
Uma paz utópica
Uma feitiçaria
Um qualquer poder nocturno

quinta-feira, novembro 15, 2018

Se o som das palavras que me amarram
Pudesse alguma vez soltar-se
Eu descreveria com a minha voz
Uma dor que já não dói
Falava em voz alta e de cabeça erguida
E então ouviam-se as palavras
Ouviam-se histórias contadas aos cantos
De quem ama como ama o amor
De quem sofre lentamente
Mesmo que me fizesse chorar
Pois um homem também chora
Também se entristece
Também sente quando alguém não está presente
Se as palavras se soltassem
Eu voava sem ter medo da altura

quarta-feira, outubro 24, 2018

No meio da noite
Sem qualquer violência
O silencio da presença que me envolve
Tudo o que existe e nada mais
Meditar o verdadeiro caminho
Nada mais existe senão a pureza
Senão a confluência da existência
Num único estado puro de liberdade

segunda-feira, outubro 22, 2018

Quando estou em silêncio
Consigo sentir as sementes
O jardim torna-se na floresta verdejante
E os animais batizam o silêncio com as suas vozes
Então eu na minha humilde mente
Sou também a semente
E sou um membro da floresta

terça-feira, outubro 02, 2018

Quanto mais eu sei do mundo, mais eu fico distante de mim, de quem eu sou.

sexta-feira, agosto 31, 2018

Se eu não fosse
Seria um sinónimo de coisa nenhuma
Então, também eu não teria acontecido
Não seria
Seria puramente nada
Mas seria um vazio implorante de tudo
Eu seria um vazio chato e reclamante
Mas nunca me perderia
Eu seria o silêncio
Seria a semente do acordar
Que não adormecia
Mas que queria florescer
Ah... Se eu não fosse nada
E o mundo fosse tudo?
Será que eu queria ser?
Não...
Não queria todos os dias o ritual do mundo
E aquela saudade do vazio, do nada
Iria  certamente aborrecer-me
E transformar-me no tudo que sou

quarta-feira, agosto 22, 2018

Dias de mar
Dias de terra
Nós de cabeça baixa
A olhar para o nada
Sozinhos com pouco no bolso
Uma casa desarrumada
Os amigos na vida
E o que dela resta
Consome-se o tempo e o mundo
Espalha-se lentamente a eutanásia pelas ruas da cidade
Onde ninguém já brinca
Onde não se vêem as crianças jogar
Só os ateus cabisbaixos nos seus telemoveis
Desfeitos de vaidade e parvoíce
Jazem velhos e apodrecidos
Numa rua de merda
Onde ninguém se fala
Onde ninguém se conhece
E todos se desfazem lentamente

quinta-feira, agosto 16, 2018

Sem origem o desassossego
Vai e volta como as ondas do mar
Um vai e vem de intrusão
E como se não bastasse não estás aqui
Nem vais estar
Como se não bastasse
Não há sossego
Mas vive-se
Respira-se o mar que continua de azul turquesa
Vive-se a cidade de várias cores
E o desafio está nas palavras
Que por existirem não sossegam
Não morrem...
Deslumbram-me...
E o relógio não pára
Não morre
Passa o ponteiro e não se vê o tempo
Não volta
Mais um poeta que morre 
Mais outro que nasce
Mais palavras
Mais e mais sentidos
E o sangue que escorre
Que coagula
Que vive
E o desassossego que abafa o mundo
Perde a fome de vez em quando
No seu próprio lamento

segunda-feira, agosto 06, 2018

Lamento para mim ter perdido aquele sabor
O sabor de saber amar
Talvez não consiga amar já
É a definição de tristeza pura
Leva-me aonde não fui
Leva-me à ternura desse saber
Dessa moda intemporal
Não quero o espaço do vazio
Não quero as palavras não escritas
Não ditas
Talvez o sabor tenha ficado preso no tempo
Congelado num continente distante
A minha cara parece não mostrar o que sinto
Mas não...
Os meus olhos não me mentem
Apenas me assustam
E desesperam
Caem no infinito
Desmontam-se em peças
Abrigam-se ocultos

Vive!
Vive mais do que ontem!
Mas vive
Sem amanhã
Não deixes que ninguém te veja longe de ti
Das tuas palavras
Das tuas aspirações
Dos teus desejos
Dos teus sonhos
E sonha, sonha acordado e a dormir
Sonha o teu sonho
Mostra-te ao futuro que é agora
E sê tu próprio a poesia que pensas sonhar
Aquela que preenche o vazio com a emoção
Aquela poesia que constrói e destrói mundos
Que te faz a ser tu próprio
Entra em ti como gostarias de ser recebido
Dá ao teu dia uma hipótese única de ser um bom dia
Não duvides de ti nem um dia
Um dia preenchido pela dúvida será um dia a menos na tua vida
Abraça o mar todos os dias
Abraça-o, nem que seja usando a tua imaginação
Que importa ter se não ser?
Que importa pensar senão sentir
Sente!
Acima de tudo sente...

sexta-feira, agosto 03, 2018

Já não é a poesia
Nem as palavras que se se apresentam aqui
Nem a tinta da máquina de escrever
Nem o papel branco
Nem sequer o fugaz computador anarquista
Talvez seja a experiência da vida
A barba branca
E as rugas nos olhos
Sim talvez seja a vida
É o tempo
E a aborrecida tarde de verão
Em que cai a saudade
E onde as palavras não caem
Não cabem
Nem sequer chegam a tocar a solidão
Sobrevive-se com força
Como se recomeçasse do infinito
E ainda assim foram criadas por mim estas palavras
Não sei como mas sei porquê
Se for poesia então não morre
Não morro

sexta-feira, junho 29, 2018

Escrevo isto a que chamam poesia
Não porque queira ou porque me digam para escrever
Mas simplesmente quando vivo um momento
Preciso de o registar de alguma forma
As palavras querem sair
Dos meus poros
Dos meus olhos
Da minha boca
E descem sobre mim sob forma de rabiscos
Eu preciso de uma forma de recordar
Então eu escrevo com as palavras que conheço
Para recordar, para viver
Chamem-lhe o que quiserem, poesia, prosa, texto, rabiscos
Eu preferia não lhe dar um nome
O que for é
Só quero descrever aqueles momentos
Aquela fase da vida que nunca mais se vai repetir
Para a recordar
Pode ser dentro de um dia, um mês, dez anos, não sei
Recordar aquele momento, aquela história que eu vivi
Aquele sentimento fica ali descrito no tempo
Durante anos
Como se ficasse congelado no espaço e no tempo
Como se fosse uma memória que eu pudesse aceder
Não mudo uma palavra no que escrevo
Sempre foi a minha regra
Não mudo uma única palavra
O que sinto sai escrito assim
Quando eu leio o que escrevo
Eu descongelo aquele momento só para mim no silêncio do meu ser
E vivo tudo outra vez com a mesma intensidade
Recordando só para mim aquele tempo
Porque é só meu
As palavras são só minhas
Muito minhas

quinta-feira, abril 05, 2018

A saudade de ti é uma doida que se amarra a mim sem explicação

quarta-feira, março 28, 2018

Se te amar
Com certeza será verdade
Pois não saberei olhar-te de outra forma
E se te amar
Serei teu
Assim como a água é da terra
E na minha vida vou querer-te
Todos os dias
Porque se te amar
Serei completo
E os dias contigo serão eternos
Com todas as horas e minutos
Se te amar
Vou dizer-te baixinho
Para que entendas todo o meu ser
E me escutes no teu interior

sexta-feira, março 23, 2018

Sem pressa desenho-te
Percorro com os meus dedos o teu corpo
Enquanto os teus olhos se debruçam nos meus
Um sonho utópico...
Foi nesta idade que o amor me foi buscar
Como um ato de coragem
Que alguém precisa de ter
E eu preciso de te ter
Sei porque te quero
Porque me fazes bem...
Quero-te por te querer também
E não te quero longe de mim um dia que seja
Pois não sei viver da saudade
Mas quando não estas aqui
Eu desenho-te neste papel branco
Para que possa tocar-te o rosto
E ver os teus olhos brilhar
Sentir-te perto de mim

terça-feira, março 13, 2018

Hoje é um dia
Em que te queria só para mim
Tocar-te no rosto e sentir-te
Fazer-te uma ternura ou um carinho
Sentir os teus braços no meu pescoço
Nascia em mim uma profunda primavera
Numa alquimia perfeita
Hoje não quero sair para a rua
Quero ficar aqui
Á espera que venhas
Que me despertes e me beijes
Me faças sonhar e divagar
Um fazer de não fazer nada
Um conto de não contar nada
Um ver-te mais que te ter
Mas só me resta pintar com palavras
O teu nome para que te sinta perto de mim
Pois entro num vazio que é só meu
Um vazio cheio de saudade
Cheio de nada

É assim a noite...
Tão densa
E misteriosamente minha
E eu passo por ela
Embriagado
Numa valsa de cristal
Onde as sombras se cruzam
Num ato quase angélico
Como se fosse um primeiro poema
Onde as palavras cantam
E as bocas se tocam
Num mistério nocturno
Onde o silêncio...
Esse se transforma num grito colectivo
E acaba numa combustão sagrada


segunda-feira, março 12, 2018

Tremo de medo
Desta solidão fria e amarga
Onde não te tenho
Entristece-me...
E por vezes prefiro não te ter
Este sonho que nos separa
Deixa-me louco
Pois penso em ti e não te tenho
E parece que tudo morre á minha volta
Talvez eu já não saiba amar como um homem forte
As palavras de amor já não me saem da boca
Que agonia
Apetece-me nascer como uma palavra escolhida
Para não estar só
Irremediavelmente só

sábado, março 10, 2018

Tenho saudades
Do leve e suave toque do teu beijo
Aquela doce sensação de te ter
É que renasceu-me a exaltação
E nesta noite de sonhos
O tentador toque dos teus olhos
Não me larga
Não me deixa
Só me consome
E nesta profunda distância
Onde a luz desmaia
Recordo-me de ti
Essa imagem fugida que quero alcançar
Não me satisfaz a fome de te ter
Quero-te

sexta-feira, março 09, 2018

De súbito os meus pensamentos foram-se
Numa clara noite fria e molhada
Mais uma que não te vejo
Nem o rosto me sai da mente
E as vozes interiores que falam
Para não se calarem com o tempo
Dizem-me que eu sou do mundo
Mas eu sou teu
Fico num canto relembrando os dias
Aqueles que nos vimos
Fugazes mas doces
Talvez os meus olhos estejam adormecidos
Na recordação do teu olhar
A verdade é que te quero
Muito mais do que um simples momento
E a utopia no meu pensamento
Deixa-me sonhar mais alto
E não me deixa sossegado
Pois tenho sido um homem simples
Errante no amor mas com paz interior
Repouso assim o meu olhar no vazio
Que me leva a ti
Aos teus olhos
Tua boca
Teu corpo
E mordo as palavras que te quero dar

domingo, março 04, 2018

Escrevo para mim...
Mesmo que eu não possa ver a minha poesia
Com os meus olhos de olhar interrompido
E mesmo sabendo que no oceano da vida
A própria vida se perde
E se afasta de um tanto que é nada
De uma solidão quase salpicada de sal
Pois quem sou eu que não sei
Senão um fruto de uma adolescência perdida
Mas não são as lembranças que se arrastam
Entre magnólias e noites mal dormidas
Pois há cemitérios cheios de traças e carcaças
Cheios da vida que se foi
Cheios de nada
Cheios de ossos e granitos
E então porquê os mortos?
O que subsiste para além do nada que é tudo?
Mesmo que eu não possa ver a minha poesia
Com os meus olhos de olhar incessante
Escrevo ao miudo dentro de mim
E pergunto-lhe - "Que fazes aqui neste lugar?"
De paredes débeis e tristes que não te deixam sonhar
E vejo-me detido na humildade
Um coração envelhecido e afogado
Triste
Ressoa como um relógio de parede afinado
E o sangue corre e não pára
Nada pára
Nem o amor pela noite súbita
Mas diz-me porquê os poemas?!
Se não se comem as palavras
Se não se come o poeta
Se não se ama a vida
Os poemas ficam talvez para uma eternidade estupida
E as criticas mudas e idiotas dos homens simples
Nada me dizem
Senão anunciar-lhes que não viverão para além do tempo
As pessoas morrem os poemas não
E o estranho é pensar que com um unica vida
Não se aprende o suficiente
Mas escrevo para mim

quinta-feira, fevereiro 22, 2018

Então eu voo e caio
E desço assim pra baixo
Desorientado em direcção a nada
Debruço-me nos altares do mundo
E deixo-me cair
Na terra
No mar
Ninguém sabe quem era eu
E àquela altitude ninguém jamais ousou conhecer-me
Nem eu tampouco me mostrava
Mas em camara lenta
O sonho desmontava-se
E a tela escurecia
E eu sem ninguém saber
Caia desamparado pelo ar
Como que se voasse num caminho frenético
E as nuvens passavam por mim
E eu tornava-me uno com elas

sábado, fevereiro 17, 2018

Gosto quando vens
E estas aqui
Quando me amas de noite
Quando te amo
Gosto de ser teu
E gosto quando és minha
Ate quando o sono cai em mim
Eu queria que ficasse a noite contigo
Seja como for eu quero-te
Gosto de ti

Ah... quem sabe se não morri
E não estou ali mais
Não ouço ninguém
Nem vejo quem me queira ver
Porque o que é a presença do mundo
Senão sou eu neste momento
A minha palavra não passa de uma linha mal feita
Um "gatafunho" da minha alma
Que se expressa neste papel vazio
Pois não durmo nem quero dormir
Preto no branco
Onde o melhor improviso é espontâneo
Preciso disto para me identificar
Com o mundo
Caso contrário nem na morte adormeço

sexta-feira, fevereiro 16, 2018

Se um dia destes eu andar por ai
Sozinho pela rua
A ver as montras e as pessoas que passam
Sabe que penso em ti
E me cruzo contigo na minha cabeça
E as palavras que te quero dar
São tiradas do meu intimo
Onde só eu sei sonhar
Ao ritmo brusco da vida
Que se mostra desafinada e por vezes feliz
La no meio eu paro para ver as modas que passam
Para me rir das pessoas que se cruzam comigo
Mas não sabem quem sou
O que sou
O que penso
O que sinto
Se me vires sozinho na rua
Então toca-me e abraça-me

quarta-feira, outubro 11, 2017

Gostava que viesses hoje
Mesmo que fosse de noite
Estou cansado mas dava-te um beijo
Pintado de seda era como um chocolate na minha boca
E os meus braços abraçavam-te inteira
Quem me dera que viesses esta noite
Fazer amor nos meus braços
E a minha boca apaixonada embriagar-se na tua
Gostava que viesses hoje acompanhar-me
Nesta madrugada ainda quente de Outono
E me deixasses dormir perto de ti

sexta-feira, setembro 01, 2017

Deixemos de lado as palavras
Ficam entre os livros e as prateleiras
Vamos falar de mim
De ti
Que sentes quando estás longe?
Ou nos momentos mais escuros do Outono?
Mas primeiro, quero que saibas uma coisa
Quero o teu sorriso
Como o Sol que nasce
E quero rir-me da noite
Quando te vir perto de mim
Como um rapaz que te ama
Como um pássaro que repousa as asas
No fim de uma longa viagem
E encontra um refugio quieto
Porque cada dia cai dentro da noite
Então deixa-me repousar perto...
Perto de ti
Sem ver ou falar
Só respirar...
E receber o teu beijo de manhã
Debaixo dos teus olhos
Mas deixemos de lado as palavras
Porque de manhã ficam para quem as quer ouvir
É que esta noite está aqui presente e tu não estás...
E a saudade desenvolve-se de forma bruta
Neste território que é o meu corpo
Deliciosa saudade
E todos dormem mas eu estou aqui
Sinto-te aqui
Pois não me canso de ser homem para te amar

quinta-feira, agosto 24, 2017

Da-me o amor sem fim
E o teu sorriso de todas as manhãs
Pois assim eu vivo
E mesmo que a noite venha
Não quero dormir sem o teu conforto
Pois em teus braços sei para onde vou
Mesmo que a terra mude de lugar
Sei onde estou...
Mesmo que de repente eu me sinta velho e inútil
Sei que te encontrei a tempo de te amar
Como um desses Deuses do Oriente
Ou como um bobo de um castelo antigo
Não estarei tranquilo
Enquanto esta estranha ternura
Se misturar com as palavras que canto
É assim que te amo
Como uma ode prolongada
De um poema gritado
É que chegaste á minha vida
Onde tudo estava vazio
Como que apodrecido
E eu não sabia já sentir
Nem respirar
Talvez por tanto e tão pouco
Amo o teu ser
E estou alegre
Mesmo que ninguém veja
Mesmo assim no crepúsculo de todas as noites
De todos as manhãs
Para sempre

terça-feira, agosto 22, 2017

De noite...
Numa madrugada já rasgada pelo tempo
Onde o silêncio se confunde com o ar
Eu noturno divago sobre mim
Imaginando se este sentimento
Pode ser real para sempre
Como uma constante matemática
Numa formula eternamente aurea
Dou comigo a escrever estas palavras
Quase sem força nos meus dedos
Para que alcancem um vasto universo
São o meu ser
E agora sinto-me tão só
Numa solidão que é só minha
Sem tristeza por perto
E ouço o mistério da noite
Que canta só para mim
Numa paz suave que me embala a alma

A calma que arde no meu peito
Inunda a minha mente
E o que vejo com estes olhos tão cegos
O teu sorriso...
Que abre todas as janelas da minha vida
E na minha vida toda eu andei
Como que a procurar-te
E agora chegaste...
Estas perto
Numa suavidade quase secreta
Mas há outros dias que ainda não chegaram
E eu quero alcança-los
E quero saber se vens comigo
Como alguém que vem ver o ar puro
Depois de uma noite inteira a beira mar

A noite passa
E eu passo e perpasso as minhas mãos
Pelo teu corpo
Sinto-me teu...
Só teu
Num triunfo de amor que é nosso
Os meus dedos encontram-te
Os meus lábios procuram incessantemente
Os caminhos do teu corpo
E o teu sabor deixa-me num desespero
Quase louco
Com esta fome de te ter
É então que adormeces e eu te olho
E me sinto feliz num momento único
Amo a noite como te amo a ti
Tão somente quero ser teu
E quero mais desse ambar
Tao calmo e doce
Tão teu e meu
Tão triunfalmente nosso

Então já não me vou embora
Fico aqui á espera do tempo
É que já não estou triste
O caminho fez uma curva
Onde o amor passou
E que curva...
Como uma viagem a Marrocos
E aqui estou
Sentado
A divagar
Seriamente feliz
Mas calmo e sereno
Como uma árvore com voz
A espera de ti
Porque sei que vens

No meio da tempestade
Encontrei esperança
Paz
E amor

sábado, agosto 12, 2017

Deste modo eu penso em ti
Como se a complexidade da vida
Estivesse em descrever-te
E nas palavras me perdesse 
Como se eu sem querer
Te quisesse tocar no rosto
E reconhecer-me nele
E ainda assim sou alguém que pensa
Que se inunda em ti
Sem saber como ou porquê
Sem mesmo ainda os nossos olhos se tocarem
Será um sonho?
Suave então é este o sonho
Pois tu enches-me a alma
E sem quereres fazes-me sonhar
Como um brutal sentir
Que me apetece dar-me á realidade
De te ter


Há um mistério...
Nestas manhãs de verão
Uma perturbaçao de saudade
Que me atrai e me faz sentir a tua presença
Como se te conhecesse durante todas as minhas vidas
Uma ansia de te ver
Como uma inexplicável força de te ter
E ao pensar em ti
Há em cada dia tudo aquilo que me anima
Tudo isto é nada e tudo
E no cansaço da noite
Atropelo-me com as palavras
Tentando descrever-te só para mim
E todo o meu corpo sem explicação
Treme de saudade
De um querer mais do que querer
De repente
Assim como quer a vida
Encosto-me a um canto
E falo prudentemente comigo
Pudesse eu, falar assim sempre
Num dia em que Deus estivesse a dormir
E talvez lhe perguntasse quem sou eu
Um simples viajante?
Encolho-me e tapo-me
E sinto-me tão perto de mim
Só o sentir me faz ser
E sinto...
Sinto tudo duplicado
Como se quisesse gritar ao mundo
O que vejo e não vejo
Na minha imaginação assim tão de repente
Encosto-me acostumado a pensar
Quem sou eu


segunda-feira, julho 24, 2017

Às vezes quando estou aqui
Tento imaginar-te junto a mim
A sorrir ou simplesmente em silêncio
O meu pensamento voa
E não quero parar
Não sei para onde vou
Nem quanto tempo demoro
Só quero imaginar-te
Pequena e confortável no meu abraço
E para mim quero que fiques tão na minha pele
Mesmo que seja por poucos minutos
Por pouco tempo
Para que me recorde que estou vivo
E que ainda sinto
Mesmo que seja um breve sentir
Como um suspiro de felicidade
Mesmo que seja curto
Pois sei que a vida voa e o tempo passa
E de certeza que passa
Então sinto-me bem
Ao sentir-te tao perto do meu pensamento
Do meu refúgio
Da minha pele

sexta-feira, julho 21, 2017

Quero que saibas uma coisa
Talvez não seja uma coisa qualquer
Porque no encanto da noite
Nada é despercebido
Então eu não sou o homem
Mas sim o menino
Que se perde no teu olhar
Talvez para se encontrar
É que no escuro da noite também te encontro
E a cor da tua pele deixa-me sonhar
E não te conhecendo, conheço-te
E não te tocando, toco-te
E não te falando, falo-te
Porque é assim a noite calma e escura
Quando penso em ti

terça-feira, julho 18, 2017

Perco-me na noite contigo
Ouço a tua voz que passa por mim
Como uma doce palpitação
Que me faz sonhar
Desconheço o sabor desse abraço
Mas quero envolver-me nos teus braços
Procurar o silêncio calmo do teu sorriso
E se assim for...
Tocar o teu rosto, o teu cabelo
E já é tarde...
Não quero deixar-te ir
É então que fecho os meus olhos
Imagino o teu beijo que se desfaz na minha boca
Como quem morde um sorriso
Adormeço já tarde mas feliz
E assim sou

quinta-feira, maio 25, 2017

Sinto saudade da saudade de te ver
E a noite passa ardente
Sem ter razão para adormecer
Podia agora nesta noite escrever
Um poema triste
Mas só me lembro de uma palavra
Saudade
De falar contigo
De te ver
Mas a noite passa e tu estas ausente
Sem que ninguém me veja
Escondo-me numa madrugada
Tao distante que mais parece uma eternidade

quinta-feira, maio 18, 2017

Quanto mais penso em ti
Menos o tempo passa
E parece que o tempo ecoa
E todo eu quero ser teu
Oh! Deixa-te ficar junto a mim
Para devagarinho os meus braços te apertarem
Os meus olhos beberem o teu sorriso
Porque o tempo passa e perpassa
E eu nos meus crepúsculos da noite
Vejo-o fugir lentamente
Talvez porque queira estar junto a ti
Aninhar-me no teu leito
E deixa-lo passar

terça-feira, maio 16, 2017

Desboto-me com a noite
E com a noite fico
Pois é tão tarde e já não quero adormecer
Poiso as minhas mãos nos olhos
E permito-me chorar devagarinho
Como se nada fosse
E tudo fosse...
Pois que importa?
As almas também choram
E a minha tem cá uma coragem para fraquejar...
Mas só não quero adormecer esta noite
Nem me sentir abandonado neste ato de coragem

Tenho saudades
E ainda só passou um dia sem te ver
Na verdade passou uma eternidade por mim
Falei de ti á noite
E na minha solidão beijei os teus lábios
Beijei-os perdidamente
Quantas vezes me apeteceu
Vem-me buscar, peço-te...
E tira-me esta saudade que eu sei de onde vem
Prende-me os braços junto aos teus
Sente o meu coração faminto
E beija a minha boca apaixonada
Fala-me como gostas de mim
Eu escuto-te calmamente
Como se das tuas palavras saíssem os acordes
De uma qualquer guitarra antiga
E quebrassem o silêncio
Da minha solidão
Da minha saudade

quarta-feira, maio 03, 2017

Como que se parasse no tempo
Escrevo algumas palavras
Não sei para onde vão
As palavras...
Contento-me que sejam puras
Só assim podem viver na eternidade
Que mais eu poderia querer...?
Se no interior da tua ausência
Me dá para escrever...
O tempo não pára de passar
E as palavras são só uma desculpa para te recordar
Pois é que te recordo nesta noite
E sabe-me tão bem
Manter-te aqui junto delas
Das palavras...
Como que se as pintasse contigo
E todo eu não estivesse longe de ti
Deixo-as aqui escritas neste momento
Para me lembrar um dia que vivi
Que fiz parte desta onda frenética
Que é a vida
Mas a tua ausência enlouquece-me
Deixa-me para aqui
Longe do mundo...
A pensar em ti

sexta-feira, abril 28, 2017

Trago comigo uma memória simples
Desta minha vida agridoce
Onde sinto ainda uma profunda saudade
Que me satisfaz recordar
A chuva que caia entre nós
Por entre o mundo
Perto daquele mar
Naquela nossa monotonia alegre
O teu cabelo molhado junto ao meu rosto
E um beijo surpreso
Que de tão simples
Tocou os pilares da minha memória para sempre
É isto o amor? Pergunto aos deuses
Se for então deixem-me recordar vivendo junto a ti
Pois agora posso sonhar novamente

quinta-feira, abril 27, 2017

Sabes, as vezes quero falar-te
Pegar no telefone e dizer-te "olá como estas?"
Ouvir o silêncio do outro lado
E depois ouvir a tua voz
O teu sorriso
Imaginar-te num lugar teu
Onde só tu podes estar
E falar-te
Simplesmente contar-te coisas banais
Do meu dia
Ouvir dos teus lábios uma acolhedora cumplicidade
Ouvir o teu dia e dizer-te que gosto de ti
Que sinto isto por ti
Como que cá dentro não existisse mais espaço
E me perdesse nas palavras tentando explicar-te
Que não me apetece desligar o telefone

A noite já vai longa
Não deixo de pensar em ti
Não tenho para onde ir
Nem tampouco mão em mim...
Assumo ao mundo
Que sou louco por ti
Grito em voz alta
Sou completamente louco
Doido varrido...
Quero só para mim o teu sorriso
Aquele teu olhar apaixonado
Como quem esconde um beijo
E pede outro
E mais outro...
Quero aquele abraço apertado
Que me embala seguro
E não me deixa cair

quarta-feira, abril 26, 2017

Sou quase o vento
Em ti penso...
E é quase verão nesta noite cadente
Os anjos dizem-me para te procurar a cada instante
Mas eu encontro-te todos os dias...
Pois eles não sabem que no meu pensamento
Te olho e te falo a todo o momento
Encontro-te em todas as portas
Nos carros
Nas ruas
Nas paredes nuas
Este encontro e desencontro
Que arde por mim dentro
E me queima de saudade
Inunda-me de uma triste e estranha felicidade
É então que o amor acontece
Em todos os minutos que penso em ti
Não o amor luxuriante, lascivo, esse não...
Mas sim o amor que se destina a ser vivido
Não o vais ler em nenhuma folha
Não vem nos livros
Nem em página alguma de poesia
Nem eu mesmo sei descrever
Rio-me sozinho
Pois não sei chorar quando penso em ti

domingo, abril 16, 2017

Ontem,
Quando te vi...
Estava tão irreconhecível para mim mesmo
Que não sabia o que pensar
Precisava ver-te
Olhar-te...
Embalar-me num qualquer convite do teu olhar
Que pudesse em mim deixar um toque de desespero
Compreender porque tenho este estranho sentimento
De gostar de ti...
Pois quando ouço a tua voz ao telefone
Sinto-te tão perto...
Mas ontem...Quando te vi...
Quis falar-te do que sinto
Dizer-te o quanto odeio o estranho sabor das palavras que não saem
Palavras que nem eu sei pensar
Palavras quase gritadas
Quis perguntar-te onde tenho de ir para te ver a todo o instante










Um falso silencio instala-se...
É assim quando te vejo
Pois os meus olhos procuram-te incessantemente...
É então que caminho para além de mim
E te procuro nesta viagem
Não sei a que portas bater
Nem tão pouco tenho músculos de aço para me proteger
Nem uma espada tenho para me defender
Mas procuro-te
Procuro-te nesta angustia demorada
Neste dia-a-dia inocente
Imagino-te nestas noites em que penso em ti
E quero falar-te
Para te dizer que flutuo como uma pena
Neste silêncio esculpido
Em que pareço um quase nada
Levanto-me para cair numa madrugada distante
Que me eleva a tristeza de não te ter



sexta-feira, abril 14, 2017

Sabes...
Por vezes embarco em conversas comigo
E estava a dizer-me que tenho saudades tuas
Saudades de te pedir um beijo
Mas mais do que esse beijo
Tenho saudades de ti...
Dizia-me a mim próprio que de alguma forma necessito estar ao teu lado
Se me permites a pergunta
Queres estar comigo?
Sei que não ouviste bem
Baixa te um pouco e digo te ao ouvido
Sim curva-te um pouco
Vem aqui junto a mim
Vem comigo fazer parte da minha idade
Da minha infância até a minha velhice
Serenos e tranquilos
Cúmplices
Vens?
Desculpa o modo sincero caricato e infeliz
É que neste momento sou eu próprio sem o habitual filtro da vida
Durante tantos anos parece que me ausentei
E agora apareces de novo aqui
E eu tenho sede de ti
Anda vem comigo
O tempo agora é outro
Também tenho medo
Mas quanto mais medo tenho
Mais brilham os meus olhos
Quando penso em ti

terça-feira, abril 11, 2017

Quando cai a noite...
O barulho da solidão desliza sobre mim
Penso nela...
Como nunca pensei...
Como se a tivesse beijado hoje pela ultima vez na boca
Como se tivesse feito amor com ela na cama
E ainda sentisse o meu corpo vibrar
Como se a tivesse abraçado hoje
E esse abraço durasse a eternidade
Sinto-a como a deixei há dez anos
Sinto-lhe o sabor da pele salgada
Percorro todas as noites que passaram por nós num só momento
Todos os abraços apertados
E penso-a...
Fecho os olhos e penso nela
Sinto-a...
Tenho-a aqui tão perto
Aqui comigo...
Tão junto a mim que me arrepio
Tão perto que me esqueço que estou sem ela
Tão linda
Intacta no meu pensamento...
Porquê agora?
Que fiz eu?
Porque não agora?
Apetece-me gritar o nome
Soletrá-lo devagar...
Pintá-lo nas paredes das casas
Falar dela a toda a gente...
Ser feliz...
Mas num murmurio quase aflito
Compreendo só para mim que não está aqui
Dez anos de solidão e alguns dias que não tive junto dela
E agora sozinho adormeço
Como se tivesse o coração vazio
Deixo-me ficar
Assim deitado
A pensar nela...








sexta-feira, março 10, 2017

A mulher mais bonita do mundo
Dormia tão nua e deserta
Numa tela que foi pintada de olhos fechados
Naquele dia a mulher amanheceu
Acordou e tornou-se água do mar
E a vaidade desapareceu e ficou a beleza
Então ela tinha cabelos de água negros
A pele dela era de sal doce
Ela era linda
Os olhos negros lindos
A mulher mais bonita do mundo
Nasceu com o mar vestido de Lua
E naquele dia estava toda ali
Ela era linda
Acordou e sentou-se á janela
Voou e entregou-se para a Luz
Reflectia as ondas do cabelo dela
O seu sorriso navegava na água doce
Para lugar nenhum e para todo o mundo
Viaja sem vela enquanto exista água no chão




quinta-feira, junho 23, 2016

As vezes, quando me esqueço dos outros
Lembro-me de que algo para trás ficou
É quando me sinto triste
Por não conseguir andar para trás no tempo
É também assim nesse momento
Que sinto que o tempo não parou
E que algo em mim ficou como que estagnado
Um sentimento que não sai mas mata
Um sentimento que se congelou durante a minha vida
Um sentimento que se mantém e me destrói
Ás vezes esse sentimento dura algumas horas
Outras das vezes dura dias
Depois passa...
Mas volta...
Como um vai e vem frenético durante anos diferentes
No entanto iguais
Acompanhados por este sentimento que se mantém em alerta
Será assim para toda a minha vida?
Uma questão que coloco nos momentos em que os dias passam
E este sentimento teima continuar
Escondo-o como se estivesse a dançar
Num baile de máscaras ambulante
Que se dilata no meu sorriso
Mas habita no meu ser
E faz parte do palco da minha vida
Como uma tragédia que não tem fim
Senão o próprio trágico fim da eternidade
Este sentimento antigo que protege a saudade que eu gosto de ter
Mas que me destrói
Acompanha-me como se fosse a minha pele

segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Quando olho para mim

Analiso se estou parado no tempo

Ofuscado pela corrida desenfreada dos dias passados
Reparo então que o mundo andou ao contrário
E sem saber procuro-me
Reparo nos meus traços
Os meus anseios
As muralhas que criei
Revejo-me no Universo que não é mais do que eu
Pois sou dono do mundo
E este é dono de mim
Andamos de mãos dadas
Pois então corremos de um lado para o outro
Como duas crianças
E o tempo passa
Passa aqui e ali
Passa sem parar porque não há tempo
Não há tempo para parar



Não tenho nada que já tivesse esquecido
Pois quando o tempo passa fica a memória
Como se se tratasse de uma manta de retalhos
Muito elaborada e de cores tão vivas
Mas mesmo assim alguns tons passam despercebidos
Como que se ficassem esquecidos
Ocultos aos olhos de quem os não vê
Mas as cores não mentem
Assim como as recordações não se esquecem
Talvez os pensamentos outrora pensados se desvaneçam
Mas não tenho nada aqui dentro que já tivesse esquecido
E é tão bom lembrar-me do tempo que passou

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Este é o nosso planeta
Visto de longe 
Redondo ofuscado pelas nuvens e tempestades
Cheio de batalhas e guerras sem fim
Durante décadas e centenas de anos
Desde sempre 
E o que aprendemos até agora
Nada 
Um nada que para além do vazio
Não nos fez aprender nada...

quinta-feira, abril 03, 2014

Quanto mais penso mais pequeno sou...

terça-feira, fevereiro 25, 2014

A minha voz embarca num grito aflito
Uma noite inteira passa devagarinho
E não passa por mim a brisa da madrugada
Porque navego já longe dos meus sentimentos 
Numa mancha negra que se mostra na noite vazia
Voo neste silêncio quase gritado 
Quase vazio e cheio de nada 
E aguardo o nascer do dia 
Porque quanto mais navego 
Mais sinto o meu grito 
Voo devagar e magoado 
Cansado e sem rumo
Desamparado aqui me encontro 
A precisar da minha luz 
Que desapareceu assim numa batalha sem sentido
E preciso tanto da minha chama acesa
Nesta noite sem sono e um sabor a abandono


quarta-feira, janeiro 15, 2014

De repente o mundo ficou rápido
Tempestuoso e frio
E a água gelou
Congelou...
As árvores pararam de crescer
Os meus pássaros pararam de cantar
E a minha sentença desenrolava-se
Escrita por alguém
Num livro dourado de metal
Eu fiquei á espera
Que me fosse retirado um ultimo folego
E sem querer encontrei um pequeno ramo
Ao qual me segurei
Com força...
Agarrei-me ali sem sentido
O frio congelou-me e sentia o peito apertado
O meu coração abrandou
Eu podia agora pensar mais devagar
O mundo ficava mais lento
Mais limpo
Mais puro
Deixava-me levar
E perguntei-me como será?
Como será encostar-me aqui?
Congelar o corpo nu
Até que alguém me venha resgatar da vida
Até que alguém note que existi e que vivi

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Quem me quiser falar que me chame
Já não vejo ninguém...
Se alguém me vir foi um acaso
Se alguém me reconhecer é um engano
Ou um fracasso da memória de alguns
Mergulhei convicto  há muito tempo
Sob um céu de águas estagnadas
Onde outrora a água era água
Vinho era vinho
E amor era amor
Esta dor que arde dentro de mim
Num perpétuo movimento
Onde numa sinfonia turtuosa nado para longe
Até ao meu desembarque
Em terras distantes
Vivo aqui na água
Mas não dentro dela
Vivo aqui no mundo
Mas não dentro dele

terça-feira, agosto 20, 2013

O que está para além de mim também sou eu
Encarrego-me de me entender 
Ás vezes consigo...
Outras continuo o caminho que me é dado a conhecer
Pois não sei caminhar de outra forma
O que sou para além de ser também sou eu
Por vezes escondido na minha floresta 
Não me iludo quando não me encontro 
Sei apenas que o tempo me encontra
Por vezes sóbrio e transparente 
Outras camuflado pelo véu desta existência
A noção de estar vivo expande-se com uma suave respiração 
O resto são banalidades 
Relembro para mim o grande poder que é o pensamento


sexta-feira, janeiro 18, 2013

Um filho nunca é nosso
È como todos nós, livres e senhor dele mesmo
Podemos dizer que tem os nossos traços
As nossas cores
Os nossos sorrisos
Mas ele é ele
O meu tem o sorriso da minha alma
Possui o melhor de mim
Tem parte da cor da minha pele
E o cabelo igual ao meu de quando eu era assim miúdo como ele
Tem os olhos carinhosos da mãe
Quando olho para ele dá-me vontade de apertá-lo
De abraçá-lo e de o proteger
Mas é ele quem me protege...
Quem me faz sonhar e mudar
Porque quando olho para ele descubro quem eu sou
No meio da corrupção do mundo
Quando olho para ele amo-o a cada segundo
Porque sei que o tempo é vago e escorregadio




quarta-feira, junho 27, 2012

È necessário vivermos durante anos
Aprender a estar connosco para após algum tempo
Reconhecermo-nos diante da face dos nossos filhos
E como que por coincidência
Revemo-nos diante do ser mais belo
Talvez com as mesmos receios, os mesmos medos
Talvez até com os mesmos olhos
A mesma voz, o mesmo sorriso
Até mesmo o andar pode ser igual
Foi necessário caminhar tanto
E de tantos passos andar
Saborear o quanto é bom ter no mundo uma parte de nós
Um bocado de mim
Uma centelha deste meu ser tantas vezes errante
È tão bom ter-te comigo
Saber que não és meu mas sim parte de mim
Como um prolongamento da minha vida
Da minha alma
Do meu ser
Amo-te

sábado, janeiro 14, 2012

Conto os dias, as horas e os anos
Conto só para mim desde a minha nascença
Todos os minutos são meus
Só meus...
E por vezes sinto-me um farrapo
Por não os aproveitar
Não os ver ou sentir
E passa o dia e a noite
Por vezes sempre iguais
Desfaço-me em ritmo lento
E aperto o meu talismã contra o peito
È sinal de desespero dizem...
Para mim, sinal de paz
Enfim sou eu, coisas da alma
Embriagado pela busca que me conduz
Vou contando devagar
Um dia acabo no infinito
Acordado de um sonho bom

sexta-feira, dezembro 30, 2011

Por vezes encontro no tempo
Uma recordação feliz do que fui
Talvez para me lembrar que um dia irei voltar atrás
Fazer uma longa caminhada de volta
Para me encontrar com a vida
A vida... Essa puta...!
Tinha umas coisas a dizer-lhe...
Até tinha...
Ainda não fiz paz comigo
Quando fizer já terei engolido todas as palavras
Mas talvez no final me lembre do que fui
Ou talvez me iluda até morrer
Quem sabe quando o tempo me deixar em paz
E o fim seja um bom final feliz
Deus saberá o que fazer de mim

terça-feira, agosto 30, 2011

Vês estes olhos?
Tão escondidos do mundo
Não se dão a ver
Alcançaram em tão pouco tempo
O mundo que tocaram
O mundo que quiseram ver
E perderam-se tantas vezes que perdi a conta
Percorreram distâncias que poucos tocaram
E aqui estão eles!
Uns olhos que de tão cansados
Se decidiram misturar com a multidão que não os conhece
Não os desvenda...
Nem quer saber
E aqui ninguém os vê ou sente
Ninguém os vê com olhos de ver
Ninguém os toca
È divino quando não nos conhecem
Quando passamos ao lado
Quando nos passam ao lado
Por momentos sou quem mais sou
Eu mesmo num turbilhão desperto
Longe, mas de mim tão perto
E ninguém sabe por onde andei
Só eu sei o quanto aqui estou
O quanto fui e quanto amei
De tanto cair me levantei
E aqui estou passo e ando
Corro e não descanso
Porque sou eu
Sem ter mais ninguém
Só eu
Quando passam não sei quem são
Não se mostram como eu
Não me deixo ver
Não me deixo...
E quero esta solidão
Só para mim
È que ás vezes sinto-me egoista
E a solidão é a companheira dos lugares
Tão bem caminhados
Somos irmãos
Tornou-se sangue do meu sangue
Parte da minha carne
Lágrimas das minhas lágrimas
È assim que passo por quem me olha
Não se conhece...
E não me conhece

terça-feira, junho 07, 2011

Tinta azul...
Papel congelado
Uma noite de Inverno
Sem sentido a minha mão desliza
O aparo suave transporta o meu ser
A minha alma repousa agora nesta folha
Liberto-me das amarras do cansaço
E aqueço este papel branco com a minha memória
Pois que não tenho mais ambição
Senão aquela de ser eu mesmo agora
Eu próprio e este momento
È então que me liberto para descongelar esta folha
O azul borra mais umas palavras
Uns rabiscos que me lembram o frágil que sou
È que nem sempre sou forte...
È que sempre que viro as costas a mim mesmo
Congelo como este papel que agora aqueço
E não me esqueço...
Vou-me descongelando aos poucos
Com o tempo
E o tempo, esse fiel amigo vai passando
Como se não parasse
Afinal eu paro por vezes...
E não descanso
Só me canso

domingo, maio 08, 2011

De novo aqui
Palavras á mistura...
Sentimentos sagrados que evoluem
De novo aqui para mim
Só para mim
Um novo sentimento que me abala
E para quê? Para onde?
Talvez por onde...
Por onde andei
È que por vezes confundo-me
E não me encontro
Misturo-me
Abraço-me
Fundo-me com o agora
E grito para além do que é silêncio puro
De novo aqui...
Talvez para me sentir

domingo, janeiro 30, 2011

Quando olhamos para a nossa vida
Num estranho momento
Como se fosse numa sala vazia
As amarras do tempo mostram-se nitidas
Como se quisessem tocar o infinito
O pensamento puro e vazio
Uma sala limpa e vazia
Sem janelas
Paredes brancas
Chão branco
Independencia material
Faz-me recordar quem sou
O caminho tão perdido que fiz
As vezes que me desencontrei
Sim, no vazio encontro-me...
As vezes que o tempo me deixou parar
Que retrato cru e nu, tão vazio

sexta-feira, agosto 06, 2010

A Lua que sai à noite
Deixou no céu um rasto
Uma luz tremida que se reflecte
Faz lembrar um cometa
É a noite imensa carregada de mistério
Sigo vagueando pela estrada
Já tarde, são quatro da manhã
Alcanço um lugar que é meu
E a Lua caiu eternamente no meu caminho
Um sonho que já vai doce
Depois... Pergunto a Deus quem sou
Responde-me em sinais
No céu vejo os traços
Meio desajeitados
Tão perto falam-me de mim
E dizem tudo o que sinto...

domingo, junho 13, 2010

Já é tarde...
A noite avança
Vem para aqui
Aqui...
Junto de mim
Fica aqui e não saias
É tarde...
Não é nada!
Fica aqui! Onde vais? Aqui...
Não pode passar o momento
Que passe a noite...
Que venha o dia e ele passe também
O momento fica aqui!
Não sai daqui!
Fica...
Fica comigo esta noite...

quinta-feira, maio 20, 2010

Pinto-me de negro
Para me confundir com a noite
Essa bebida nocturna que ofusca o Sol
Agarro a noite aqui
Pois ela deixa-me sair
Um mundo cruel que só em sonho abandono
Pinto-me de negro
De luto...
De preto...
Não sou a sombra
Sou a noite...
Sou o som do Oceano
As ondas...
E em breve sou azul
Sou a madrugada ausente
Sou o mundo
O Homem...
O Menino...
Sou eu renascido de mim
Que nasço com este som
Nesta noite de tão negro azul pintado
Embalo a Lua num abraço feliz...

terça-feira, abril 13, 2010

As palavras que por vezes me completam
Nascem de mim...
Numa harmonia doce quase amarga
Inovam-se a cada instante
Bebo delas o sabor de cada segundo
E faço parte delas
Da mesma forma que elas se conservam
Então... Quase que por instantes
Elas falam a minha vida
Deixam no tempo a minha respiração
O meu olhar e a minha vida
Flutuam no mundo...
Palavras...
Unidas com o eterno sabor do momento
É um conjunto de sentimentos
Tão complexos...
Tão livres...
Tão geniais no seu Universo
Que se deixam deambular pela eternidade
Por vezes as palavras são tão brutais
Que não as quero escrever…
Nem as ouso pensar…
Andam lado a lado com a solidão
Têm diálogos com o meu ser triste
Sorriem com a satisfação
Rio-me delas e com elas me vejo
E sei que essas palavras...
Essas frases...
Contêm toda a minha vida

quinta-feira, abril 08, 2010

Talvez seja proibido
Falar nos dias que amo e nunca os conto
Talvez assim seja...
Porque por um dia falhado na vida
Serão mil anos de solidão intensa
Talvez então seja proibido
Como o sinal tão encarnado
É como quando passamos e ninguém nos passa
Quando vemos e ninguém nos olha
Quando falamos e ninguém nos diz nada
Talvez assim seja...
Vivermos na sombra do que passa proibido
Como o sinal vermelho...
Então passo devagar
E olho o mundo que passa
Com estes meus olhos de ler
Para que não passe de novo por mim
O que já passou
Talvez então seja assim...
Proibido...

terça-feira, abril 06, 2010

A noite passa...
Os meus olhos repousam
Gostava que estivesses aqui
Meu amigo, gostava que me visses agora
Já não sou o menino pequenino
Ou o Filipe pequenino
Meu velho amigo...
Como eu gostava que aqui estivesses
Partiste para tão longe
Deus... Esse grande desconhecido
Abraçou-te e levou-te para essa distância bruta
Meu velho amigo...
É com alegria que relembro o teu sorriso
A noite passa calma

segunda-feira, abril 05, 2010

Uma velha certeza...
Talvez o Sol tão longe
Essa linha no horizonte
Talvez me encontre e fale comigo
Talvez de amor
Talvez do tempo
Não sei...
Talvez não
Talvez uma resposta aberta
Que faço aqui e onde estou
Procuro-me
Talvez me encontre

domingo, abril 04, 2010

A rua calma
Passo devagar
A tarde tem sabor de primavera
Voo sobre a cidade
O meu pensamento vai longe
Distante...
Cruza-se na estrada que é hoje minha

quinta-feira, abril 01, 2010

Cem páginas brancas...
Demasiada tinta num só momento
Antes distante do que tão perto
Os meus dedos perpetuam as palavras
Que de forma desmedida
Pintam o meu rosto
E os sentimentos mudam de cor
Cem páginas brancas...
Desfiguradas por alguma batalha interior
Esfaqueadas e abertas ás feridas do tempo
Rasgadas outras cem...
Cem folhas...
Esquecidas ao vento
Cem anos de solidão
Passados num só momento
Um abismo profundo
Um sonho de heróis
Um caminho distante
Um sonho Utópico...

terça-feira, março 30, 2010

Por vezes mais vale não sonhar
Para não cair em desarmonia com a vida
Porque sonhar nos dias de hoje
Parece o vazio que não leva a nada...
Um caminhante sem estrada
É pior do que um homem sem sonhos
E os sonhos esses ficam para os amantes
Para os casais e para as crianças
Não... os sonhos não são para os que procuram o amor
Sonhar não é amar...
E amar não é esperar pelos sonhos
Talvez seja viver dentro de um sonho
Talvez seja fundir-se com a pureza da própria harmonia
Não...
Não sonho mais, nem mais um segundo
Talvez tenha desistido
Já não sei amar também
Talvez então me tenha esquecido do amor em algum canto
E entristeço... entristeço quando me apetece
E que importa?
Ninguém se importa quando estamos sós
Tanto faz para os outros
A vida passa...
E os sonhos vão ficando pelo caminho
Pintados nas folhas,
Escritos nas árvores...
Nas paredes ou nos vidros embaciados dos carros
Mas neste vazio há sempre um resto de sonho
Talvez a cada momento que não amo
Lembro-me de algum sonho que sonhei
Merda!
Puta de vida que passa despercebida...
Rouba-me os sonhos em cada esquina
Merda, merda, merda...
Perco a esperança...
Enlouqueço...
Não quero o tormento do coração que não sabe amar
Não quero...

sábado, março 27, 2010

Quero ver-te
Olhar-te nos teus olhos com o meu silêncio
Quem sabe ouvir a tua voz
E dela retirar o teu sorriso intenso
Para me rir também
Queria ver-te nesta noite
Apenas para me deitar sossegado
E descansar em paz...
Ah... Sim apenas ver-te...
Talvez de longe
Bastava olhar-te...
Saber que estás bem
Sabia-me bem ver-te hoje
E ouvir-te...

terça-feira, março 23, 2010

Segredos...
Tantos e tão poucos
São meus também
Apetece-me desvenda-los...
Os segredos tão teus
Talvez na intimidade de um sorriso
No gesto do silêncio
Ou na presença de um olhar
Talvez no inicio da madrugada
Ah... Segredos...
Que seria deles sem um confidente
Que pernoita no silêncio da noite
Segredos tão secretamente guardados...

sexta-feira, março 12, 2010

Nesta meia-noite que passa
Ouço o vento frio aqui fora
Entrego-me aos desafios da minha mente
Escrevo estes rabiscos numa mesa de madeira forte
E parto para um lugar mais quente
Quem sabe a praia do Sul
Parece que sinto o cheiro a maresia
E as gaivotas que costumam pousar na areia nua
O vento imagino-o mais quente
Finjo então que me sento
Nesta escada velha junto a um farol antigo
Ouço o mar que me fala mas que se zanga comigo
É que subitamente vejo passar um tempo que não é o meu
Nem sei o que sinto
Não me cabe a mim saber
Apenas desafio a minha mão
Que descreve sem sentido a minha alma
Estas palavras que não saem...
Mas que vão aparecendo timidamente
E de tanto pensar perdem-se...
Perdem-se talvez com o frio da noite
E esta meia-noite que passa
É mais uma meia-noite que de meia não tem nada
E é tão vazia como antigamente...
Tão carregada de horas vagas que não passam
Uma fria noite de Inverno que não passa
Gela-me tanto os dedos que não os sinto
E o meu corpo está todo frio, todo gelado
Assim como eu estou por dentro
Alma congelada que divaga
É só isso e mais nada...

quarta-feira, março 10, 2010

Ah... quero o cheiro...
E o toque...
A presença e o olhar
Quero só para mim
Toda a essência a que tenho direito
Cada pedaço...
Doce ou amargo
Tanto me faz
Cada acorde em harmonia perfeita
Um tom que faz desta valsa
A minha dança
Ah quero mesmo...
Só para mim toda essa beleza

domingo, março 07, 2010

Onde está aquele miúdo...
Que brincava e sorria
Aquele rapaz de cabelo louro quase branco
Talvez se tenha escondido com o tempo
Ás vezes aparecia e ria-se tanto
E o Verão parecia tão simples e puro
Tão sem medo, tão em paz
Onde está o sonho que foi o dele
Tão longe do tempo que passou
Onde está aquele miúdo que tinha medo do escuro
Escondia-se por trás do lençol
Talvez tenha crescido e sofrido
Vivido talvez...
Estou tão aqui
Observo o tempo que passa
Perpasso e passo a passo vou andando
E o tempo que passa tão fugaz deixa marca
Estou aqui...
Sou o menino já homem que quis ser
Ás vezes tento falar com o menino cá dentro
Busco o sonho ainda... Não me canso!
Mas não me reponde...
Sonho acordado, sonho tanto...
Sonho o mundo!
E sou tão voraz quando sonho!
De tão humano... Tão frágil...
Um homem menino ainda com medo do escuro
Estou aqui talvez por pouco tempo...
E quero tanto ver o mundo!
Que não me canso de procurar
Estou tão aqui... Não me vês...?
A poeira da vida ofuscou-me tanto...

segunda-feira, março 01, 2010

A minha guitarra geme esta noite
Ao meu ouvido ouço os acordes suaves
Deleito-me com mais um tom
Um som...
Ela fala só para mim
Uma linguagem que só eu sei compreender
Toco-lhe onde ela sente mais prazer
Suspira ao meu ouvido
Um som que lhe quero dar
Deixo-a ecoar por estas paredes nuas
Frias e cruas...
Só eu sei a timidez com que ela vibra nas minhas mãos
A minha guitarra geme esta noite
E sobe um tom quando lhe toco
Grita um acorde afinado
A minha guitarra geme...
E este gemido que não cessa
Faz-me sentir acompanhado nestas noites de solidão

sábado, fevereiro 27, 2010

Saudade de ti
Porque me esqueci de quem sou
Quanto mais entendo menos te olho
A distância afasta-me o pensamento
Quando menos te tenho no pensamento
Sento-me no chão frio
Sei que respiras a dor que sabe a frio
O frio que não vejo
Saudade... será essa sim...
A saudade vestida de dor
Que me prende a ti
Sem que eu mesmo saiba quem sou
Já me esqueci de quem sou
Afasto-me lentamente
Porque não tenho forças para sonhar além
Estou demente e sem força para me levantar

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Encosto-me a uma parede fria
Deixo-me ficar por um momento
A musica ecoa pela sala fria
Não me importo de sonhar
Aliás sonhei tantas vezes
Que não me recordo de jamais sonhar
E perdi o rumo da terra dos sonhos
Dos meus sonhos...
Aqueles que tive e iniciei quando era criança
Já não sei deles
Acho que virei retrato de um espectro adormecido
Acho que abandonei alguns deles pelo caminho
Gelado caminho...
Outros vão-se ainda construindo
Fragmentos do tempo
Perdi tanto...

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

Lá longe deixem-me sonhar...
E viver o que não vivi
Não sei explicar o quanto
Por vezes não cabe em mim o tanto que já tive
Não tenho um vazio para mostrar
De certeza que não tenho
Talvez uma taça vermelha
Cheia de sonhos coloridos
Uns já feitos
Outros incompletos
Alguns tão distantes da minha estrada
Outros que perdi, que me esqueci talvez
Talvez a minha vida demasiado atribulada os fez perder
Por entre ruas e becos sem destino
E tive culpa sempre...
Porque não culpar-me?
A solidão de uma noite sempre me iluminou o dia
Estou aqui agora
A tentar escrever os sonhos que perdi
Para continuar a caminhar sem medo
Uma vela que se queima
O incenso que acalma
E este molho de sonhos na minha cabeça
Parecem-me tantos que sem querer esqueço-os
O tempo dá conta deles...
E esta certeza de não os ter
É um sentimento insuportável
Que se torna tão puro
Tão menosprezado...
E lá longe o tempo passa
Mas deixa as marcas aqui perto
Tão perto de mim

domingo, fevereiro 07, 2010

Já não sei se me entendo
Esta estrada por onde ando
Levou-me onde não queria
Não consigo explicar o propósito
Fico cheio de medo só de pensar o que perdi
Já nem consigo acordar sossegado
Espero não me ter distanciado de mim mesmo
Espero não ter assassinado o meu interior
Se o fiz nada mais quero senão o meu silêncio
Esse não me larga

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Olhem lá vai ele
Tronco forte e erguido
Olhar expressivo
Rosto branco e olhos claros
Meio careca e barba feita
Não tão jovem
Olhem lá vai ele
Com pressa e vontade
Mais um que se vestiu hoje
E saiu à rua tão apressado
Carteira na mão
E lá vai ele viver o dia
Olhem aqui eu vou...
Tão sem jeito
Tão marcado pelo tempo que vivi
Pela vida que amo e pelo sorriso que busco
Aqui vou eu...
Tão sem medo dessa eficaz ausência
Tão distante desse mundo
Vou com pressa de viver
De sorrir e de sonhar
Os olhos já viram tanto e tão pouco
Que não se cansam
Aqui vou eu tão ausente do mundo
Nem parece que choro por vezes
Aqui vou eu desta vez tão encolhido
A vaguear pela solidão da vida

sábado, janeiro 30, 2010

Há um som a cada noite que me separa
Talvez uma linha entre o real e o irreal
Um som quase sem tom
Quase que um sigilo
Como que fosse o despertar
Do meu próprio silêncio
Então assim debruço-me uma vez mais sobre mim
Neste meu ser tão distante
Fico sentado sem descanso
Fico amargo sobre o sorriso meu por enquanto
Fico aqui nesta sala fria
Fico doce
Sentado no chão e fora de mim
Fico calmo, sereno
Como se fosse um acorde
De uma guitarra que não ouvi

terça-feira, janeiro 26, 2010

Procuro nas palavras antigas
Uma porta para a minha confidência
Um lugar ermo para descansar o meu corpo
Talvez seja consumido pela luz
E me transforme em puro pensamento
Talvez...
Talvez aqui fique por mais algum tempo
E me torne fiel amante da madrugada
Apetece-me ficar aqui tão sozinho
Neste canto, nesta praia
O frio toca-me o rosto como uma faca afiada
Queima-me o tempo...
Desfaço-me na tentação de estar ausente
Ausente...
Que palavra... que silêncio...
Fora de mim procuro um braço
Um abraço forte de mim mesmo
Ah... porque preciso de mim agora...
Tão longe fui que já não sei voltar atrás
Ausência tão eficaz que se torna um crepúsculo
Imponente!
Sou capitão nesta ausência
Conduzo um navio enorme
E mesmo assim dou comigo à deriva
Estranha ausência de mim
Não ofusques o meu ser...
Deixa que a minha alma me conduza para outro lugar

domingo, janeiro 17, 2010

Iniciei este blog há qualquer coisa como seis anos, lembro-me de começar a escrever aos doze, recordo-me de sentir tristeza aos seis, lembro-me dos pequenos detalhes da minha vida, durante todo este caminho que percorri nunca me esqueci de que sou um ser humano e de que o sentimento não tem um valor na sociedade, neste espaço de tempo tão curto que é a vida, vivi como tantas outras pessoas confrontos de sentimentos, pensamentos, tristezas, alegrias, hoje quando entrei no meu blog apercebi-me que tenho para cima de onze mil e quinhentos registos de visitas, foi um caminho lento até chegar aqui, por vezes um ritual triste, dou comigo a pensar que pessoas e de que lugares já leram o que senti.
Deixo aqui a minha mensagem de agradecimento a todos os que lêem o que escrevo e espero que gostem do que escrevo, que as minhas palavras ou frases sejam um transporte para um lugar bem mais perto dos vossos sentimentos, da minha parte contem com o meu sentimento puro que tento sempre descrever, não ouso pensar na forma da frase ou palavra, limito-me á libertação de um conjunto de sentimentos, assim como Neruda um dia descreveu o grito Agú, aquele que é o primeiro poema sem ser forjado pela alma consciente, o primeiro pensamento sem ser modificado.
Todos somos diferentes no entanto nas palavras encontramos por vezes algum conforto, eu encontro em todo o local onde existe sentimento puro, espero que aqui neste lugar por vezes tão frio e sombrio que é o mundo virtual, encontrem algum abraço acolhedor nas minhas simples palavras.

Paz e amor a todos
Guilherme

sábado, janeiro 16, 2010

Posso chegar tarde esta noite
Chegar aqui e ausentar-me mais esta vez
Como tantas outras noites
Esta é mais uma madrugada distante
Em que sozinho me perdi
Posso deixar a minha lágrima fria lá fora
Posso chegar tarde então nesta madrugada
Abandonar o sonho que não tenho
Trocá-lo por este momento
Permito-me a mim mesmo não mais sonhar
Hoje deixo a agonia levar-me
Só hoje...
Porque talvez até esteja triste
Porque talvez até queira viver simplesmente este momento
Deverei chegar tarde esta noite
Como se não mais voltasse
Como se me quisesse perder sem destino
Sem pensar até em me encontrar
Posso e vou chegar tarde esta noite

domingo, outubro 18, 2009

Se alguma vez errei
Não me lembro de me ter esquecido
Construí com tantos erros a minha bandeira
Em todo o tempo ganhei
Não me lembro de ter perdido
Trouxe sim comigo o sorriso
Cada imagem na minha mente
Para me relembrar de onde sou
De onde vim e para onde irei
Não construí estátuas nem heróis
Vou andando...
Caminhando por aí, pela vida
E que vida...
Talvez um dia pare para descansar
E repousar os meus olhos já cansados
Sobre a história que fiz com as minhas mãos
Debruçar-me sobre o meu pensamento
Escrever num papel ou sei lá
Ou talvez me ilude
Que precisei de tudo o que fiz para ser feliz
Talvez...
Não sei, quem sabe alguém conte a minha história
Ou que ela venha em algum livro velho que não li
Talvez seja apenas eu que a conte
Para mim aqui ou em outro lugar
Para que não me esqueça que a vida
É um empréstimo fiel que Deus me fez...

domingo, outubro 04, 2009

Olhar para mim
É como olhar para o conjunto do que sou
Do que vivi, do quanto amei
Vejo-me ao espelho
E em mim cada pedaço de vida vivida
Sentir-me eu mesmo
Como se tivesse acumulado em mim
Todas as experiências que conquistei
Cada minuto desesperado
Para alcançar uma batalha desprotegida
No campo do mundo...
Falo comigo por vezes em voz alta
Mas para que ninguém me ouça
Falo-me a mim mesmo sozinho...
Que sonho mais sério e real!
E a minha voz ouço-a tão perto
Ecoa pelas paredes desta sala
Murmura o meu nome devagar
Não tão grande o sonho mas a vida...
Que sem sentido morreria
Mas com tanto rumo
Só pode ter o sentido da verdadeira felicidade...
Sempre...

segunda-feira, setembro 28, 2009

Cada dia como um dia novo
Em qualquer momento descubro a minha essência
Em qualquer rua descubro-me
Amo este lugar em que subitamente me encontro
Onde em todo o tempo sinto que nasço e renasço
É aqui que pertenço
Lugar de almas simples e fugazes
Que talharam a história
Que iluminaram as fontes do saber com tanto conhecimento
Aqui sim... Também me sinto tão bem
Tão eu... Tão loucamente eu...
Que murmúrio tão perto de mim
Que voz é esta tão intensa cá dentro
Que sentimento tão sincero tenho...
Por este povo que me abraça
Sem mesmo querer faço parte deste mundo tão intenso
Nunca poderia partir deste mundo
Sem antes estar aqui tão perto de mim

quinta-feira, setembro 10, 2009

Todos os dias as caras desconhecidas
Sinto-me um estranho a cada dia
Caminho pelas ruas antigas
E guardo para mim o sabor desta viagem
Guardo só para mim...
O intenso sabor de cada momento
Olho cada pedaço de pedra erguido aqui
Faz-me feliz...
Caminho pelas ruas
Onde tantos outros já passaram
Onde tantas histórias já se fizeram
Onde tantos caminhos se cruzaram
Amarro-me a cada momento
Escrevo e evoluo

quarta-feira, agosto 19, 2009

Quantos caminhos para realizar um sonho
Quantas pessoas para nos ensinar um dom
Quantas palavras num papel...
Para descrever uma vida
Quantos passos para perder o sabor
O simples sabor da noite de verão
Quantos olhares para compreender o mundo
Quantas lágrimas para perceber a tristeza
Quanto tempo para entender toda uma vida
Quantos caminhos...
Quantas ruas e quantas estátuas temos de erguer
Para sermos nós próprios
Para sermos guerreiros em cada batalha
Quantas vezes temos de perder
Para ganhar o que está por vezes tão longe
Quantas...

domingo, agosto 09, 2009

Paris...
As ruas antigas únicas
Carregadas de romantismo
Em cada esquina vêem-se os beijos longos
Abraços e lágrimas
As luzes da noite tocam as portas do céu
Iluminam este palco intenso de cultura
Onde em outros lugares é tão escuro para ver
Aqui... Respira-se cultura...
Respira-se amor, transpira a verdade escondida
Aqui... é tudo tão parecido comigo
E é tudo tão presente e antigo
Pessoas andam livres pelas ruas
É um mundo de culturas livres
Passo e perpasso pelas avenidas
E não me canso
Em vez disso danço...
São tantas as ruas únicas
Que não me perco
Cada uma tem um palco único
Cada uma um cheiro intenso
Paris...
Je t'aime...

quinta-feira, julho 30, 2009

È tarde e parto para outro lugar
As memórias vão comigo
Para não me esquecer quem sou
De onde vim
Quero tudo o que tenho direito
E ainda mais quero o que me resta
Tenho-te no pensamento
E não quero tristeza agora
Só um lugar calmo para repousar

terça-feira, julho 07, 2009

Há paz em mim quando te olho
Vejo-te e conheço-te tão certa
Os teus olhos tocam-me inteiros
A música embala-te e sinto-me menino
Gosto mais do sabor deste momento
Gosto do intenso sabor da saudade anunciada
Essa saudade que sei que sinto
Cai-te bem o sorriso
E os olhos que me deixam sem jeito
Sem saber o que faço apetece-me um abraço

quinta-feira, junho 25, 2009

Se no final dos meus dias eu me sentir sozinho
Então é porque nunca me encontrei
E todo o tempo que gastei comigo foi em vão

quarta-feira, junho 17, 2009

Especial assim como uma onda do mar
Como a sensação de estar vivo
E então vivo ser todo o presente
Especial como a Lua entre a noite
Uma chuva de sentidos
E a noite ser a madrugada tão doce
Especial como o cheiro das flores
Nas manhãs de sábado
Especial como um leve beijo
Suave sussurrado pelo vento

segunda-feira, junho 01, 2009

Truão... Por favor não percorras os trilhos
Eles são caminhos longos desenterrados
Deixa-os aos nobres e aos poetas
Assim... Deixa o tempo voar e as nuvens passar
Conta histórias do que não fostes
Deita-te e morre...
Embala-te no sorriso dos Deuses
Porque eles acompanham-te na viagem
Truão... Deixa-te de sentidos e sentimentos
As noites quentes e frias que percorres há anos
São iguais...
Não há nada de novo aqui para veres...
Apenas o murmúrio da penumbra da noite
O teu crepúsculo mais distante
A tua noite... Um abismo colossal
Deita-te e morre Truão...
E deixa a glória aos imortais do amor...
Porque eles são a Lua e o Sol juntos
E são estátuas constantes no caminho
Truão meu bobo não te deixes levar pela ilusão de Maya...